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segunda-feira, 30 de julho de 2012

PROTAGONISMO SECUNDARISTA: UBES COMPLETA 64 ANOS

 A UBES SOMOS NÓS NOSSA FORÇA NOSSA VOZ !
De geração em geração, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), marcada pela inquietação responsável por fazer do movimento secundarista uma grande mobilização de massas, neste dia 25 de julho de 2012 comemora junto a todo povo brasileiro seus 64 anos de luta. No histórico, ruas ocupadas com milhares de jovens em marcha, caras pintadas, cartazes, bandeiras, avenidas paradas e palavras de ordem que ecoam e repercutem na voz das gerações herdeiras.
São mais de seis décadas de mobilizações dentro das escolas. A UBES é formada por estudantes que desde 1930 e 1940 começaram a se organizar em diversas regiões do país e permanecem lutando contra o fechamento de bibliotecas, reivindicando a falta de professores nas salas de aula, a falta de investimento no ensino, a democratização ao acesso e à qualidade da educação que a juventude quer para o Brasil.
DE 1948 PRA CÁ, LUTAS HISTÓRICAS NA HISTÓRIA DO PAÍSOs secundaristas eram representados por um departamento dentro da União Nacional dos Estudantes (UNE) até o final da década de 1940, quando a participação dos estudantes se intensificou e ganhou ainda mais coordenação.
No dia 25 de julho de 1948, durante o 1° Congresso Nacional dos Estudantes Secundaristas que aconteceu na sede da UNE na Praia do Flamengo, aconteceu a fundação oficial da entidade. Nascida em meio ao desenvolvimento do país, os secundaristas foram atores políticos das mais relevantes mobilizações do cenário nacional, como na campanha de nacionalização do Petróleo, quando lideraram as principais manifestações, e criaram a Comissão Estudantil em Defesa do Petróleo.
As lutas históricas refletem nas gerações herdeiras. Em 1956 a Revolta dos Bondes que parou o Rio de Janeiro, na época uma condução usada por quase todos os estudantes por conta do baixo preço. Aos seus 64 anos, com passeatas pelo Passe Livre estudantil atualiza a luta pelo acesso, pulando catraca e denunciando as tarifações abusivas, a juventude reafirma seu legado.
NA LINHA DURA DA DITADURA, O AMADURECIMENTO
Período de amadurecimento da entidade aconteceu durante a ditadura militar, quando grêmios e entidades de base foram destruídos com a promulgação do Ato Institucional N°5. O ano de 1968 tornou-se o sinônimo de uma rebelião estudantil mundial: em quase todo o mundo os estudantes (secundaristas e universitários) foram às ruas, entraram em confronto com a polícia, realizaram greves e levantaram bandeiras de diferentes matizes.
No luto, a luta se intensificou. A morte do estudante Edson Luís em março de 1968 não só marcou o momento de reconhecimento da verdadeira face do sistema de repressão, mas também deu origem à Jornada Nacional de Lutas da UBES que acontece todos os anos neste mesmo mês em memória dos estudantes que Edson representou no enfrentamento a ditadura.
NOS CAMINHOS DA RECONSTRUÇÃONos marcos da redemocratização e as véspera da campanha pelas “Diretas Já”, aconteceu o 21° Congresso de Reconstrução da entidade, deixando para gestão eleita no 22° Congresso em 1983 aconteceram importantes para afirmações da nova fase da UBES. O reconhecimento oficial da entidade, o relançamento do jornal que parou de circular em 1964, a realização do 1° Seminário Nacional sobre Educação e o 1° Encontro de Escolas Técnicas de Nível Médio são algumas destaques do período que também marcou o início das apresentações do Projeto de Lei de Legalização dos Grêmios Livres ao Congresso Nacional.
Exigindo as eleições diretas em todos os níveis, a UBES fez parte da coordenação nacional do comício das “Diretas Já”, levando os secundaristas para as ruas em 1984 no ato que marcou o período de redemocratização no país.
OS CARAS PINTADAS TOMAM AS RUAS
Mais uma vez reescrevendo a história do povo brasileiro, em 1992 durante os protestos de forte pressão popular, os estudantes tiveram importante papel no aprofundamento das denúncias que levaram ao impeachment do então presidente, Fernando Collor de Mello. Os secundaristas foram os primeiros a gritar “Fora Collor” e criaram a marca dos caras pintadas.
Da mesma forma, a geração vitoriosa do pós-impeachment enfrentou o neoliberalismo de Fernando Henrique Cardoso em defesa do patrimônio nacional e contra as políticas educacionais com bandeiras de luta como “Queremos mais que apertar parafusos” em defesa do ensino técnico.
64 ANOS DE UBES COM UMA GERAÇÃO 10!
As conquistas se multiplicam com a campanha “Se Liga 16!” que tem colocado os secundaristas no debate político e aumentado o número de jovens nas urnas, a conquista da obrigatoriedade do ensino de sociologia e filosofia nas escolas, a retomada da sede histórica na Praia do Flamengo, aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Estatuto da Juventude são algumas das marcas do movimento secundarista.
Em luta permanente, a juventude comemora os 64 anos de UBES acompanhando com muita pressão a defesa do investimento de 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação no Plano Nacional de Educação; formulação de uma lei nacional da meia entrada; projeto nacional de Passe Livre estudantil; reserva de vagas para estudantes de escolas públicas em universidades públicas; ampliação do ensino técnico, reformulação do currículo escolar que corresponda às necessidades da juventude e os novos desafios que surgem nos quatro cantos do país rumo à construção de uma UBES do tamanho do Brasil.
Fonte: UBES

