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terça-feira, 28 de junho de 2016

Moção de repúdio à revogação, pelo governo interino, de nomeações para o conselho nacional de educação

Em mais um ato ilegítimo e ilegal, o presidente interino Michel Temer revogou decreto assinado pela presidenta Dilma Rousseff nomeando e reconduzindo membros para as câmaras de educação básica e superior do Conselho Nacional de Educação - CNE, em cumprimento à consulta pública ordenada pelos §§ 1º a 4º do art. 8º da Lei nº 4.024.
O governo interino de Temer dá claras demonstrações de golpismo ao interferir em atos da presidenta Dilma, que poderá retornar ao poder por meio de votação dos senadores da República.
A CNTE e seus sindicatos filiados questionarão judicialmente a presente decisão do governo Temer – bem como outras que interferem na organização do Estado brasileiro e que não foram pauta da campanha presidencial da chapa Dilma/Temer, a exemplo da PEC 241 –, a fim de suspender tais medidas nocivas à maioria da sociedade.
O golpe institucional no Brasil, infelizmente, avança à medida que se pretende extinguir as garantias constitucionais consagradas por lutas sociais de décadas, assim com impedir a representação republicana da sociedade nas instâncias de Governo e de Estado.
A agilidade do governo interino em desmontar as garantias sociais e de lotear as instâncias e órgãos da República precisa ser contida pelo Poder Judiciário, em cumprimento a suas prerrogativas de preservação das instituições e do Estado Democrático de Direito no Brasil.
Diretoria Executiva da CNTE

segunda-feira, 27 de junho de 2016

UBES compõe Comitê Nacional de Educação Contra o Golpe e vai às ruas no próximo dia 29 em ato unificado

Estudantes ajudam a construir a “Frente Nacional em defesa da educação pública, gratuita, laica e de qualidade referenciada socialmente” 

Na última terça-feira (21), em Brasília (DF), ocorreu a primeira reunião do “Comitê Nacional de Educação Contra o Golpe – Fora Temer, em defesa da Democracia, nenhum direito a menos”. Formado durante a  II Plenária Nacional de Educação, o comitê – composto pela UBES, e por entidades (como CNTE, Contee  e UNE), fóruns, redes e comissões em defesa da educação -, atuará de forma permanente até a votação do impeachment no Senado.

Com a participação dos estudantes, a organização aborda a defesa da democracia, a garantia da educação pública e gratuita, cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE), respeito às pautas do Fórum Nacional de Educação (FNE), fóruns democráticos de participação, construção de políticas públicas e pelo desenvolvimento soberano do Brasil.

EDUCAÇÃO NA MIRA DO GOLPE

Contra a plataforma do governo interino de Michel Temer, os integrantes do comitê lançaram manifesto de repúdio ao programa “Uma Ponte para o Futuro” que representa uma ameaça concreta ao direito à educação pública e às conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras em educação na última década.
Para diretora de Movimentos Sociais da UBES, Jéssica Lawane, o Comitê e a nova Frente cumprem o papel importante nessa conjuntura de golpe.
“Daqui pra frente, estaremos na sala de aula explicando o quanto pautas históricas do movimento educacional está em risco diante de um governo golpista que apresentou uma agenda de retrocessos”, explicou Jéssica. “Temer colocou no Ministério da Educação (MEC) um ministro que foi contra as cotas e o FIES​. O partido dele apoia o projeto Escola Sem Partido, e nós, em contrapartida, estaremos em luta para garantir que​,aquilo que​ conquistamos se mantenha”, criticou a secundarista.

ATO NACIONAL DA EDUCAÇÃO

Quando: Quarta-feira, 29 de junho
Onde: Esplanada dos Ministérios, Brasília (DF)
- Fonte: UBES


Para UNE, fusão Kroton-Estácio ataca soberania nacional

Fusão pode consolidar grupo Kroton como o maior do setor educacional no mundo; monopólio no setor preocupa estudantes
A Kroton, maior empresa de educação superior privada do país, tem investido em várias propostas de fusão com a Estácio, segunda maior do setor. A operação pode criar um grupo que detém 1,6 milhão de estudantes no país.
A UNE e muitas entidades do movimento social que lutam contra a mercantilização da educação estão atentas ao negócio e temem que a fusão pode criar um grupo com excessivo poder de mercado e concentração de dinheiro público de incentivo à educação. Para a UNE, a universidade é um setor estratégico no desenvolvimento nacional e na soberania do país.
“O fortalecimento do seu caráter público, a democratização do seu acesso e a regulamentação do setor privado são eixos fundamentais para que a educação superior possa produzir conhecimento, pesquisa e extensão favoráveis à nação”, defende a presidenta da UNE, Carina Vitral.
Segundo Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 5,3 milhões (73,5%) dos estudantes universitário brasileiros estão nas instituições particulares, de um total de 7,3 milhões de alunos de 2013.
“Se essa compra se efetivar, um terço dos estudantes de ensino privado estarão com suas matrículas submetidas ao capital estrangeiro, a um dos principais tubarões do ensino superior, que é a Kroton. Este é o momento de fortalecer a luta pela regulamentação econômica do ensino superior privado, para que consigamos combater essas atrocidades contra o ensino superior.  Não vamos aceitar que a educação seja tratada como mercadoria ou como um bem valioso na bolsa de valores!”, afirma o diretor de Universidades Privadas da UNE, Josiel Rodrigues.

EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA
Manifestação da UNE contra a mercantilização da educação

TUBARÕES QUEREM NADAR NA CRISE

A UNE e a entidades educacionais como a Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimento de Educação) têm denunciado e feito campanhas anuais contra a mercantilização da educação.
A presidenta Dilma Rousseff já tinha endurecido as regras ao cobrar contrapartidas como mais qualidade de ensino e ao vetar abusos no aumento das mensalidades das instituições que são “sustentadas” pelo Fies. Algumas universidades privadas chegaram a ter contratos suspensos ou cortados pelo governo federal.
Além disso, o governo do presidente golpista Michel Temer aprovou na Câmara uma PEC que desvincula as receitas da União, a chamada DRU (Desvinculação de Receitas da União). Na realidade, o projeto muda a Constituição para acabar com a obrigatoriedade de gastos mínimos em áreas como a saúde e educação. A aprovação dessa medida contraria frontalmente os  avanços na proteção dos direitos sociais do povo brasileiro obtidos nos últimos anos.
“Este como um dos primeiros atos do governo Temer só sinaliza que a educação não será prioridade enquanto esta gestão durar. Todo o movimento educacional lutou muito para tirar a Educação da DRU  e dessa forma vincular obrigatoriamente o orçamento para a área. Os recursos da Educação ainda são insuficientes para sanar todas as necessidades de salários de professores, melhoras na estrutura, assistência estudantil e ampliação da rede federal. Agora, o setor perderá muito e haverá impacto negativo imediato.”, afirmou a presidenta da UNE, Carina Vitral.
Para a Contee, o momento da crise brasileira é muito propício para os tubarões no ensino se aproveitarem e avançarem.
“É evidente também que conglomerados de capital global veem na educação superior brasileira um mercado promissor e muito lucrativo, não só pelos incentivos públicos que recebem, como também em razão da grande demanda pela educação superior; aproveitam-se da desregulamentação e atuam politicamente contra o controle do Estado, fortalecendo representantes no parlamento que conjugam com seus interesses privatistas”, afirmou em nota a entidade.

CERVEJA OU EDUCAÇÃO?

Em entrevista ao site da UNE, o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, afirma que a área do ensino superior no Brasil já está extremamente concentrada e que espanta o fato do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) não estar agindo de forma mais incisiva para analisar efetivamente essas aquisições.
Ele lembra que a fusão da Kroton com a Anhanguera em 2014 já foi bastante polêmica pelas regras da boa concorrência econômica e não deveria ter sido aceita da maneira como foi sem condicionantes. “Se o CADE tivesse com o ensino superior o mesmo procedimento que tem com as cervejarias, certamente não haveria concentração de mercado”, afirmou.
Para Cara, o cenário que se constrói com a possível compra da Estácio pela Kroton é de concentração ainda maior do ensino superior.
“Isso vai gerar um poder enorme para essa empresa, a ponto inclusive de poder agir contra a permanência ou não de um ministro porque o volume de matrículas que eles vão controlar praticamente determina que este é o principal decisor da política de ensino superior, o que é um absurdo, o Brasil está perdendo soberania. O ensino superior é uma área estratégica em qualquer lugar do mundo, mas parece que no Brasil as entidades de regulação não percebem e nem o Ministério da Educação”, destacou.

AUDIÊNCIA PÚBLICA NO CONGRESSO NACIONAL

Com a junção das empresas, a concentração de mais de 50% do Fies ficará na mão do mesmo grupo educacional. Por isso, alguns parlamentares no Congresso Nacional que querem realizar audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara para tratar o assunto.
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro enviou uma petição ao CADE na qual pede que o órgão negue autorização para um negócio entre Kroton e Estácio.
“Ainda que haja um mercado para o ensino, a educação não pode ser tratada como uma mercadoria qualquer, como um insumo ou mera commodity”, diz o procurador-geral da entidade, Fábio Nogueira Fernandes, que assina a peça.
A OAB- RJ destacou ainda os eventuais danos a alunos e trabalhadores dessas instituições e lembrou o caso do descredenciamento pelo Ministério da Educação da Universidade Gama Filho (UGF) e do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) em 2014, casos que ainda hoje faz pessoas sofrerem na Justiça para recuperar diplomas, notas, receberem danos morais e direitos trabalhistas. “Justamente por uma desastrosa operação de concentração das atividades com o Grupo Galileo Educacional”, diz a entidade.
Naquela ocasião, a UNE organizou a maior ocupação de uma reitoria de universidade particular no Brasil, foram 78 dias de resistência. A UNE ocupou também o MEC, em Brasília. O movimento se tornou um símbolo da luta nacional contra a situação de descasos do ensino superior privado brasileiro.

