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quinta-feira, 24 de março de 2016

7º EME marca 13 anos da Diretoria de Mulheres da UNE

Em 2016 a 7ª edição do encontro que começa nesta sexta-feira (25/3) e vai até dia (27) vai coroar o Encontro de Mulheres da UNE como um dos principais fóruns da entidade
Nos últimos 13 anos, a organização das mulheres estudantes a partir da diretoria de Mulheres da UNE tem se ampliado e provocado alterações no interior da entidade.  Desde 2003 a diretoria se tornou um instrumento de auto-organização das mulheres estudantes. No momento em que prevalecia o discurso triunfalista que afirma que as mulheres chegaram ao “seu lugar”, as mulheres estudantes se organizaram para evidenciar a presença do machismo na universidade.
Em 2004, fruto da reação das estudantes ao machismo presente em diversos espaços do movimento estudantil, as mulheres se organizaram para que a UNE aprovasse a realização de um Encontro de Mulheres Estudantes (EME). Deste então, os EMEs tem se constituído como um instrumento de organização da ação feminista nas universidades, parte de um processo permanente de construção do feminismo pelas estudantes, que discute, propõe e encaminha políticas de combate à desigualdade.
Este ano, a sétima edição do encontro que começa nesta quinta-feira (25/3) e vai até dia (27) vai coroar o Encontro de Mulheres da UNE como um dos principais fóruns da entidade com a participação de mais de 2 mil estudantes. Diante de uma conjuntura de democracia ameaçada, “A Cultura Feminista mudando o Brasil”, tema do evento, vai reafirmar a força  e a centralidade das mulheres na construção de um Brasil e um mundo mais justo.

1º EME EM 2005

O 1º EME da UNE, em São Paulo em 2005, foi uma iniciativa das estudantes que se organizaram de coletivamente para dar resposta ao machismo dentro da universidade e dentro do movimento estudantil. Cerca de 160 mulheres participaram deste Encontro, que foi importante para a identificação dos diversos instrumentos do machismo, e que teve como principais resultados a afirmação da auto- organização das mulheres, a criação de uma série de coletivos de mulheres estudantes nas universidades e a identificação das estudantes com o movimento feminista. O I EME foi realizado nas vésperas do dia 8 de março de 2005, e as estudantes puderam participar da manifestação nacional, com mais de 30 mil mulheres nas ruas de São Paulo.

2º EME EM 2007

O 2º EME, no Rio de Janeiro, em 2007, foi quase três vezes maior, resultado da ação permanente dos coletivos feministas, que tiveram capacidade de organizar delegações de todas as regiões do país. As oficinas foram espaços para trocar experiências entre os coletivos, como a confecção de zines, as batucadas e as ações diretas. Neste encontro, as estudantes se posicionaram frente a uma das principais agendas políticas do feminismo e aprovaram a Campanha da UNE pela Legalização do Aborto, que marcou a gestão de 2007 a 2009. Nesta mesma gestão, a diretoria de mulheres também tornou esse um debate prioritário durante a Caravana da Saúde da UNE, espaço privilegiado para o debate nas universidades.

3º EME EM 2009

O 3º EME, em 2009, em Belo Horizonte, teve como mote “As mulheres transformando a universidade” e aprofundou os debates, contribuindo para avançar na elaboração sobre a universidade em uma perspectiva feminista. Essa campanha propôs o debate das diferentes faces do machismo e da opressão dentro da universidade; a necessidade de políticas de assistência estudantil para as estudantes; a crítica à educação que reproduz a opressão e a desigualdade; as pesquisas que não servem aos interesses da população, e as- sim das mulheres, mas aos interesses do capital; além de debater o machismo no movimento estudantil e os espaços de poder nas instituições de ensino. As estudantes aprovaram um documento que estabelece um método para que a entidade trate os casos de violência sexista, que infelizmente ainda são frequentes no movimento estudantil.

4º EME EM 2011

O 4º EME foi realizado, em Salvador, entre os dias 21 a 24 de abril, reuniu cerca de 700 mulheres estudantes de todo o Brasil, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), campus Ondina. Com a temática “Ô abre alas que as mulheres vão passar”, o 4º EME tratou das históricas bandeiras de luta do movimento estudantil tendo sempre enfoque nas lutas das mulheres. Dentre os temas importantes se destacaram a assistência estudantil, aborto e a inserção das mulheres na política.

