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domingo, 22 de janeiro de 2017

No MinC e nas secretarias, a cultura aos reacionários



A práxis conservadora no setor dá algumas pistas de métodos e contornos que pouco dizem respeito aos temas culturais propriamente ditos: abandono de projetos tidos como “menores”, em detrimento de vitrines de gestão, empreguismo galopante e, em oposição ao assembleísmo petista, certa gabinetização, um ensimesmamento dos dirigentes. As exceções são raras.

Em Brasília, sobretudo, a situação é das mais embaraçosas. Após um mês à frente da pasta, o atual ministro, Roberto Freire, sempre diligente nas críticas ao “aparelhamento” do Estado pelos governos petistas, nomeou uma dezena de candidatos derrotados nas últimas eleições pelo seu partido, o PPS, para cargos de assessorias e secretarias do ministério.

Candidatos eleitorais derrotados têm sido acomodados apressadamente em toda a estrutura da pasta. Derrotada ao postular uma vaga na Câmara de Vereadores em Campo Grande (MS), Luiza Ribeiro Gonçalves ganhou o cargo de secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural. Alberto Aggio, frustrado na corrida eleitoral na paulista Franca, virou assessor especial do ministro.

Fábio Cesar Sato, candidato derrotado à prefeitura de Presidente Prudente (SP), ganhou uma boquinha de assessor na Secretaria Executiva. O novo secretário de Articulação e Desenvolvimento Institucional, Adão Cândido, é o candidato derrotado do PPS a vice-governador do Distrito Federal.

Além desses, o braço direito do ministro, o cineasta João Batista de Andrade, é filiado ao partido. O novo presidente da Funarte de Freire, o ator Stepan Nercessian, foi derrotado na disputa por uma vaga na Câmara Federal em 2014.

Nercessian atribui os percalços na política ao envolvimento no escândalo com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, com quem teve conversas íntimas gravadas e divulgadas. “Eu brincava com ele pelo telefone: ‘E aí vamos contratar o Messi?’”, lembrou sobre o episódio.

Isso sem considerar os problemas de conflitos de interesse subjacentes a certas nomeações. O novo secretário de Economia da Cultura de Freire, Mansur Bassit, deixou o cargo de diretor-executivo da Câmara Brasileira de Livros, que ocupou por cinco anos, para assumir o posto.

Coloca-se à frente de um orçamento para estimular uma economia criativa um representante dos mais articulados setores da cultura.

Além do uso da máquina em benefício de um partido, há outras pistas sobre como se comporta a reação na cultura. A característica desagregadora é uma delas. Há uma ação que Freire faz questão de sinalizar que pode se constituir numa apressada “contrarreforma” na lei de incentivo à cultura, a Lei Rouanet. E o que ele propõe? O retorno a porcentuais diferenciados, por área cultural, de renúncia fiscal.

“Entre as medidas estudadas está a definição de tetos de repasses para cada segmento cultural (artes cênicas, música erudita ou instrumental, exposições de artes visuais, produção cinematográfica, espetáculos circenses etc.), fixando novos critérios para a concessão do incentivo fiscal, de modo que sejam evitadas distorções inexplicáveis à luz da razão e do bom senso”, escreveu Freire em artigo publicado há alguns dias.

O equívoco sanado no passado com gigantesco debate democrático é que, ao conceder benefícios diferenciados para certas áreas, o ministério torna alguns setores mais atrativos que outros e condena vários segmentos ao esquecimento dos patrocinadores.

No Brasil, a ação de desmonte no setor da cultura implode estruturas e projeta um futuro desolador para artistas e produtores. No Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori extinguiu 11 fundações, entre elas a Piratini, mantenedora da TVE e da FM Cultura.

Em São Paulo, o governo de Geraldo Alckmin fechou dez unidades das oficinas culturais do interior e do litoral, espaços gratuitos que existiam havia 30 anos, forneciam programação de artes plásticas, audiovisual, circo, performance, quadrinhos, dança, fotografia, literatura, música e teatro, e atendiam cerca de 400 municípios.