Gama Filho
Protesto em defesa dos estudantes da Gama Filho

PELA APROVAÇÃO DO INSAES

A UNE e as diversas outras entidades do movimento educacional são as principais defensoras da criação do Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes).
A proposta prevê a criação de um órgão com 500 especialistas responsáveis pela fiscalização das instituições superiores de ensino.
Elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), o instituto fiscalizaria fusões, aquisições, cisões e transferências de mantenças previamente. A realização de avaliações in loco e a suspensão dos dirigentes e representantes de universidades com irregularidades também constam no planejamento.
Mesmo com a aprovação do regime de urgência em março de 2015 do projeto que cria o Insaes ele ainda não entrou na pauta de votações.

campanhamercadoria
Cartaz da campanha da UNE 

EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA

A União Nacional dos Estudantes tem uma campanha permanente chamada “Educação não é mercadoria”.  A entidade disponibilizou uma cartilha online como o objetivo de denunciar os abusos que os chamados “tubarões do ensino”, os empresários da educação, cometem rotineiramente.
No material a UNE mostra que os problemas no ensino superior privado vão da questão pedagógica à falta de infraestrutura e abuso no aumento das mensalidades. Para combater o poder do dinheiro sobre a educação, a cartilha traz uma série de orientações e instrumentos para os estudantes lutarem por seus direitos.
“Os estudantes estão organizados para reivindicar melhorias na qualidade do ensino e impedir os abusos dos empresários do setor. Milhares de vagas do ensino particular são atualmente subsidiadas pelo Estado e existe pouco controle ou garantia sobre a qualidade desse ensino. A universidade particular no Brasil precisa mudar urgentemente”, afirmou Carina.

domingo, 19 de junho de 2016

Lugar de mulher é… na militância política!

Notícias


A Cientista Social Ana Maria Prestes começou a sua militância no movimento estudantil secundarista, foi diretora da União da Juventude Socialista, integrou o Comitê Central do PCdoB e, atualmente, trabalha na Câmara dos Deputados; mãe de duas meninas, ela escreveu um livro em parceria com as filhas sobre o Dia Internacional das Mulheres e vai lança-lo via financiamento coletivo
O século já é o de número 21, mas ainda assim há homens que digam que mulheres não deveriam estar na política. Ana Prestes, 38 anos, Mestra e Doutora em Ciência Política pela UFMG, influenciada pela trajetória da avó e influência para as próprias filhas, quer que esse pensamento seja coisa do passado. Para isso, ela aposta no futuro, nas futuras gerações de mulheres que hoje ainda são meninas e refletem sobre o mundo à sua volta.
A partir do movimento estudantil secundarista, Ana conheceu o grêmio da sua escola, em Goiânia (GO) e, ainda adolescente, fez parte da UBES, desviando-se da rota traçada pelo ideal de construção da “bela, recatada e do lar” do imaginário coletivo. Hoje, é filiada ao PCdoB, comunista convicta, conectada com as lutas atuais do país e, ao mesmo tempo com a história de sua própria família. Ana é neta de Luiz Carlos Prestes e Maria do Carmo Ribeiro, militantes históricos do país e que têm suas vidas retratadas em livros, filmes, poemas, músicas e em outras partes do “folclore” da esquerda brasileira. (Veja aqui histórica entrevista de Luiz Carlos Prestes para o programa do Jô Soaresem 1988)


Ana nasceu em Moscou em 1977, época em que seus avós estavam exilados na ainda União Soviética por causa da perseguição da ditadura militar no Brasil. Foi lá que seu pai conheceu sua mãe, filha de Prestes. Ambos eram estudantes da Universidade Patrício Lumumba. Até os sete anos, Ana pode vivenciar a efervescência da “casa dos Prestes”, que recebida visitantes de todo o mundo por causa da figura do seu avô. Depois, voltou ao Brasil, para Goiânia, onde morou com a avó paterna.
“Nascer na `casa dos Prestes´ em Moscou foi algo que marcou toda minha trajetória. Acompanhei a vida do meu avô até os meus 12 anos, quando ele faleceu aos 92 no Rio de Janeiro. A casa era frequentada por artistas, intelectuais, dirigentes políticos de renome. Cresci muito admirada com todo aquele ambiente político e cultural no qual minha família estava inserida”, conta.
Ana com o avô Luiz Carlos Prestes
“Depois que meu avô faleceu, toda a minha admiração encontrou morada na figura de minha avó, Maria Prestes. Ela foi é minha maior referência de uma mulher de luta, feminista na essência”, relembra a sua maior inspiração. A avó de Ana virou uma referência também para as suas filhas: Helena, de dez anos, e Gabriela de seis. A bisavó é idolatrada pelas meninas, que têm um universo feminino e feminista bem forte em casa.
“Conversamos muito sobre mulheres que são referência nas artes, por exemplo, elas conhecem a biografia e a obra de Frida Kahlo, Tarsila do Amaral, Clarice Lispector. Também conversamos sobre quem foi Olga Benário e outras mulheres libertárias na política. Na escola, ambas são muito atentas e curiosas. Trazem várias questões para casa e debatemos, discutimos sobre tudo”, explica a mãe.