Reunidas em Salvador as estudantes aprovaram a incorporação do debate da reforma política entre suas principais tarefas além da luta por creches universitárias em tempo integral, nossa construção pelo feminismo antirracista, o cumprimento de 30% de cotas para as mulheres na diretoria executiva e no pleno da entidade e a continuidade e aprofundamento da luta pela legalização do aborto.

5º EME EM 2013

O 5º EME foi realizado em Camaçari, na Bahia, entre os dias 29 e 31 de Março de 2013. Ao reconhecerem a trajetória de mulheres na UNE, que abriram muitas portas e apontaram muitos caminhos, o EME de 2013 teve o papel de dar continuidade as nossas lutas e lançar novos desafios. Portanto, pela nossa caminhada de luta e perspectiva de construir maiores avanços, o V EME reafirmou a luta da UNE pela igualdade, a luta feminista e declarou em alto e bom som que, para mudar a universidade: #SomosTodasFeministas. Nesse encontro as mulheres da UNE enraizaram nossas campanhas periódicas: “pelo fim dos trotes machistas” , “pela criação de creches” e reafirmou a campanha pela legalização do aborto, iniciada na gestão de 2007.
Em Camaçari, as estudantes reforçaram o entendimento do machismo como um pilar que estrutura e organiza o neoliberalismo. Por isso, apontaram a construção do feminismo, a luta das mulheres pela igualdade, para mudar o sistema que vivemos. Meninas de todo país reunidas, levaram para casa a tarefa de protagonizar debates importantes na disputa de valores da juventude brasileira. Foi colocado também na agenda a luta a democratização da mídia, contra a mídia sexista e por uma reforma política que inclua verdadeiramente as mulheres. Outro ponto importante do 5º EME foi o aprofundamento das lutas das mulheres contra a mercantilização dos nossos corpo e vidas e a visibilidade da luta das mulheres negras. Esse EME ao aprofundar a luta contra o racismo construiu também novas agendas específicas sobre o tema.

6º EME EM 2015

O 6º EME da UNE realizado de 01 a 03 de maio 2015 celebrou 10 anos da diretoria de Mulheres da UNE em Curitiba no Paraná. As estudantes discutiram a necessidade de avançar ainda mais para dentro da própria UNE empoderando ainda mais mulheres nos espaços de decisão política da entidade. Por isso, reivindicaram a resolução estatutária de paridade de composição para a gestão, executiva e plena da UNE e apontaram também, a necessidade de construir esse orientação com sua rede de UEEs, DCEs, DAs e CAs. O encontro também discutiu a violência dentro as universidades desde os trotes machistas até o assédio em sala de aula e grupos de pesquisa. A luta por democracia contra retrocessos sociais também permeou os debates que refletiram como esses reveses podem ter efeitos perversos na vida das mulheres e na urgência pela reforma política para garantir uma representação feminina conectada com os anseios das feministas.
Os EMEs vêm se consolidando como um espaço importante para o fortalecimento da diretoria de Mulheres da UNE, com a definição coletiva de sua agenda e ações. Sua organização e realização expressa uma nova cultura política no movimento estudantil, baseada na construção de consensos entre o conjunto das estudantes presentes no encontro. A formação feminista e a elaboração de agendas comuns de luta fortalecem a intervenção das mulheres nos demais espaços da entidade, como os Congressos da UNE.
Além dos Encontros realizados a cada dois anos, as estudantes têm construído uma prática política de auto-organização em distintos espaços, através de plenárias de mulheres nos fóruns da entidade.
Estes processos têm contribuído para constituir as mulheres estudantes como um sujeito coletivo, afirmando o feminismo como agenda permanente nas lutas estudantis.