Cerca de 50 profissionais foram demitidos, e entre as unidades fechadas está a Oficina Cultural Pagu, de Santos, recém-restaurada a um custo de 10 milhões de reais. Outras que tiveram atividades encerradas foram a Gerson de Abreu, de Iguape, a Altino Bondesan, de São José dos Campos, a Grande Otelo, de Sorocaba, a Carlos Gomes, de Limeira, a Sergio Buarque de Hollanda, de São Carlos, e a Candido Portinari, de Ribeirão Preto.

As oficinas que sobraram, como a Oswald de Andrade, funcionam com um quadro de funcionários reduzido, e a Casa Mário de Andrade está mais para um museu do que uma oficina. O governo Alckmin diminuiu os contratos do Projeto Guri, da Orquestra Jazz Sinfônica, da Banda Sinfônica e da Escola de Música Tom Jobim e expressa o desejo de acabar com o Conservatório de Música de Tatuí.

Diferenças

Fora da esfera dos governos federal e estaduais, a cena é nebulosa. As secretarias de Cultura das grandes cidades brasileiras, nos últimos anos, tinham se convertido em oásis de ações de fomento, mas as novas perspectivas são duvidosas.

Em Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. assumiu a prefeitura com a perspectiva de atrasar salários. Nomeou o dramaturgo Luciano Alabarse, criador do festival Porto Alegre em Cena e colunista do jornal Zero Hora, para a pasta.

“Queremos utilizar a cultura como um estímulo, como uma atividade econômica em que as pessoas possam se realizar. A secretaria não será um balcão e não vai acomodar amigos para evitar críticas de um setor da sociedade”, afirmou Marchezan. 

Em São Paulo, o cineasta André Sturm iniciou a gestão obrigado a apagar incêndios provocados por declarações do prefeito João Doria Jr. O prefeito chegou a anunciar a transferência completa da Virada Cultural para Interlagos, decisão negada pelo secretário em seguida.

As justificativas para o esvaziamento do Centro da cidade são vagas e não encontram respaldo na experiência bem-sucedida de valorização e ocupação da região. Houve ainda especulações sobre uma investida da prefeitura sobre o carnaval de rua de São Paulo, novo objeto de explicações do secretário.

Sturm transita bem em uma área espinhosa, a da gestão de Organizações Sociais, um pepino que mantém o Tribunal de Contas ocupado há mais de uma década. A habilidade nesse setor o tornaram beneficiário de generosas verbas para administrar.

O elogiado Museu da Imagem e do Som teve 6 milhões de reais do governo do estado no primeiro quadrimestre de 2016. As oficinas culturais fechadas, todas elas, custavam 10 milhões de reais, mas a ação da direita na cultura tem essa particularidade: tudo que for destinado para a Avenida Europa é melhor investimento do que destinar recursos para a Oficina Fred Navarro, de São José do Rio Preto, que atende 93 municípios.

Sturm conta com crédito entre a classe artística e é hábil na estratégia de cooptar apoios. Colocou o escritor Cadão Volpato, frontman da lendária banda de rock Fellini, na direção do Centro Cultural São Paulo, símbolo da cidade. Ligou para o empresário e agitador cultural Alê Yousseff para explicar que não haverá mudanças no atual modelo do carnaval de rua. 

O Rio de Janeiro pinta como a “zebra” dessa lista de novos mandatários da cultura metropolitana brasileira. Surpreendentemente, o prefeito Marcelo Crivella, bispo da Igreja Universal, nomeou a neta de Cartola, Nilcemar Nogueira, como secretária de Cultura do município.

Na posse dos secretários, Crivella cantarolou As Rosas Não Falam, de Cartola. Nilcemar diz não ver conflitos na gestão da cultura num governo fortemente ligado a uma religião e diz ter recebido total liberdade do prefeito para atuar. Sua meta é “aprofundar os projetos que estimulem e incluam a diversidade”, e ela pretende trabalhar em parceria com a Secretaria de Educação, “pois trata-se de um tema transversal à cultura”. 