domingo, 29 de julho de 2012

PROFESSORES GREVISTAS AVALIAM NOVA PROPOSTA DO GOVERNO


Próxima reunião está marcada para dia 1 de agosto

Após a primeira proposta de negociação ter sido veementemente rejeitada pelos professores grevistas da rede federal de ensino superior, nessa terça-feira (24/07) o governo federal ofereceu uma nova proposta para os salários e o plano de carreira .

O governo sugere que o reajuste mínimo passe de 12% para 25%, o máximo, para professores com titulação maior. Para aqueles em dedicação exclusiva, permaneceria em 40%, além dos 4% já concedidos em uma medida provisória.

A quarta-feira (25) foi de reuniões e debates entre os grevistas. Eduardo Rolim, presidente da Federação dos Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), informou que, após uma longa reunião do Conselho deliberativo, instância máxima da entidade, a decisão foi de votar favoravelmente à proposta.

“Tivemos 15 pontos de nossa proposta atendidos, o Conselho Deliberativo votou pelo final da greve, mas todas as nossas decisões são submetidas ao conjunto de nossos associados, então nossa orientação é que os sindicatos façam uma consulta aos professores antes que a decisão seja tomada”, explicou Rolim.

No site da federação foi publicado um documento, com as resoluções propostas pelo governo detalhadas e comentadas.

Por sua vez, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) afirma não estar satisfeito. Segundo o Andes em seu site, a proposta mantém a desestruturação do plano de carreira dos professores federais, um dos principais pontos de reivindicação da pauta dos professores.

Josevaldo Cunha, professor da Universidade Federal de Campina Grande e diretor do Andes, conversou com o site da UNE e informou que há forte indicativo de rejeição à proposta do governo.

“As mudanças apresentadas em relação à primeira proposta não estruturam a carreira do professor. A proposta maquia correções, mas todos continuam perdendo”, afirmou.

Segundo o Andes, acontecerão assembleias em todo o Brasil para que a posição do sindicato seja votada.
Uma nova conversa entre grevistas e governo está marcada para o dia 1 de agosto. A greve, iniciada dia 17 de maio, teve adesão de 57 das 59 universidades federais do país, incluindo funcionários técnico-administrativos e estudantes, que, agregaram à greve sua própria pauta. (link)

 Camila Hungria/UNE

sábado, 28 de julho de 2012

PRESIDENTE DO CPC-RN ENTREVISTA AS + LIDERANÇAS ESTUDANTIS DO PAÍS


Eduardo Vasconcelos/CPC-RN com o Daniel, presidente da UNE
 Eduardo entrevistando Daniel, presidente da UNE em SP
 Eduardo Vasconcelos a Emanuela Braga, presidenta da UBES em SP
 Eduardo entrevistando Emanuela na sede da UBES em SP
 Eduardo com técnicos e professores do IFSP/SINASEFE e o grande companheiro, CROUNEL MARINS
 Um click para os grandes artistas paulistanos - Estação São Bento -SP
Eduardo também visitou o amigo Fernando Luiz em sua residência no Rio de Janeiro

Essa semana o presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, esteve no Rio de Janeiro e São Paulo ampliando os apoios aos Projetos Culturais e aos futuros eventos, como o I FESTIVAL DE CANÇÃO ESTUDANTIL, que ocorrerá dia 11de agosto e o I ENCONTRO ESTADUAL DO ORGULHO NEGRO, dia 20 de novembro, ambos serão realizados em Nova Cruz/RN.  Eduardo visitou alguns sindicatos, editoras e universidades, obtendo apoios importantes.