Fonte: UNE

Por mais mulheres na política

Representação feminina no poder ainda não acompanha o crescimento visto em outras áreas, como a universidade
Embora as mulheres configurem 52% do eleitorado brasileiro, a representatividade nas urnas não corresponde à atual participação delas na política. Com 51 deputadas eleitas em 2014, a bancada feminina da Câmara dos Deputados pouco cresceu em relação às eleições de 2010, quando 45 mulheres foram escolhidas.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre os 513 deputados pertencentes a essa legislatura somente 8,77% são mulheres. Já nas universidades elas são maioria. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o percentual médio de ingresso de alunas até 2013 foi de 55% do total em cursos de graduação presenciais. Se o recorte for feito por concluintes, o índice sobe para 60%.
Para a diretora de mulheres da UNE, Bruna Rocha, os espaços políticos hoje têm incorporado em sua estrutura o mesmo patriarcado identificado em relações pessoais e em espaços públicos em geral, para a manutenção do poder e domínio dos homens sobre as mulheres. ‘’O Congresso tem colocado em pauta projetos que retrocedem em direitos já garantidos por lei às mulheres, como o aborto em casos de estupro. Isso apenas fomenta o controle sobre o nosso corpo’’, disse.
Visando assegurar a participação feminina, o artigo 10, §3º, da Lei 9.504/97 estabelece a cota eleitoral de gênero. Alterado pela reforma eleitoral de 2009 (Lei 12.034/09), o dispositivo dispõe que: “Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo”.
No entanto, de acordo com os pesquisadores do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), de Brasília, os partidos “somente cumprem as cotas de 30% previstas em lei” e o resultado é que as candidatas pretas, pardas e indígenas “permanecem invisibilizadas entre as candidaturas majoritárias.”
Em entrevista ao Portal da Câmara, a deputada reeleita Jô Moraes (PCdoB-MG) afirmou que é preciso uma reforma política que democratize a presença da mulher no Parlamento. As cotas, segundo ela, não geram o resultado desejado porque não são preenchidas com antecedência. “Elas são feitas de última hora, para os partidos políticos apenas cumprirem a exigência legal”, criticou.

REFORMAR PARA AVANÇAR

A sub-representação das mulheres na esfera política se mostra claramente como uma falha estrutural a ser combatida. Neste contexto, a alternância de gênero nas listas partidárias é uma das propostas contidas no Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Reforma Política Democrática e Eleições Limpas que a UNE, OAB, CNBB e diversas entidades do movimento social apoiam.
A alternância de gênero prevista no projeto de Lei da Reforma Política Democrática visa à destinação de 50% das vagas de candidatos para as mulheres e estabelece também que o partido ou coligação que apresentar candidato ou candidata incluído em movimentos sociais terá acrescido em 3% sua participação no Fundo Democrático de Campanha.
Para saber mais sobre o projeto, acesse – http://www.reformapoliticademocratica.org.br/conheca-o-projeto/

7º EME

O 7º Encontro de Mulheres Estudantes da UNE (EME) que acontece de 25 a 27 de março na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, é um importante espaço de discussão política para as jovens estudantes.
Nesta edição estarão presentes as deputadas federais Jandira Feghali, Alice Portugal e Benedita da Silva e também mulheres que participaram do mivomento estudantil e hoje fazem a diferença em espaços políticos, como a ex-vice da UNE, Clarissa Cunha e a ex-diretora de mulheres da UNE, Camila Moreno.
Fonte: UNE

Movimentos sociais saem em defesa da democracia em atos dia 24 e dia 31

UNE, UBES e ANPG compõe frentes que defendem o pré-sal e a Petrobras, contra o impeachment e pelo Fora Cunha.
Depois de do histórico ato do dia 18 de março, em que milhões de pessoas foram as ruas para defender a legalidade democrática do Brasil, os setores progressistas e movimentos sociais marcaram mais uma grande manifestação. No próxima quinta-feira, dia 24 de março, a Frente Povo Sem Medo convoca todos e todas para se reunirem no Largo da Batata, Zona Oeste da capital paulista, a partir das 17h.
Para as entidades que compõe a Frente como o MTST, CUT, UNE, UBES e ANPG o momento de vigilância e pressão é crucial para garantias constitucionais e das liberdades democráticas.
“(…) não ficaremos calados e acovardados ante as ameaças ao que temos de democracia no Brasil. O ataque não é somente contra o PT. É contra o que quer que seja de esquerda neste país. Querem aniquilar o movimento social. Querem impor um ambiente de intolerância e linchamento, onde não há espaço para o pensamento e a ação críticos. A solução que a direita brasileira propõe representa ainda o aprofundamento dos ataques a direitos sociais e trabalhistas”, diz trecho da convocatória.
A manifestação também vai mobilizar a sociedade para participar do grande ato no dia 31 de março em Brasília. Nesta data as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo promovem conjuntamente o Dia Nacional de Mobilização, com uma Marcha a Brasília, além de manifestações em várias cidades brasileiras. O encontro vai reivindicar entra outras pautas defesa do pré-sal da Petrobras, contra o impeachment; e o Fora Cunha.
De acordo com Camila Lanes, presidenta da UBES, o dia 31 representa a luta em defesa da democracia e por mais direitos. “No dia 28 de março de 1968, o estudante Edson Luís, foi morto pela falta de democracia no nosso país. Por isso, o dia 31 tem como caráter defender a nossa democracia e reivindicar mais avanços para o país conseguir sair dessa situação social e econômica, defender o Pré-sal, a Petrobras e acima de tudo pautar nas ruas que as pessoas devem respeitar o voto do povo nas últimas eleições e se quisermos combater a corrupção, devemos participar do projeto que foi eleito e principalmente respeitar a democracia”, afirma Camila Lanes, presidenta da UBES.