BEM-VINDA, MIRELA

Foi a partir de uma discussão em sala de aula levada para a casa que surgiu a ideia de escrever um livro junto com as suas filhas. Helena, a mais velha, tinha um “dever de casa”: falar sobre o oito de março, o Dia Internacional das Mulheres. A reflexão de Ana e de Helena sobre a necessidade de transportar o feminismo para o mundo e a linguagem das crianças acabou em um projeto inesperado, o livro “Mirela”, escrito em conjunto pelas duas e pela irmã mais nova, com ilustração de Vanja Freitas.
Para levantar recursos e publicar a obra, elas recorreram ao financiamento coletivo por meio do site Catarse, onde pretendem arrecadar R$10mil e distribuir 500 cópias. Falta pouco. A meta está quase alcançada. Segundo Ana, caso ultrapasse o valor, a ideia é imprimir mais exemplares do livro. Torcemos!
Saiba mais sobre o livro:


Confira abaixo mais um pouco do bate papo com a cientista política  Ana Maria Prestes:
A gente tem visto que outros livros para crianças lançados recentemente tratam do racismo e dos negros, da comunidade LGBT, do machismo e também das lutas populares. Ao mesmo tempo, isso gera uma reação conservadora, como ao livro distribuído pelo MEC que contemplava famílias de gays e lésbicas. Como você enxerga essa questão?
O que tenho observado, tanto através da minha profissão de cientista política e trabalhadora da Câmara dos Deputados, como da minha posição de mãe de aluna da escola pública, é um grande retrocesso. Existe uma onda conservadora que invadiu o Congresso Brasileiro e essa onda vem da sociedade. O aumento da influência de setores de igrejas pentecostais, por exemplo, e outras perspectivas conservadoras, que contaminam os debates sobre valores e costumes na sociedade chegou às escolas. Um exemplo disso foi a batalha para a aprovação do Plano Nacional da Educação em 2014 com o devido tratamento às abordagens escolares das questões de gênero. Prevaleceu o conservadorismo, infelizmente.
O que temos são bravas professoras e professores que tentam salvaguardar o espaço da sala de aula como um ambiente em que todos os debates e perspectivas são possíveis, sem segregacionismos e preconceitos. Temos também o movimento estudantil secundarista que enfrenta esta onda e trava uma batalha por respeito e igualdade dentro da escola.
A Internet, ao mesmo tempo em que ajuda um livro como o seu a chegar ao público é também um universo perigoso de destilação de ódio e ofensas racistas, machistas e LGBTfóbicas. Como você enxerga essa questão?
A internet é a ágora dos tempos modernos, ela é a praça pública das pequenas cidades, ela é o espaço de interação social do nosso tempo. Portanto, nela entra tudo, do mais nobre ao mais vil. Penso que devemos aprender a lidar com ela e suas idiossincrasias. Sem exaltar demais suas vantagens ou nos amedrontar com suas ameaças. Um desafio grande é ensinar as crianças a lidar com este ambiente virtual e preservá-las dos perigos, tal como as preservamos dos acidentes de trânsito ou outras formas de vulnerabilidade nos ambientes presenciais.