Em São Paulo esteve na sede da UNE/UBES e entrevistou a Manuela Braga, presidenta da UBES e o Daniel, presidente da UNE, onde eles falaram das  últimas conquistas, como os10% do PIB para a educação, entre outros.   A entrevista será apresentada no Programa Nação Nova Cruz no próximo sábado vindouro e também na Pontal FM no Programa O CPC LIGADO EM VOCÊ.

É bom lembrar que o projeto se encontra no Senado Federal e as entidades  solicitou apoio de todas as entidades estudantis e culturais do RN para fazer "pressão" junto a Bancada Federal do Estado para aprovação e sanção da Presidenta Dilma Roussef.  Vamos a luta !  Nossa conquista, nossa vitória.

sábado, 21 de julho de 2012

ELEIÇÕES 2012, É DADA LARGADA: HORA DE CONHECER OS CANDIDATOS


O calendário eleitoral 2012 começa a ganhar força com números que apontam forte participação da juventude. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o engajamento político bate a marca de 3 milhões de jovens entre 16 e 17 anos que podem ir às urnas no dia 7 de outubro para eleger prefeitos e vereadores nos 5.566 municípios brasileiros.
Para quem ainda não viu o calendário eleitoral (que pode ser acessado aqui), a liberação das propagandas dos candidatos iniciaram no último dia 06/07, momento que toda população brasileira inicia análise das propostas políticas dos candidatos. Acompanhando este processo, nesta quarta-feira (18), a UBES participou do debate promovido pela emissora de televisão TVT sobre o 1º voto e o uso das novas tecnologias.
Em sua fala, o tesoureiro da entidade, Pedro Henrique, afirma que cada estudante que irá pela primeira vez às urnas é reflexo do jovem de hoje, sujeito político e social cada vez mais atuante. “Votamos em projetos políticos, e não em pessoas. Quando o jovem tira seu título, vai à escolha de seu candidato e exerce seu voto, o que ele busca é elevar o Brasil a outro patamar, o que quer dizer: desenvolver o país e garantir a participação da juventude”, defende.
“SE LIGA 16!”: 100 MIL JOVENS JÁ ENTRARAM NO DEBATE
A UBES, em mobilização nacional junto às entidades municipais, estaduais, grêmios e parcerias com prefeituras e tribunais eleitorais, percorreram o Brasil inteiro com a tradicional campanha secundarista,
 “Se Liga 16!”. Entre o mês de fevereiro e maio, levando o debate político e os serviços eleitorais para dentro das escolas, cerca de 100 mil estudantes entraram para o debate das eleições, discutindo a função do voto na escolha dos candidatos e sua relevância na construção de mudanças em suas cidades e municípios.
Reafirmando a atuação dos secundaristas desde 1988 – quando conquistado na Constituição o direito ao voto aos 16 anos -, Pedro relembra o protagonismo desses eleitores. “Foi a juventude da década de 80 que lutou pela redemocratização, em 90 essa mesma juventude pintou a cara, saiu às ruas e derrubou o presidente. Agora, o peso desses milhares de jovens que irão votar está o legado para as futuras gerações”, completa.
E AÍ, EM QUEM VOTAR?
Escolher para quem vai o seu voto, saber qual é o melhor projeto e descobrir qual dos candidatos oferece as melhores propostas para a sua cidade e município, só com muita pesquisa! Conheça a Câmara Municipal,
 acesse o site do TSE e veja a quantas anda o processo eleitoral em seu estado. O voto é consciente e a luta constante, ajudando a construir uma cidade com a nossa cara.
Fonte: UBES.
" É preciso que as entidades estudantis e culturais façam um trabalho de conscientização junto aos jovens para que os mesmos analisem cada candidato, seja prefeito ou vereador, rpomovam debates entres eles, procurem conhecer suas propostas, seus projetos, o que eles fizeram ou deixaram de fazer, enfim, procurar votar CONSCIENTE." - Eduardo Vasconcelos é radialista e bloguista.  Presidente do CPC-RN.