SERVIÇO:

São Paulo
O que? Grande Ato em defesa da democracia.
Quando? Quinta-feira, 24 de março.
Onde? Largo da Batata, a partir das 17h.
Confirme presença no evento aqui>
Brasília
O que? Dia Nacional de Mobilização.
Quando? Quinta-feira, 31 de março.
Onde? A partir das 9h no Estádio Mané Garrincha.
Confirme presença no evento aqui >
Fonte: UBES

Estudantes lutam por banheiro unissex em escola do Rio Grande do Sul

Com a intenção de desconstruir o machismo e a segregação de gênero, um projeto piloto será enviado à Secretaria de Educação .
Tudo começou com uma brincadeira, que acabou virando papo sério no Instituto Estadual Rio Branco, em Porto Alegre (RS). Sem indicação de uso na porta do banheiro, os estudantes confeccionaram uma placa artesanal escrito “unissex”. Mesmo questionados pela vice-diretora, que retirou a placa, os secundaristas democratizaram o acesso ao local e a experiência foi positiva.
No último dia 11 de março, um debate com professores, direção escolar e as turmas decidiu por meio de votação a experiência de utilização de um banheiro unissex em um dos prédios da instituição. A ideia dos estudantes é criar um projeto piloto que será apresentado à Secretaria de Educação. A proposta inicial é que a utilização compartilhada do banheiro seja realizada somente no andar das turmas do 3º ano do ensino médio durante um semestre, período em que o experimento deverá ser amplamente debatido com todas as classes.
A secundarista Giovana de Souza diz que a experiência tem dado certo. “A escola é um espaço de desconstrução das diferenças, ainda mais em nossa sociedade machista que incentiva essa segregação de gênero. Nosso projeto do banheiro unissex surgiu para inclusão e pelo respeito aos estudantes transgêneros e LGBT’s que se sentem constrangidos e oprimidos”, explica.
QUEBRANDO O TABU
Apesar de grande resistência dos setores conservadores que tem barrado por todo país a inclusão da discussão de gênero e sexualidade nos planos municipais de educação, o debate de pautas desse tipo tem ganhado cada vez mais força nas salas de aula, como aconteceu no movimento “Vai ter shortinho sim!”.
“Nossa vontade é quebrar tabus, e nossa experiência mostra que deu certo. Os estudantes não podem reproduzir machismo, e a questão do banheiro é uma forma concreta de desconstruir essas coisas”, finaliza Giovana.
Para diretora de Comunicação da UBES, Fabíola Loguercio, que também veio das salas de aula gaúchas, essa é uma bandeira essencial do movimento secundarista. “Os estudantes sabem que é responsabilidade do Estado garantir, através da educação, o respeito e o diálogo  por essas demandas. Não respeitá-las significa fortalecer mecanismos reprodutores de preconceitos a que a educação brasileira é submetida há anos”, critica.
Fonte: UBES

sábado, 19 de março de 2016

Dia 18: secundaristas e professores em luta

Estudantes e profissionais da educação saem às ruas de São Paulo em defesa da democracia
por Suevelin Cinti.
Palco histórico da luta em defesa da educação, a Avenida Paulista volta a ser ocupada pelos estudantes e professores, dessa vez, bradando ao lado dos movimentos sociais em defesa da democracia.
No “Ato em defesa da democracia, dos direitos sociais e contra o golpe”, eles já se somam a milhares de trabalhadores que são contra o golpe e a manipulação da mídia.