Conheça os secundaristas da UJS – Parte 2

Dando sequência no nosso “esquenta” para o 3° Encontro Nacional de Grêmios, organizado pela UBES, e que acontece de 30 de janeiro a 1º de fevereiro em Fortaleza (CE), vamos apresentar nos próximos dias algumas figuras de destaque do movimento secundarista. Militantes da UJS que lutam diariamente contra os retrocessos na educação de nossas escolas.
O ano de 2016 foi de muita resistência por parte da juventude, sempre denunciando o sucateamento da educação, ocupando escolas, chamando atenção da opinião pública e enfrentando as medidas autoritárias do governo. A programação criativa das ocupações contaram com rodas de conversa, muita disposição para participar das atividades autogestionadas, e com isso estava de pé a Primavera Secundarista com mais de mil escolas mobilizadas no Brasil todo. E os desafios impostos pelo governo golpista eram gigantes: MP 746 de “deforma” do Ensino Médio, a PEC 241/PEC 55, e a Lei da Mordaça.
“As ocupações aqui no Distrito Federal foram em “efeito dominó″, bastou a primeira ser ocupada e assim várias outras foram sendo ocupadas, contra a MP 746, PEC 241/55, Lei da mordaça, pela isenção da taxa do PAS (Programa de avaliação seriada, vestibular da UNB), reforma das escolas e a construção da Universidade Distrital. No total foram 22 escolas ocupadas”, assim Thays Oliveira, presidente da UESDF , nos conta sobre as ocupações em sua cidade. Ela ainda nos fala que “foi uma experiência incrível e muito rica! Onde nós éramos responsáveis por resolver nossa própria alimentação, pensar e construir um cronograma da ocupação, dividir comissões e turnos de rondas noturnas. As ocupações aqui tiveram grande repressão policial e em algumas ataques fascistas”
Thays Oliveira, do Distrito Federal
Thays Oliveira, do Distrito Federal

Para a estudante Isabela Luzardo, de Canoas-RS, “as ocupações no Rio Grande do Sul foram enriquecedoras. Principalmente pela grande participação da galera da periferia, que com muita criatividade, com rimas de Rap, por exemplo, desconstruíram vários preconceitos que eles tinham. Dentro das ocupações era uma regra não termos nenhum tipo de preconceito e ai eles conseguiram desenvolver músicas com esse tema”. Segundo ela também serviu para uma aproximação de jovens que nunca tiveram contato com o movimento estudantil. Para ela é uma geração que demonstra que “será de muita luta”, e afirma que “ocupação é uma forma de ação direta, é algo que aproxima tantos os alunos quanto a comunidade que vive perto das escolas”.

A estudante gaúcha Isabela Luzardo.
A estudante gaúcha Isabela Luzardo.

Isabela estuda no Instituto Dr. Carlos Chagas, e quando perguntada sobre sua expectativa para o 3° Encontro Nacional de Grêmios, ela afirma que “será muito bom para a nossa geração que ocupou escolas e que está nessas lutas diárias contra os retrocessos do governo Temer. E no caso aqui do nosso estado, contra os desmanches que o governo Sartori está fazendo na educação”. Na opinião de Nycholas Pires, diretor do movimento estudantil secundarista da UJS em Alagoas, o Encontro será importante “para intensificar cada vez mais a luta dos estudantes em relação aos retrocessos vividos nesse último período, e sendo depois da onda de ocupações ajuda a manter vivo o espírito de luta presente no coração de cada aluno que ocupou sua escola”.

Nycholas Pires, secundarista de Alagoas.
Nycholas Pires, secundarista de Alagoas.

Inscrições para o SISU começam nesta terça-feira, consulta já pode ser feita no site

As inscrições para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) começam esta semana, do dia 24 ao dia 27 de janeiro. As vagas já estão disponíveis e os estudantes podem aproveitar o final de semana para pesquisar as melhores opções.
O Sisu seleciona os estudantes com base na nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Cabe a cada instituição definir o cálculo que utilizará para a seleção dos novos alunos. Para participar do processo, o estudante não pode ter tirado nota zero na redação do exame. Ao todo, mais de 6,1 milhões fizeram o Enem em 2016.
Robson Pires

Cresce o número de adolescentes que não usam camisinha

Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) feita com mais de 100.000 alunos do 9º ano do ensino fundamental, entre 13 e 15 anos, mostra que, em 2015, 66% tinham usado camisinha na última relação sexual — uma redução preocupante em relação a 2012, quando 75% revelaram ter posto o preservativo.
O infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo, afirma: “Os jovens estão deixando de se cuidar porque simplesmente não temem as doenças transmitidas pelo sexo”. O dado assustador: no Brasil, os casos de aids nos adolescentes entre 15 e 19 anos cresceram de 2,8 para cada 100 000 habitantes em 2006 para 5,8 a cada 100 000 pessoas em 2015.
Estadão