O livro Mirela despertou em você uma vontade de escrever mais para esse público? Tem alguma nova ideia em mente?
Por enquanto estamos focadas na captação de recursos para publicar este livro. Minhas meninas brincam: “Mãe, você vai fazer o Mirela e o Dia do Trabalhador? Mirela e o Dia da Criança? Mirela e o 7 de setembro… Mirela e o Carnaval…” e elas se divertem com as hipóteses e soltam a imaginação dando largas risadas. Acho que será muito divertido quando estivermos com o livro da Mirela no próximo 8 de março em mãos e pudermos dialogar com as crianças.
A Mirela, personagem do livro, é branca, cabelos lisos, tem as feições de uma princesa. Acha que faltam mais personagens negros, gordos, até mesmo feios e fora de todos os estereótipos nas obras para as crianças?
Sim. Fiz esta mesma reflexão assim que a ilustração ficou pronta. Quando a Mirela nasceu na minha cabeça ela era uma menina qualquer, que poderia ser baixa ou alta, gorda ou magra, branca ou negra… não pensei muito nisso. Pensei nas reflexões que uma menina entre seus sete e nove anos faz ao ser perguntada sobre a origem do Dia Internacional da Mulher. Nossa ilustradora, a Vanja Freitas, percebeu que a Mirela tinha um vínculo muito forte comigo, com a Helena e a Gabriela e me pediu que enviasse fotos minhas de quando era criança e também fotos das meninas. Ela se inspirou em nós três para desenhar a Mirela, tanto é que lá em casa há disputa entre as meninas para saber com quem a Mirela se parece, mas a Mirela poderia ter mil outras feições. Eu penso que nos últimos anos o mercado editorial infanto-juvenil rompeu vários estereótipos e diversificou seus personagens de acordo com a diversidade da nossa sociedade. Avançamos muito nesse aspecto se compararmos com poucas décadas para trás, mas ainda há muito para avançar.
Veio à tona, recentemente, um crime que fez reacender o debate sobre a cultura do estupro e a cultura do machismo. Como você viu esse caso e as reações machistas de algumas pessoas que culparam a vítima. Acha importante a escola debater também assuntos com a cultura do estupro?
O caso do estupro coletivo da jovem Beatriz funcionou como uma faísca em um palheiro. Fez explodir uma pauta que é latente na sociedade brasileira. Revelou como nossas instituições estão permeadas pela cultura do machismo. Revelou como nossa sociedade ainda precisa avançar em termos de reconhecimento da vulnerabilidade da mulher nas relações sociais, familiares, religiosas, nos ambiente de trabalho, estudo, lazer. A busca de justificativas, quase inconsciente por vezes, demonstra um tecido cultural formado por séculos de patriarcado, em que se “organizou” o lugar da mulher na sociedade. Nesta “organização”, reforçada pelo sistema de ensino, pelas religiões, pelas construções sociais, a mulher precisa seguir um código de conduta sob a pena de ser “expulsa do paraíso” caso busque sua emancipação e sua liberdade em relação ao seu corpo e sua vida.
O ambiente escolar precisa debater a cultura do estupro! O ambiente escolar precisa debater a cultura do machismo! Se já é difícil conversar com crianças sobre a sexualidade, imagine conversar sobre o que é estupro. É muito difícil sim introduzir este tema com crianças que ainda estão em formação do seu corpo, de sua identidade e sua individualidade. No entanto, não podemos deixar as crianças como se vivessem em bolhas e nem relegar aquelas que estão expostas à vulnerabilidade social como “estranhos no ninho”. Elas precisam saber que a violência sexual existe, tanto com meninas como com meninos. Elas precisam saber que existe uma violência direcionada à mulher e que precisamos lutar contra ela.
No último domingo, eu levei minhas filhas para uma marcha em Brasília na qual depositamos flores na estátua da justiça em frente ao STF, como demonstração de nossa indignação frente aos crimes bárbaros como o da menina Beatriz. Eu não precisei entrar em detalhes com elas sobre o que a Beatriz sofreu ou sobre o que é o estupro na prática, mas disse pra elas que estávamos lá para lutar por um país sem violência contra a mulher. Minha caçula, Bibi, de 6 anos, voltou pra casa cantando: “mexeu com uma, mexeu com todas, mexeu com uma…”
Fonte: UNE

Se não fosse o Prouni onde você estaria hoje?

Site da UNE conversou com estudantes beneficiários do programa durante a 1ª Conferência Nacional do Prouni, em São Paulo
Em tempos críticos de ameaça à democracia e à educação no país, o site da UNE fez uma pergunta aos estudantes prounistas presentes na 1ª Conferência Nacional do Prouni (Conap), que aconteceu nos dias 24 e 25 de maio na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo: se não fosse o Prouni onde você estaria hoje?
Entre as respostas, a certeza de não ter acesso a oportunidades de ensino ficou evidente. ”Estaria capinando na roça ou fazendo serviços gerais, mas estudar mesmo eu não estaria, relatou um dos entrevistados.
Em 24 de maio, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, afirmou que a proposta do governo interino de estabelecer um teto para os gastos públicos, limitado à inflação do ano anterior (ou seja, sem aumento real) limitará os gastos do governo federal com Saúde e Educação. Ou seja, mais cortes na educação e consequentemente nos programas de acesso.
Para a UNE, essa ação configura um detestável ataque aos programas sociais da educação que, nos últimos anos permitiram avanços inéditos na democratização do acesso e na correção das desigualdades históricas deste setor.
Defender o Prouni é defender o acesso à educação. Assista ao vídeo:

sexta-feira, 17 de junho de 2016

SOCIALISMO COM NOSSA CARA!