SECUNDARISTAS NA LINHA DE FRENTE

Muitos secundaristas que vieram defender a democracia nesta sexta-feira (18) já protagonizaram uma das maiores mobilizações dos últimos tempos, como a jovem Agata Cristian, 19. Ela ocupou uma das 221 escolas públicas em repúdio à imposição do governador Geraldo Alckmin que ameaçava fechar 94 instituições e reorganizar a rede pública sem nenhum diálogo com a comunidade escolar.
“Ocupei a minha escola, o Emygdio de Barros, na zona oeste. Foi uma experiência sem comparação, lutando pelo que nunca tivemos. Nas manifestações apanhamos muito da polícia, vários repórteres me chamaram de vândala, só mostravam a parte que a gente era reprimido pela polícia e nunca nossos cartazes não apareciam”, disse criticando a repressão e a seletividade da mídia.
Georgia Carrera, 19, também relembrou tempos de muita repressão durante a ocupação de sua escola, o colégio Fernão Dias. “O governo mandou cortar a água e a luz, fechamos as avenidas com carteiras para protestar. Lutar mais uma vez é importante, está se repetindo o que vivemos há 30 anos, precisamos ter força porque a juventude é a parte mais importante. Somos o futuro, queremos mudar e ir em frente”, afirmou.
Da mesma maneira, o estudante da escola Ciridião Buarque, Valdemir Junior, justifica sua presença na manifestação. “Antes da ditadura, a juventude já se organizava, esse é mais um momento, pensando num projeto de governo que garanta nosso direito de entrar na universidade”, defendeu.

PROFESSORES PELA DEMOCRACIA

Depois de um ano de muitas greves e falta de diálogo por parte do governo, diversos professores também foram ao ato defender o direito democrático de lutar pela educação. “Precisamos pensar no Brasil como democracia, país onde todos tenham voz e direitos. Também estamos aqui lutando pelo futuro da educação, que na realidade, está abandonada pelo governo paulista há muito tempo”, ressaltou a professora Yara Gomes, 30.
A professora aposentada, Nádia Maria da Silva, 53, veio de São José dos Campos para compor o ato na capital. “Estamos com o coração apertado quando escutamos tantas mentiras de uma imprensa que não fala a verdade, e a importância maior deste ato é garantir a verdade. O professor também é um formador de opinião, é um trabalho fundamental para ensinar o respeito e o direito dos outros”, explicou.
Ocupar as ruas neste momento de efervescência política é um dever cívico para os profissionais da educação, diz a professora, Marlene Nery. “É um momento histórico, cada pessoa que se identifica com a voz do povo está aqui hoje para somar nessa voz e dizer que não vai ter golpe”, concluiu.
Fonte: UNE

Dia 18: Avenida Paulista de todas as cores

No ato pela democracia, manifestantes LGBTS saem em defesa da diversidade
Nem só branco. Nem só verde. Nem só vermelho ou amarelo. O ato em defesa da democracia desta sexta-feira (18/3) na Avenida Paulista, em São Paulo, foi de todas as cores. Isso porque manifestantes LGBTS ocuparam a rua para também defender a diversidade.
Leonardo Lima, estudante de 17 anos, chamou atenção para o crescimento das pautas conservadoras e o quanto isso pode ser prejudicial à comunidade LGBT. ” Nesse momento de forte ataque à democracia despontam figuras como Bolsonaro, Marcos Feliciano, Silas Malafaia. A gente sabe que com a ascensão dos fundamentalistas os LGBTS são os primeiros a ser atacados. Por isso estou na rua. É preciso avançar nas conquistas de direitos”, falou.
No último ano do governo Lula, o Ministério da Fazenda, através de uma portaria, estendeu o direito de declaração conjunta para casais homossexuais, inclusive para fins de Imposto de Renda.
Foi durante seu último mandato também que se viabilizou a 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT, realizada em junho de 2008, que contou com a presença do ex-presidente durante o evento de abertura.
”É importante que a gente esteja aqui como classe porque a democracia é o unico espaço em que a gente vai conseguir continuar disputando as nossas pautas, tanto em termos de direito quanto em termos de alteração de cultura. Não tem espaço pra gente debater esse tipo de coisa em qualquer outro tipo de governo, muito menos num governo conservador”, ressaltou a youtuber Débora Baldin, do Canal das Bee.

Dia 18: poder para o povo preto!

