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sábado, 19 de março de 2016

Dia 18: secundaristas e professores em luta

Estudantes e profissionais da educação saem às ruas de São Paulo em defesa da democracia
por Suevelin Cinti.
Palco histórico da luta em defesa da educação, a Avenida Paulista volta a ser ocupada pelos estudantes e professores, dessa vez, bradando ao lado dos movimentos sociais em defesa da democracia.
No “Ato em defesa da democracia, dos direitos sociais e contra o golpe”, eles já se somam a milhares de trabalhadores que são contra o golpe e a manipulação da mídia.

SECUNDARISTAS NA LINHA DE FRENTE

Muitos secundaristas que vieram defender a democracia nesta sexta-feira (18) já protagonizaram uma das maiores mobilizações dos últimos tempos, como a jovem Agata Cristian, 19. Ela ocupou uma das 221 escolas públicas em repúdio à imposição do governador Geraldo Alckmin que ameaçava fechar 94 instituições e reorganizar a rede pública sem nenhum diálogo com a comunidade escolar.
“Ocupei a minha escola, o Emygdio de Barros, na zona oeste. Foi uma experiência sem comparação, lutando pelo que nunca tivemos. Nas manifestações apanhamos muito da polícia, vários repórteres me chamaram de vândala, só mostravam a parte que a gente era reprimido pela polícia e nunca nossos cartazes não apareciam”, disse criticando a repressão e a seletividade da mídia.
Georgia Carrera, 19, também relembrou tempos de muita repressão durante a ocupação de sua escola, o colégio Fernão Dias. “O governo mandou cortar a água e a luz, fechamos as avenidas com carteiras para protestar. Lutar mais uma vez é importante, está se repetindo o que vivemos há 30 anos, precisamos ter força porque a juventude é a parte mais importante. Somos o futuro, queremos mudar e ir em frente”, afirmou.
Da mesma maneira, o estudante da escola Ciridião Buarque, Valdemir Junior, justifica sua presença na manifestação. “Antes da ditadura, a juventude já se organizava, esse é mais um momento, pensando num projeto de governo que garanta nosso direito de entrar na universidade”, defendeu.

PROFESSORES PELA DEMOCRACIA

Depois de um ano de muitas greves e falta de diálogo por parte do governo, diversos professores também foram ao ato defender o direito democrático de lutar pela educação. “Precisamos pensar no Brasil como democracia, país onde todos tenham voz e direitos. Também estamos aqui lutando pelo futuro da educação, que na realidade, está abandonada pelo governo paulista há muito tempo”, ressaltou a professora Yara Gomes, 30.
A professora aposentada, Nádia Maria da Silva, 53, veio de São José dos Campos para compor o ato na capital. “Estamos com o coração apertado quando escutamos tantas mentiras de uma imprensa que não fala a verdade, e a importância maior deste ato é garantir a verdade. O professor também é um formador de opinião, é um trabalho fundamental para ensinar o respeito e o direito dos outros”, explicou.
Ocupar as ruas neste momento de efervescência política é um dever cívico para os profissionais da educação, diz a professora, Marlene Nery. “É um momento histórico, cada pessoa que se identifica com a voz do povo está aqui hoje para somar nessa voz e dizer que não vai ter golpe”, concluiu.
Fonte: UNE

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