"HÁ TEMPOS SÃO JOVENS QUE ADOECEM!"
Legião Urbana
1. Nos bancos das escolas e universidades, no cotidiano do trabalho das fábricas e repartições, nas periferias, no duro ofício de lavrar a terra, nas praças, ruas, palcos, quartéis, campos, praias e festas dizemos: Presente!
2. Somos milhões de faces que dão a cara jovem ao Brasil. Somos socialistas porque, somos jovens e andamos abraçados com o futuro e a busca da felicidade – desejos que são diariamente frustrados nessa sociedade capitalista que não tem perspectiva e só nos oferece a desilusão e a exploração.
  • 3. Aqui no Brasil somos discriminados e postos de escanteio. Amargamos o não aproveitamento do melhor de nossa criatividade e energia na imensa fila dos desempregados. A placa de “NÃO HÁ VAGAS” é a senha de nossa exclusão e marginalização. Somos milhões que não têm acesso às universidades ou a nenhuma forma de ensino profissionalizante. O analfabetismo ainda atinge muitos de nós. Nas escolas e universidades encontramos um ensino elitista, atrasado e conservador, sem investimentos e democracia.

4. Toda a nossa história e a nossa cultura expressadas em incalculáveis prosas e versos, em livros e nas artes, que constituem um fantástico patrimônio cultural, inclusive já encenadas no cinema, teatro e televisão, não são acessíveis a todos. No Brasil, permanece o monopólio dos meios de comunicação, que não permitem a expressão da cultura popular e a propagação de idéias e da pluralidade.
5. Para nós, oferecem o individualismo, a discriminação e a exclusão social. As drogas, além de serem tratadas como crime, são lembradas somente nos telejornais, persistindo a absurda ausência de uma mínima política de Estado capaz de tratar o problema como uma questão de saúde pública, o que acaba somente por enriquecer os capitalistas e o tráfico.
6. Nossas cidades não nos oferecem espaços públicos de esporte e lazer, não temos acesso à mobilidade urbana e ainda enfrentamos graves problemas de moradia. Nas periferias falta segurança pública e a realização de outros direitos fundamentais para o nosso desenvolvimento pleno. A insegurança toma conta dos grandes centros. Esse meio não nos interessa, não nos satisfaz, queremos cidades capazes de incluir a todos sem discriminação de crença, cor, gênero e classe social.
7. Queremos acesso à saúde pública de qualidade e universal. Somente assim combateremos as epidemias e as doenças que atingem a parcela mais necessitada de nosso povo. Não queremos enriquecer a indústria farmacêutica nem o oligopólio dos planos de saúde privada. É preciso investir em saúde preventiva e em qualidade de vida.
8. Nossa sexualidade precisa ser respeitada, livre de dogmas e de visões conservadoras. Não nos oferecem educação sexual nas escolas e não temos acesso a métodos contra conceptivos. São milhares de jovens que enfrentam uma gravidez sem nenhuma proteção e acompanhamento. Por ser tratado como crime e não como problema de saúde pública, o aborto em clínicas de fundo de quintal acaba sendo a única alternativa para interromper uma gravidez precoce e indesejada. Muitos jovens são vitimados pela Aids, por falta de informações e meios de prevenção. No Brasil, a sexualidade é banalizada e reproduz o machismo e a homofobia.
9. Nosso meio ambiente é vítima da insanidade capitalista que o degrada, polui e destrói. O Brasil do futuro depende do equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação das nossas riquezas naturais.
"QUEM QUER MANTER A ORDEM!"
Titãs
10. Os donos do poder afirmam que vivemos uma democracia porque temos eleições. Escondem que as regras dessa ordem só servem para os que têm poder financeiro.
11. Essa democracia nos discrimina não nos ouve e não nos serve. Somos considerados o futuro e, no presente, não temos espaço para opinar, participar e decidir. Mesmo esta falsa democracia cada vez mais é atacada e limitada.
12. A violência nos persegue o tempo todo. Muitos dos nossos nos ferem ou se matam em disputa entre gangues, ou são espancados pelos próprios pais.
13. Outros recebem uma bala perdida ou são vítimas de assalto ou perseguição. No capitalismo não temos paz.
14. Nossa liberdade é extremamente vigiada e reprimida. As elites e os meios de comunicação discriminam o negro, tratando-o como escravo “moderno” e deformando sua história. Às mulheres não dão igualdade de direito e não entendem sua realidade e suas diferenças. A homossexualidade é tratada como doença e não como livre orientação sexual. Preconceito e discriminação são as marcas do nosso tempo.
"QUE PAÍS É ESSE!"
Legião Urbana
15. Com um povo criativo, num vasto território e riqueza de fazer inveja, nosso gigante viveu por séculos ajoelhado. O Brasil ainda precisa avançar na sua independência em relação aos países imperialistas, em especial os Estados Unidos.