Em São Paulo, ato de hoje se contrapõe totalmente ao dia 13 de março em representatividade
Por Sara Puerta
Se de um lado precisamos avançar muito mais em políticas públicas para a população negra e aprofundar o debate racial, por outro lado, os 40% de negros a mais em universidades nos últimos dez anos são motivo de comemoração e chega a dar arrepios quando se fala em retroceder, retirando da agenda política esses direitos.
Presentes na concentração do ato de hoje, Joyce Dúbio, tratou de marcar presença para representar o povo preto em defesa da democracia e contra qualquer golpe. “ A elite se revolta com políticas sociais, e se arma apontando que só nesse governo existe corrupção. Para nós, os últimos doze anos de governos foram os únicos em que foram apresentadas propostas e avanços para a população negra. E se hoje temos mais negros na universidade é por conta das cotas, do ProUni e do SISU. Por isso, repito: haverá resistência sobre qualquer ameaça de golpe”, disse.
Débora Mendes Gonçalves, 32, aumentou o coro do “ Não vai ter golpe”, já que não se conformava em ficar parada ao se deparar com tantas atrocidades, como a dos últimos dias. “ Não dá para ficar em casa vendo a constituição sendo violada e não fazer nada.Eis nossa resposta!”
Caio Cerqueira , 19 anos, escolheu sair às ruas nessa sexta-feira pois defende que é preciso ir adiante nos direitos, uma vez que sente as dificuldades no dia a dia. “ Estamos aqui na Paulista para reivindicar o lugar que merecemos, pois não querem nos dar oportunidades para avançar. Estamos um cursinho pré-vestibular chamado ‘Emancipa’ e a USP que possui diversas salas ociosas não cede um espaço. Muitas vezes assistimos aulas ao ar livre”, conta.
O estudante complementa que os professores do cursinho não recebem, e os alunos estão todos na luta para garantir o lugar na universidade. “ Querem barrar nossos esforços e a universidade pública é nosso espaço, é o lugar do estudante preto, que veio da escola pública. Lá é nosso lugar e não dá elite. Por isso, temos que ficar do lado do povo nas reivindicações”, pondera.
Fonte: UNE

A força do movimento estudantil pela democracia DIA 18: A força do movimento estudantil pela democracia -

Presidentas das entidades mostram que a resistência ao golpe está firmada 
São quase seis anos em que todas as entidades estudantis são presididas e dirigidas- em maioria – por mulheres, e há um consenso de que apenas na democracia mulheres avançam em seus direitos e ficam à frente de organizações. Democracia tem pluralidade de vozes !
Portanto, nesse histórico 18 de março, as entidades estudantis UBES, UPES, UNE, UEE-SP e ANPG estiveram na Avenida Paulista, construindo um dos maiores atos já vistos na cidade.

FORÇA SECUNDARISTA

A primavera secundarista se estende em defesa da democracia nesse ano. Para Angela Meyer, presidenta da UPES, dessa vez os jovens estudantes se unem aos trabalhadores na luta pela democracia e pelos avanços no direitos, incluindo a educação de qualidade.
“Não há como ficar parado diante de um levante conservador e golpista como temos visto nos últimos tempos. A juventude e o secundaristas mostram agora sua força também pela luta em favor da democracia”.
Camila Lanes, presidenta da UBES, protesta também pela seletividade da Polícia Militar e as arbitrariedades da mídia. “Secundaristas foram durante reprimidos nas manifestações contra o fechamento das escolas , e nesses dias a Avenida Paulista fica fechada por mais de 36 horas por manifestantes da direita, sem qualquer reação da polícia. Somos perseguidos e tentam calar os movimentos sociais, por isso a juventude vai lutar contra o golpe!”.
Flavia Oliveira, à frente da UEE- SP desde o ano passado, reconhece que um ato dessa proporção em São Paulo – com mais de 500 mil pessoas – é muito simbólico, uma vez que é um estado bastante conservador. “Nós, paulistas, sabemos bem o que o governo tucano faz no nosso estado. Um exemplo disso é que nas universidades estaduais não existem cotas para o acesso como existem nas instituições federais, ou ainda o sigilo nos dados da Polícia Militar, que só esconde a violência contra o povo preto da periferia, por isso sabemos que a democracia deve ser defendida com toda nossa força e nossas vidas.”
Carina Vitral enfatizou o posicionamento dos estudantes e da juventude no atual momento.
“Eu desafio o Datafolha a fazer uma pesquisa sobre a faixa etária presente aqui no ato, porque muito se pergunta ‘onde estão os estudantes que não comparecem nas manifestações?’ . Eu respondo: Estamos aqui, hoje, nesse ato, desse lado, porque não marchamos com golpistas, conservadores e fascistas. Queremos saber de quem se interessa pelo nosso futuro, que pensa em políticas para educação”.
Para Tamara Naiz, presidenta da Associação Nacional dos Pós-Graduandos, os avanços dos últimos anos não podem parar nesse momento e devem ir adiante. “Para obter avanços para qualquer direito, incluindo os de pós-graduandos, precisamos de um ambiente democrático, e estável politicamente e é por isso que como representação estudantil, a ANPG se coloca em luta totalmente”.
Sara Puerta, da UEE-SP.
- Fonte: UBES