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Conheça as bandas selecionadas para a mostra de música da Bienal

Nove trabalhos de diferentes regiões do país foram selecionados para compor a programação deste ano
Pode aumentar o som! A mostra de música da Bienal da UNE já tem seus selecionados e promete encher o palco desta 10ª edição com muita criatividade, diversidade e engajamento. Nove trabalhos foram escolhidos: dois do Ceará, dois do Rio de Janeiro, dois de Minas Gerais, um de Goiás, um do Distrito Federal e um de São Paulo.
”Foi uma tarefa árdua selecionar apenas noves trabalhos, mas ao mesmo tempo, foi uma experiência maravilhosa ter acesso a música produzida pelos atuais estudantes brasileiros e saber que ela está sendo muito bem representada. Saímos dessa seleção repletos de motivação para pensarmos a música dentro das instituições de ensino com ainda mais afinco”, falou o coordenador da mostra de música da Bienal, Caique Renan.
Os critérios utilizados para a seleção dos trabalhos foram diversidade musical, afinidade com o tema, regionalidade e viabilidade técnica.
Para Caique, a proximidade com o tema desta edição – “Feira da Reinvenção”, também foi fator determinante. ”O Brasil vive uma onda criativa tão intensa, onde tudo se mistura e de repente, está reinventado. Uma prova disso é o grupo Overdrive Saravá, que, embora oriundos do Rio de Janeiro, traz uma riqueza nos ritmos, com acordeon, alfaia, guitarra, gaita. Nos remete imediatamente ao nordeste, não podendo ficar de fora dessa edição”, disse.
Questões sociais, raciais e de gênero também chegam fortes na mostra de música. Prova disso é a banda ”Mulheres de Buço”, que utiliza o funk como base para tratar da liberdade do corpo feminino dentro de uma sociedade patriarcal e heteronormativa, além de contar com nada menos que 10 mulheres em sua formação.
Os nove trabalhos serão apresentados na Mostra Selecionada de Música dentro da programação da 10ª Bienal da UNE. A programação traz ainda uma mostra convidada e shows que serão divulgados em breve aqui e no site da Bienal.

SERVIÇO

O que? 10ª Bienal da UNE
Quando? De 29 de Janeiro a 01 de Fevereiro de 2017.
Onde? Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza, Ceará.
Quanto? R$150 até o dia 25 de janeiro. Cotistas e prounistas tem 30% de desconto até a mesma data. No dia do evento, a inscrição pode ser feita no local do credenciamento no valor de R$ 200.
Informações: bienaldaune.org.br