16. O que move a chamada globalização é a busca do lucro, o desejo de acabar com a soberania dos países, explorar seus trabalhadores, destruir suas culturas e anexar suas riquezas. Conduzido neste rumo em décadas de submissão, nosso Brasil viu sua bandeira pisoteada, sua independência destruída e seu futuro comprometido.
"QUERO VER QUEM PAGA PRA GENTE FICAR ASSIM"
Cazuza
17. Nossa história está marcada pelo atraso e pela subordinação extrema. Portugal, Inglaterra e Estados Unidos, foram eles, ao longo do tempo, que promoveram a escravidão, a monocultura, o atraso industrial, o desenvolvimento dependente e, mais recentemente, a tentativa de desindustrialização e da transformação do nosso em mercado de bugiganga.18. Mas não foram eles os únicos responsáveis por esta triste história e pelo rumo atual. Os latifundiários, praga secular do nosso país, sempre sustentaram este rumo através da violência e do coronelismo político.
19. A chamada burguesia brasileira, incompetente e adepta do projeto imperialista, em sua maioria, sempre se subordinou aos interesses de seus patrões e de seus subordinados externos. O capital financeiro aqui já surgiu ligado aos grupos monopolistas estrangeiros.
"HOMEM PRIMATA, CAPITALISMO SELVAGEM"
Titãs
20. Se o capitalismo em nosso país é trágico para o povo, no mundo não é diferente. Em sua fúria exploratória tenta fazer do mundo inteiro um vasto campo para sua ganância. Proprietários da tecnologia fazem suas mercadorias e capitais percorrerem o mundo com velocidade. Trilhões de dólares circulam nos sistemas financeiros como nuvens por todo o globo, vivendo somente da especulação e do roubo.
21. Globalizado o capitalismo, globalizada a exclusão capitalista, que arrasta milhões para a miséria, as doenças, a fome e a morte. Globalizado o capitalismo, globalizado o caráter desumano, cruel e ineficiente. Globalizada a necessidade de superá-lo, de pôr fim nesta barbárie “moderna”.
"...CARRO ALEGRE, CHEIO DE GENTE CONTENTE..."
Carlos Drumnond de Andrade
22. Assim é a história: a juventude e os povos do mundo não se calam diante do caos capitalista. Em todos os continentes se levantam vozes e punhos contra o capitalismo e seus males. Exigem direitos sociais, defendem seu país, sua liberdade e assim, de dedo em riste, encaram o capitalismo, negador dos seus anseios.
23. luta gerou em 1848, pelas mãos dos jovens alemães, Karl Marx e Friedrich Engels, o Manifesto do Partido Comunista, programa básico de luta contra o capitalismo e em defesa do Socialismo. Programa que até A história do capitalismo é também a história de resistência à exploração e de defesa de outra sociedade. Esta hoje nos inspira. Em 1917, sob o comando de Lênin e outros revolucionários, o Socialismo provou, na velha Rússia, que o capitalismo não é eterno. Em poucas décadas o Socialismo alterou a face do mundo, levando à construção da União Soviética e à vitória de vários povos do Leste Europeu e da Ásia. Nestas suas primeiras experiências históricas provou que é superior ao capitalismo ao oferecer direitos sociais e uma nova perspectiva de vida para a humanidade, mesmo vivendo sob o constante cerco capitalista. Jamais um país enfrentou tantas agressões. E, ainda assim, foi a URSS que derrotou a agressão nazista, perdendo 22 milhões de patriotas, abrindo uma época de mais direitos sociais, democracia e o fim do colonialismo.
24. No entanto, o povo, força principal da revolução, foi perdendo protagonismo. A democracia e a liberdade foram se reduzindo para os trabalhadores e a juventude. A vida cultural e científica passou a ser tratada com oficialismo, fatores que desarmaram as forças revolucionárias, levando ao fim deste primeiro ciclo socialista na URSS e no Leste Europeu. Mas o tempo não pára. A resistência e a evolução do Socialismo na China, em Cuba, no Vietnã e outros países, junto com a luta dos povos em todo o mundo, abrem caminhos da nova luta pelo Socialismo, em especial na Ásia e na América Latina.
25. Esses reveses, nas primeiras experiências socialistas, revelam erros e mostram a necessidade de aprimorarmos mais seu projeto. A construção do Socialismo está apenas no começo. Hoje perseguimos a edificação de um novo tempo, humanizado, igualitário, que constituirá as bases do Socialismo em nosso século. No Socialismo com a nossa cara, o Brasil experimentará a sua própria experiência, construída a partir da nossa própria história.
"CANTA, CANTA, MINHA GENTE/DEIXA A TRISTEZA PRA LÁ/ CANTA FORTE, CANTA ALTO/QUE A VIDA VAI MELHORAR..."
Martinho da Vila
26. Temos alegria e rebeldia para derrotarmos a face velha e capitalista do Brasil e em seu lugar colocarmos o Socialismo com a nossa cara. O Brasil socialista que queremos terá um poder popular, uma República de trabalhadores que acabará com a exploração e nele haverá a verdadeira liberdade e a mais ampla democracia para o povo e para a juventude.