LUIZ GONZAGA SERÁ HOMENAGEADO NA 8ª BIENAL DA UNE

Com o tema a “Volta da Asa Branca” Bienal busca mostrar história do nordeste e seus sertões
Esse ano de 2012 marca o centenário de um dos grandes astros da música popular brasileira, Luiz Gonzaga. Por isso, 8ª Bienal da UNE, o maior festival estudantil da América Latina, que acontece no próximo mês de janeiro, será realizado em Pernambuco. Dessa vez a Bienal trará o tema a “Volta da Asa Branca” homenageando o mestre do forró e do baião. O evento busca mostrar a história dos sertões nordestinos e a influência dessa cultura para o país. 

Na opinião da diretora da UNE, Virgínia Barros, nascida em Pernambuco e criada ouvindo músicas de Luiz Gonzaga, é emocionante ver que um artista tão completo ser reconhecido em um evento como a Bienal. “A Bienal volta para Pernambuco no período em que o estado celebra 100 anos do artista que soube como poucos descrever o sertão, que é uma parte tão importante do Brasil e que sem dúvida merece essa bonita homenagem que a UNE faz”, comentou.

O evento já é tradicional no calendário do movimento estudantil. A Bienal é hoje a principal vitrine para os estudantes mostrarem o que está sendo produzido dentro das universidades brasileiras, não apenas na área da cultura ,já que o evento engloba também ciência, tecnologia e muitas outras áreas.

HOMENAGEADO DO EVENTO

Luiz Gonzaga nasceu em uma fazenda chamada Caiçara na zona rural de Exu na Serra do Araripe no estado de Pernambuco no ano de 1912. Além de ser um ótimo cantor e compositor, Gonzaga adorava instrumentos musicais, gostava da sanfona de oito baixos, de zabumba e sempre que podia participava de festas, feiras e forrós.

Ao reencontrar-se com suas raízes musicais, ajudou a plasmar a identidade nordestina no imaginário do Brasil, imprimindo ao acordeon das valsas e tangos, a partir da década de 40 do século XX, uma nova musicalidade. Então, como sanfona, o instrumento adquiriu nova personalidade.
Assim, começou a ganhar destaque na mídia em 1940 com a participação na Rádio Nacional cantando “Vira e Mexe”, primeiro lugar nas paradas. Daí então seus sucessos eram quase anuais: “Baião” e “Meu Pé de Serra” (1946), “Asa Branca” (1947), “Juazeiro” e “Mangaratiba” (1948) e “Paraíba” e “Baião de Dois” (1950).

Luiz Gonzaga é o representante maior da música popular nordestina, ele interferiu decisivamente na trajetória da música brasileira ao introduzir no cenário nacional os ritmos do sertão e do nordeste, como por exemplo, os xotes, baiões e xaxados

MAIS HOMENAGENS A GONZAGÃO

Não é só a UNE que reconhece a história do mestre Luiz Gonzaga. No último dia 12 de julho, o Festival de Inverno de Garanhuns (PE) homenageou o músico e contou com a presença de diversos cantores considerados ícones da música popular nordestina como Elba Ramalho e Dominguinhos.

Outra importante lembrança do mestre foi promovida pela exposição de Caruaru, Pernambuco, que teve início no dia 2 de julho e terminou no último dia 15, homenageando o lado pop e contemporâneo do sanfoneiro, com a releitura de sua obra por artistas como Arnaldo Antunes, Otto e Naná Vasconcelos.
 
