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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Seminário interno do ANDES-SN debate desafios da classe trabalhadora

“O antídoto à intervenção militar é a intervenção popular”. A afirmação é de Plínio de Arruda Sampaio Júnior, professor de economia da Unicamp, e foi feita na mesa de abertura do seminário interno do ANDES-SN: “reorganização da classe trabalhadora diante dos desafios do período”.

O seminário acontece entre os dias 30 de novembro e 1 de dezembro, na Universidade de Brasília e nas dependências da Adunb - Seção Sindical. 

Para Plínio, o pano de fundo para a situação vivida no Brasil atualmente é a crise econômica e a crise da Nova República. “Os ajustes econômicos exigiam a retirada de direitos. E isso vai se consumar com a eleição de Bolsonaro”. Contudo, o professor sustenta que existe a possibilidade de a desilusão com o futuro governo vir rapidamente.

Plínio afirmou que os movimentos de esquerda terão os desafios de resistir e de apresentar uma alternativa: “Não basta dizer ‘ele não’, é preciso dizer ‘alguma coisa, sim’.

O economista destacou que é preciso construir força social real, “força da classe [trabalhadora], da nossa consciência, um projeto vindo de baixo para cima, um projeto radical, uma alternativa”. “Se a classe não se levantar, não vamos ter força”. “E já está acontecendo. Quando os estudantes ocupam as escolas, isso é força real. O antídoto à intervenção militar é a intervenção popular”, concluiu.

O momento para a resistência é agora

Mauro Iasi foi o outro debatedor da primeira mesa do encontro. Professor da UFRJ, Iasi destacou que é necessário construir uma frente ampla, que vá além das forças da esquerda brasileira, para enfrentar um governo que contém elementos fascistas.

O professor explicou que está em curso um processo no qual o Estado brasileiro adquire aspectos fascistas. “Essa metamorfose se completa num próximo cenário, a depender da luta de classe. Se ele [Bolsonaro] não encontrar resistência na sociedade, esse processo se acelera. Se ele encontrar resistência, a gente pode ganhar o tempo necessário para produzir uma alternativa”, argumentou.

“O momento é agora para a resistência, porque isso determina a correlação de força. Isso vai criar um cenário onde ele [Bolsonaro] terá que impor o seu projeto dentro de um processo de resistência”, afirmou.
Segundo Iasi, é preciso superar a atuação reativa aos ataques. “Nos mobilizamos agora contra a reforma da previdência, para depois nos mobilizarmos contra a escola sem partido. É necessário uma contraposição em bloco para poder criar essa forma de resistência”, afirmou.
Confira a programação

Sexta-feira: O seminário acontece entre sexta e sábado.

Na sexta-feira (30), além do debate Conjuntura e os desafios da reorganização da classe, os presentes se dividiram em grupos de trabalho. 

Sábado (1): a primeira mesa de sábado debaterá os Desafios para a educação superior no Brasil e na América Latina. Na parte da tarde, o debate será sobre segurança no sindicato. 

Ao final, os presentes farão uma plenária de sistematização.

Fonte: ANE/RN

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