Dia 18: Movimentos sociais na trincheira em defesa da democracia

Representantes da CTB, CUT, MTST, Apeoesp e Unegro ajudaram na construção do ato que levou milhares à Av. Paulista .
Os movimentos sociais ajudaram a convocar e formar nesta histórica sexta-feira (18) um mar de gente, uma linda trincheira colorida de resistência que tomou conta da Avenida Paulista com mais de 200 mil pessoas ao som do mantra: Não vai ter Golpe!
Dirigentes e lideranças de diversos movimentos populares foram para as ruas com um objetivo em comum: defender a democracia. Cada um trouxe em sua esperança o discurso de mudar ainda mais o país, avançar contra os retrocessos e garantir direitos para o povo brasileiro.

 TRABALHADORES CONTRA O GOLPE

“Grampearam a democracia e quiseram grampear o direito à manifestação. A UNE e os estudantes lutaram a vida inteira por liberdade, não vamos aceitar uma ditadura da toga””, criticou o presidente da CUT, Wagner Freitas, lembrando que “o que eles querem é acabar com as férias, com o 13º salario, com  carteira assinada com a CLT”.
Adilson Araújo, da CTB, enfileirou-se também na defesa do direito dos trabalhadores e denunciou a ofensiva da agenda da direita golpista na qual constam restrições crescentes das liberdades e da democracia. “A classe trabalhadora brasileira e os movimentos sindicais que a representam são e serão certamente as principais vítimas da investida reacionária.”

CAMPO E CIDADE CONTRA O GOLPE

MST sabe que o momento de crise econômica e crise política faz emergir uma direita completamente perdida e fascista, “jogando para todo lado tentando desestabilizar a democracia brasileira”, diz João Paulo, um dos coordenadores do movimento. Para ele, o momento agora tem três desafios: “Manter os atos e manter a luta; fazer um trabalho de base para “conversarmos com o nosso povo” e promover um bom debate de projeto de país “que atenda as demandas do povo brasileiro.”
Guilherme Boulos, do MTST, exclamou que a manifestação desta terça expressa a posição daqueles “que não tem medo da escalada de intolerância que atacou a democracia e as garantias constitucionais nos últimos dias”. Boulous foi enfático:  “Esse processo tem resistência e é importante que seja entendido por aqueles que estão insuflando de forma irresponsável e criminosa a escalada golpista no Brasil”

 ATACAM A DEMOCRACIA, NÃO PUNEM LADRÕES DE MERENDA

Maria Izabel, da Apeoesp, contou que a entidade vem fazendo um intenso trabalha de conscientização em suas nossas reunião de representantes de escolas, falando da importância da democracia para o país.
“Estamos também na luta para que tenha CPI da merenda. É um absurdo que existam ataques à democracia e não tenha punição para quem tira comida da boca das crianças. Isso é uma vergonha. Se vale para um lado vale pra outro também”, denunciou.