Mariana Ortiz/UNE

segunda-feira, 16 de julho de 2012

PRESIDENTE DO CPC/RN E CPC DA ANE/RN VIAJA EM BUSCA DE APOIOS AOS PROJETOS E EVENTOS DAS ENTIDADES

 Eventos importantes que serão realizados pelas entidades em agosto e novembro/2012
O presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, Centro Popular de Cultura - CPC DA ANE/RN e Assessor da ANE-RN (Associação Norteriograndense de Estudantes), Eduardo Vasconcelos viaja aos Estados de SP, RJ  e DF visando conseguir apoios aos projetos e eventos que as entidades desenvolvem e irão desenvolver, como é o caso do I FESTIVAL DE CANÇÃO ESTUDANTIL, que ocorrerá dia 11 DE AGOSTO  e o I ENCONTRO ESTADUAL DO ORGULHO NEGRO, que realizará dia 20 DE NOVEMBRO, todos serão realizados na cidade de Nova Cruz/RN, local sede das entidades.

Em reunião recentemente com os diretores das entidades, Eduardo abordou a importância da busca de mais apoios juntos a entidades de classes e órgãos públicos e privados, para a viabilidade não só dos eventos, mas dos Projetos Permanentes, Biblioteca do Estudante, Identificando Novos Talentos e Cinema na Escola, principalmente depois das criações da ACP/RN, BALÉ/PASSA E FICA/RN, ASSURF-BAÍA FORMOSA/RN e AMESC-MONTANHAS/RN, entidades essas que terão de estruturadas com materiais permanentes e irão implantar os projetos desenvolvidos pelas entidades estaduais.

Já estão agendados alguns contatos contatos, como a FUNARTE, Biblioteca Nacional, Editoras, entre outros.  Serão também contactados sindicatos, federações, entre outros.

Após o retorno do presidente haverá uma grande reunião a nível estadual para a discussão da estruturação dos eventos de agosto e novembro, que esperado com grande expectativa por parte dos jovens, estudantes e artistas culturais.

O período da viagem será de 10 dias, essa e a previsão, disse, Eduardo Vasconcelos.

domingo, 15 de julho de 2012

EDUCAÇÃO E POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS


No ano de 1999, em uma das universidades mais elitistas do país, um caso de racismo abalou a comunidade universitária: o famoso caso Ari.

Ari era estudante de antropologia da UNB, departamento que na época tinha um programa de Doutorado que, em 20 anos de existência, nunca tinha admitido um estudante negro. Ari foi o primeiro, e, além disso, logo no primeiro semestre, ele fez duas matérias e obteve nota máxima nas duas.

Entretanto, no início de agosto, o mesmo procura alguns professores e afirma ter sido reprovado na matéria obrigatória, que coincidentemente nunca tinha reprovado estudante algum em 20 anos. O professor responsável pela reprovação afirmou que, se Ari Lima tentasse revisão de nota, seria reprovado novamente

Fonte: UEE-RIO

MINISTRO DÁ BOM DIA A CAVALO


Bola fora de Guido Mantega sobre a Educação no país é mal recebida por todos os lados; UNE, CNTE e Campanha Nacional pelo Direito à Educação reagem
Certamente não é fácil ser ministro da Fazenda. Ainda mais em um país como o Brasil de 2012, a sexta economia do planeta, em meio a uma grave crise econômica internacional que coloca em cheque o modelo financeiro e social imposto, há décadas, pelos chamados “países desenvolvidos” ao resto do mundo.
Indubitavelmente o ministro Guido Mantega deve ter muito trabalho, talvez perca algumas noites de sono, beba muito café ou ande um pouco estressado. Entretanto, nada justifica a tragédia verbal que deixou escapar, há uma semana, ao afirmar vergonhosamente que os investimentos na Educação brasileira quebrarão o país. Sim, isso mesmo. Reagindo de forma lamentável à aprovação dos 10% do PIB para o setor, pela Câmara dos Deputados no último dia 26 de junho, Mantega disse o seguinte:
“Passar para 10% de maneira intempestiva põe em risco as contas públicas. Isso vai quebrar o Estado brasileiro”.
Na epistemologia popular, quem fala demais dá bom dia a cavalo. Foi o caso. A repercussão frente à declaração não poderia ser diferente. Movimentos sociais, estudantes, professores e a sociedade em geral, que conhece bem a realidade da educação pública no país, reagiram em tom uníssono. Na opinião de todos, além de ser, obviamente, infeliz e impopular, a tolice dita pelo ministro é também equivocada.
“Desde o início desse governo o movimento social brasileiro vem apresentando, contundentemente, suas críticas, seus olhares sobre a política econômica do país, considerando inclusive a crise internacional que se coloca. Sabemos que o único investimento seguro é o investimento direto nas pessoas, o investimento social, nos direitos básicos como a Educação, ainda mais em um país como o Brasil, com injustiças sociais absurdas e históricas a serem corrigidas”, afirma o presidente da UNE, Daniel Iliescu.
Segundo Iliescu, os movimentos sociais vem protestando há mais de um ano contra a política de juros altos, superávit primário e, principalmente, cortes em setores como a saúde e educação. “10% do PIB para a educação brasileira quebra muita coisa sim. Quebra paradigmas falidos e conservadores sobre a economia, quebra o ciclo de descaso com a escola pública, com seus professores e alunos, quebra a síndrome de covardia do Estado brasileiro em fazer o que ele mais precisa: justiça social.”, protesta.
Em entrevista ao site da UNE, o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação Daniel Cara disse que o ministro foi “irresponsável” e que a declaração é “decepcionante”. Assim como o presidente da UNE, apontou as inconsistências da fala ministerial: “Aprovamos 10% do PIB para a educação pública, ou seja , um investimento direto em dezenas de milhões de brasileiros que não podem pagar pela educação. Dessa forma, o PNE com 10% é, na verdade, o mais sério projeto de redistribuição de renda do país”, afirma, justificando o fato de os 10% serem, na verdade, a grande solução também econômica para o Brasil.
Daniel Cara acredita que, em meio aos trâmites para a aprovação definitiva do PNE e dos 10%, a fala do ministro apareça como um gesto de terrorismo. “Esse governo e o governo anterior foram eleitos pelo povo justamente com a idéia de que a esperança iria vencer o medo. Porém, agora o ministro investe em criar o medo, tentando dizer que mais educação é algo perigoso para o futuro do Brasil”, opina.

