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sábado, 19 de março de 2016

Dia 18: poder para o povo preto!

Em São Paulo, ato de hoje se contrapõe totalmente ao dia 13 de março em representatividade
Por Sara Puerta
Se de um lado precisamos avançar muito mais em políticas públicas para a população negra e aprofundar o debate racial, por outro lado, os 40% de negros a mais em universidades nos últimos dez anos são motivo de comemoração e chega a dar arrepios quando se fala em retroceder, retirando da agenda política esses direitos.
Presentes na concentração do ato de hoje, Joyce Dúbio, tratou de marcar presença para representar o povo preto em defesa da democracia e contra qualquer golpe. “ A elite se revolta com políticas sociais, e se arma apontando que só nesse governo existe corrupção. Para nós, os últimos doze anos de governos foram os únicos em que foram apresentadas propostas e avanços para a população negra. E se hoje temos mais negros na universidade é por conta das cotas, do ProUni e do SISU. Por isso, repito: haverá resistência sobre qualquer ameaça de golpe”, disse.
Débora Mendes Gonçalves, 32, aumentou o coro do “ Não vai ter golpe”, já que não se conformava em ficar parada ao se deparar com tantas atrocidades, como a dos últimos dias. “ Não dá para ficar em casa vendo a constituição sendo violada e não fazer nada.Eis nossa resposta!”
Caio Cerqueira , 19 anos, escolheu sair às ruas nessa sexta-feira pois defende que é preciso ir adiante nos direitos, uma vez que sente as dificuldades no dia a dia. “ Estamos aqui na Paulista para reivindicar o lugar que merecemos, pois não querem nos dar oportunidades para avançar. Estamos um cursinho pré-vestibular chamado ‘Emancipa’ e a USP que possui diversas salas ociosas não cede um espaço. Muitas vezes assistimos aulas ao ar livre”, conta.
O estudante complementa que os professores do cursinho não recebem, e os alunos estão todos na luta para garantir o lugar na universidade. “ Querem barrar nossos esforços e a universidade pública é nosso espaço, é o lugar do estudante preto, que veio da escola pública. Lá é nosso lugar e não dá elite. Por isso, temos que ficar do lado do povo nas reivindicações”, pondera.
Fonte: UNE

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