O POVO NEGRO QUER MAIS

O presidente da Unegro, Edson França, lembrou que o negro quando chegou ao brasil, como escravo, foi proibido de lutar contra a opressão. “Era crime”, contou. “Então, tentam fazer isso novamente. Nós não vamos aceitar”, disse.
França no entanto faz um chamamento para que o país avance. “Nesse instante vamos defender a democracia para depois com o povo unido promover mais a igualdade racial, aperfeiçoar as ações afirmativas, diminuir os assassinatos de jovens negros, regularizar as terrenos quilombolas e combater o racismo no Brasil”.
Fonte: UBES

sexta-feira, 18 de março de 2016

Contra a supressão de direitos, juristas sairão às ruas pela democracia

Em ato na Faculdade de Direitos da USP, juízes, promotores, trabalhadores, estudantes e movimentos sociais convocam manifestação desta sexta (18)
Por  Rafael Minoro.
Após uma quarta-feira de contundentes debates no Tuca, da PUC São Paulo, o cenário de mobilização se intensifica na capital paulista e chega na noite desta quinta-feira (17/03) à histórica Faculdade de Direito da USP. No Salão Nobre da instituição, estudantes, promotores, movimentos sociais, trabalhadores e sindicatos lotaram o Ato de Juristas pela Legalidade e pela Democracia.
Relembrando Leonel Brizola, os anos de luta contra a ditadura militar e a abertura democrática no país, o professor Gilberto Bercovici destacou que a luta pela democracia é ampla. Ele ressaltou que a Constituição está em risco diante de um Congresso Nacional que tramita pautas como a terceirização, que afeta os trabalhadores e a tentativa de privatização da Petrobras. “Resistir é defender a Constituição, é exigir o aumento da participação popular para acabar com o monopólio e oligopólio da mídia”.
Diversas falas ressaltaram o interesse das poucas famílias da elite brasileira que comandam as redes de comunicação de massa no país. Relembrando os sucessivos escândalos que a imprensa tem criado para alimentar o discurso de ódio pelo impeachment do atual governo, o juiz de direito, Marcelo Semer, afirmou que “nem o combate à corrupção pode corromper a Constituição”.
Em meio a palavras de ordem dos manifestantes que bradavam contra o golpe, o promotor de Justiça e professorDaniel Serra Azul Guimarães fez a leitura de nota de apoio assinada por 240 promotores da Justiça, do Trabalho e da República. Diante da polarização política agressiva que a democracia vem sofrendo, os promotores afirmam que também sairão às ruas em defesa da democracia.
A defensora pública, Thalita Verônica, também compôs a mesa e afirmou apoio à luta. “Estamos aqui, vamos nos juntar a luta de todos”, declarou.
Entre as intervenções, a defesa da democracia e apoio às lutas populares do Brasil foi destaque. Na palavra do professor e jurista Pierpaolo Cruz Bottini, é preciso lutar contra a corrupção e a arbitrariedade. “A supressão da legalidade são propostas corriqueiras. Não nos calaremos”, afirmou.
Os trabalhadores também tiveram voz durante o ato. O diretor executivo da Central Única dos Trabalhadores (CUT),Julio Turra, fez menção ao ataque sofrido na sede das entidades estudantis no último sábado (12). “O que está por traz dessa mídia imperialista que quer roubar nosso Pré-sal e tirar o direito dos trabalhadores? Um golpe de classes que está em curso, por isso a manifestação de amanhã é fundamental”, disse.

NAS RUAS EM DEFESA DA DEMOCRACIA

A juventude que lutou contra a ditadura militar em 1964 mais uma vez sairá às ruas para defender a democracia brasileira e evitar um golpe. Nesta sexta-feira, 18 de março de 2016, os estudantes e trabalhadores de todo o Brasil se unem para realizar atos simultâneos para defender a nossa maior conquista, a soberania e a liberdade do povo brasileiro.
“Nesse momento, estudantes e juristas se encontram do lado certo, que é a favor da democracia. Nós, estudantes, estamos nos organizando para mobilizar o povo pela resistência e contra o golpe, pois o lugar do movimento estudantil e da juventude é nas ruas mostrando toda a sua força e irreverência”, afirmou a presidenta UNE, Carina Vitral.
“Os debates desta semana mostram que estamos acumulando forças para tomar as ruas mais uma vez. A luta permanece sendo contra a retirada de direitos, o povo unificado constrói mais um grande momento histórico em defesa da democracia”, pontuou Camila Lanes, presidenta da UBES.
O ato também levará milhares de secundaristas a percorrer ruas e avenidas para cobrar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o esquema de corrupção na merenda das escolas do Estado, no qual o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez (PSDB), é o principal envolvido.“O promotor que disse que acabaria com as torcidas está é acabando com as merendas. As arquibancadas estarão nas ruas ao lado dos movimentos sociais em defesa da democracia”, disse o Vice-presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas (ANATORG), Alex Minduín.
(Fotos: Debora Neves)
Fonte: UNE