27. O ser humano, como seu primeiro objetivo, será libertário e criativo, incentivando o conhecimento e a transformação, será justo e igualitário. A terra e as empresas trarão benefícios para todos e não somente para um punhado de capitalistas. O trabalho passará a ser um valor fundamental do desenvolvimento humano. Nosso país socialista se relacionará com o mundo de forma independente, respeitando a autonomia dos outros povos. Romperemos as amarras que nos mantiveram tanto tempo de costas para o nosso continente e finalmente assumiremos nossa identidade latino-americana.
28. Nosso povo, internacionalista, apoiará as lutas de outros povos por um mundo melhor. No Brasil socialista, nós jovens seremos considerados uma força presente e nele conquistaremos o espaço para discutir, participar e decidir sobre nossos interesses e sobre o rumo do país.
 "OS MENINOS E O POVO NO PODER..."
Milton Nascimento e Fernando Brant
29. Não queremos fórmulas. O nosso Socialismo será verde e amarelo, tocará viola, fará hip-hop, dançará samba e rock. Fará carnaval e jogará futebol. Será construído a partir de nossa realidade e caminhos que nós descortinaremos.
30. Beberá da experiência da história da luta do nosso povo. Terá o vigor dos versos abolicionistas de Castro Alves, a revolta de Zumbi, o desejo de liberdade de Tiradentes, a bravura de Helenira Rezende, de Osvaldão e dos guerrilheiros do Araguaia, o hino democrático das Diretas Já, a cara jovem e pintada do Fora Collor, e a alegria dos que comemoraram a chegada de forças políticas oriundas dos partidos populares e dos movimentos sociais ao governo do país. Guardará a lembrança daqueles que ontem resistiram e hoje resistem ao neoliberalismo e que carregam consigo a bandeira da esperança e a certeza de que o futuro nos pertence.
31. Beberá também da história da nossa América Latina, da vontade de unidade que moveu Bolivar, da revolução camponesa de Zapata, da luta de Sandino, do exemplo de dedicação e combatividade de Ernesto Che Guevara.
32. Nele, conquistaremos emprego digno, ensino público e gratuito, de qualidade, para todos, em todos os níveis. Nele garantiremos acesso à arte produzida em nosso país e no mundo. Lutaremos por uma nova cultura, progressista, popular e brasileira, por incentivos e espaços aos nossos artistas. A ciência e a tecnologia deverão ser desenvolvidas e utilizadas para nossos interesses, não para generalizar desemprego, destruir a natureza ou produzir armas e guerra.
33. Queremos que esporte e lazer façam parte do nosso cotidiano e que tenhamos facilidade para viajar para todos os lugares de nosso país.
34. Os grupos de extermínio terão que acabar e a polícia, ao invés de nos perseguir, vai ter que prender aqueles que destroem a natureza, que roubam o dinheiro do povo, que vendem a droga e promovem a prostituição.
35. Brasileiro, formado pelas várias etnias que se somaram e criaram um povo novo, nosso Socialismo terá de acabar de fato com a discriminação e os preconceitos de toda a espécie. Nele exigiremos direito à saúde, à habitação e ao futuro. A natureza será protegida como será protegido o nosso povo. Nossa infância terá atenção e em vez de viver jogada pelas ruas, terá o direito de brincar e de crescer sorrindo. Ajudaremos a acabar com o analfabetismo e com a ignorância. O povo aprenderá a linguagem dos computadores e da Internet, mas não deixará de lado o seu hábito de diálogo franco e seu contato social permanente. Queremos que TVs, Rádios, Cinemas e todos os meios de comunicação deixem de ser instrumentos de quadrilhas e sirvam aos nossos interesses.
36. Parece utopia, mas é plenamente realizável. Nós transformaremos a face do Brasil. Nunca negamos nossa rebeldia e força para as grandes transformações. A revolução que queremos exige muita luta. Não será obra fácil. De sua edificação terão que participar os trabalhadores do campo e da cidade, a juventude, os artistas e as personalidades populares. A união popular será a arma principal para vencermos. Dela deverão participar os sindicatos, as entidades estudantis e todas as organizações do povo. Os partidos do povo, unidos, deverão também fazer parte de uma ampla frente por uma vida nova.
"O HOMEM COLETIVO SENTE A NECESSIDADE DE LUTAR" - Chico Science
37. É para construir essa vida nova que te convidamos. A solidão não cabe para nós, pois vivemos a luta deste tempo – cruel sim, mas também desafiador. Juntos escreveremos a história desse novo Brasil que desejamos.

38. Aqui, na União da Juventude Socialista, vão se encontrar as bandeiras vermelhas, verde-amarelas e os nossos anseios, nossa rebeldia, nossa solidariedade e a luta diária pelo Socialismo. Não nascemos para o silêncio, nascemos para cantar e viver outra vida, melhor e mais justa. Assim será a república de trabalhadores que ajudaremos a construir. Nela estarão “os meninos e o povo no poder…”. Nela estará hasteada bem alta a bandeira do Socialismo e, nas faces, estampada a nossa alegria.
Fonte: UJS Nacional