BRIGANDO COM CARMINHA

Uma simples pesquisa pelo termo “Guido Mantega” no twitter comprova que a popularidade do ministro, no ranking nacional, não deve estar em uma posição muito distante da de Carminha da novela “Avenida Brasil”, a vilã mais comentada do Brasil no momento. Entre os milhões de internautas que repudiam a declaração anti-educação, estão formadores de opinião dos mais diversos, como o apresentador de TV Marcelo Tas, o músico Tico Santa Cruz, o deputado federal Chico Alencar (PSOL), o senador Cristóvam Buarque (PDT) e mais outros inúmeros, famosos ou anônimos.
Em caráter mais oficial, a Confederação Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) rebateu o ministro por meio de um documento sólido, sob o título “10% do PIB para a Educação é compromisso com o país”. Durante o texto, a CNTE explica didaticamente a importância dos investimentos no setor para a economia brasileira e, principalmente, para a vida da população.
“O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) demonstrou que para cada R$ 1,00 investido na educação, obtém-se um retono de R$ 1,85 – sendo este o maior entre todas as políticas públicas sociais e econômicas com impacto no Produto Interno Bruto.”, diz um trecho da carta.
Leia aqui a íntegra do documento da CNTE
Em texto semelhante, que rebate com qualidade, números e argumentos de sobra as boçalidades ditas contra os 10% para a Educação, o colunista Vladmir Safatle, da Carta Capital, demonstra que esse investimento é decisivo e fundamental para o futuro do país. De quebra, dá uma aulinha a Mantega incluindo uma nova variável econômica no cálculo sobre a questão: o indesejado investimento crescente das famílias na educação privada.
“Há duas maneiras de aumentar a capacidade de compra dos salários: aumento direto de renda ou eliminação de custos. Nesse último quesito, os custos familiares com educação privada são decisivos. A criação de um verdadeiro sistema público de educação seria o maior aumento direto de salário que teríamos”, elucida.
Leia aqui na íntegra o artigo de Vladimir Safatle.
Segundo o presidente da UNE, mesmo se houver opiniões e declarações contrárias, o movimento a favor dos 10% irá somente aumentar: “Queremos acreditar que tenha sido somente uma infelicidade do ministro, um momento de pouca lucidez de sua parte. Porém, mesmo que haja a verdadeira oposição a essa pauta, o movimento estudantil irá ampliar a sua mobilização, vamos ocupar as ruas, as universidades, os gabinetes em Brasília, as redes sociais e todos os espaços. O Brasil não pode recuar”, promete.
Artênius Daniel/UNE