CONFIRA TODOS OS SELECIONADOS DA MOSTRA DE MÚSICA

Caju Lilás
Caju Lilás é uma banda brasiliense integrada por Camila Rocha, Juliana Maria e Marília Nóbrega. A temática principal do repertório é a igualdade de classe e gênero, feminismo e diversidade cultural.
Overdrive Saravá
O nome Overdrive Saravá reforça a identidade da banda, que tem por princípio a diversidade brasileira em sintonia com a distorção e a inquietação do rock’n’roll. Instrumentos como a alfaia e a gaita fazem parte da composição musical junto ao peso das guitarras, somando ritmos e leituras presentes tanto no maracatu como no baião, buscando não uma coerência em suas composições, mas sim uma construção de uma identidade onde todo o barulho formado tem um propósito pra além de uma lógica musical tradicional, um princípio de uma expressão plural e diversa.
Mano Money’s
Mano Money’s é residente do Grajaú e atua no RAP desde 2007, produzindo musicalmente um discurso congruente e contundente que contribui diretamente para a reflexão. Suas letras e apresentações, de maneira dinâmica, tem o viés de ressignificar as transformações sociais, resgatando uma fotografia política, poética e cultural que tem forte relação com os desdobramentos atuais vividos e enxergados pelo próprio, assim perpetuando sua identidade sonora que rompe com esses paradigmas e estereótipos estabelecidos e fomentados diariamente pela sociedade e a mídia de massa para com o indivíduo periférico.
Zaubar
Nascida em 2014, da vigorosa união quase que magnética de um grupo de amigos cuja a intensidade das vivências proporcionou-lhes o espaço perfeito para criação. Adentraram o cenário da música autoral caririense com o intuito de mostrar um trabalho que abarca não só a cultura regional, presente no sotaque e letras, mas procura trazer a manifestação cultural marcante de uma geração pós-manguetown que na década passada trouxe visibilidade ao cenário musical do nordeste para um âmbito nacional e internacional.
Mulheres de Buço
Mulheres de Buço é um coletivo de artes que se juntou a partir de uma inquietação comum: o espaço que as mulheres ocupam, tanto na vida quanto na arte. Atualmente encabeçam um experimento musical que estimula a liberdade do corpo feminino dentro da sociedade patriarcal e heteronormativa.
Talita Barreto
Natural de Belo Horizonte, Talita Barreto é cantora, compositora e instrumentista. Sua musicalidade passeia entre os diversos estilos da música negra, os ritmos brasileiros e regionais na busca por uma estética urbana e popular. Num anseio por novos olhares sobre o cotidiano, seu trabalho dialoga entre o passado e o presente da vida do povo brasileiro.
Guerrilha dos Coelhos Mutantes
Guerrilha dos Coelhos Mutantes do Césio 137, nome apelativo, sério, cômico e exótico. Resumindo sua essência, o caráter sério e apelativo está explícito nas letras de protesto, o cômico na forma de abordagem destas letras e na postura pessoal de seus membros, e o exótico está exatamente no experimento sem limites dos estilos musicais. Originalmente nascido no movimento punk, se apropriou do formato do RAP, incluiu na mistura o baião, funk setentista, catira, ska, grunge, ritmos caribenhos, new wave e muitos outros sabores musicais, sem deixar de fora o regionalismo do underground da cidade de Goiânia.
Samora N’Zinga
Samora N’zinga é um MC membro da Família Rumo Certo, grupo de RAP da capital mineira. O álbum “Primeiro Plano” é seu trabalho mais maduro e coerente musicalmente, que permeia a esfera do Hip-Hop. A letra é uma porrada lírica de mão fechada muito bem dada, que merece toda a atenção dos ouvidos na hora da audição e toda atenção da mente pra digerir com calma e tranquilidade cada estrofe.
Gabrielle Gomes
A banda fortalezense Gabrielle Gomes foi formada no começo de 2016 e suas raízes encontram-se no pop, soul, blues e rock. Sua influência americana abrasileirada resulta no som próprio da banda, que explora vertentes como a black music, reggae, jazz, samba e funky music. As letras – que vão do mais doce ao mais amargo – buscam valorizar as mulheres e destacar seu lado perigoso e atraente.

Nota Contra o Aumento de Passagem e Reformulação do Conselho de Mobilidade Urbana

Iniciamos mais um ano com a notícia de mais um aumento abusivo do preço das passagens do transporte coletivo de João Pessoa, anunciado pelo secretário de Mobilidade Urbana (SEMOB) Carlos Batinga, o qual afirmou que as tarifas do transporte urbano iriam sofrer um novo reajuste. O secretário justificou a necessidade do novo reajuste pela queda no número de usuários, o que teria prejudicado a arrecadação dos empresários.
Essa afirmação e a forma como tem sido defendido o reajuste por parte de um membro da administração municipal, deixa claro em qual lado está o secretário do Carlos Batinga e a PMJP neste momento, ao optar por um lado do sistema de transportes urbanos, o dos empresários, não levando em conta a população de João Pessoa. Na condição de secretário, pelo cargo que ocupa, o mesmo deveria primar pela defesa e trabalho em prol da população e do interesse coletivo, entretanto, nitidamente ele opta pelo empresariado e seus interesses mercadológicos.
A informação divulgada por diversos meios de comunicação da cidade e não negado por Carlos Batinga e qualquer outro membro da Prefeitura de que existe um acordo entre a SEMOB e os empresários que culminará em um aumento na tarifa de ônibus anualmente a ocorrer sempre no mês de janeiro, reforça o compromisso com as empresas de ônibus em detrimento da população. Vale ressaltar que, ainda que pese a autenticidade da informação, este o acordo desde 2015, já vem sendo cumprido com aumentos sempre no primeiro bimestre do ano.
O Prefeito Luciano Cartaxo mandatário de toda essa interlocução em favor do empresariado, finge não ter envolvimento na questão e usa de escudo o secretariado e o “Conselho Tarifário” para esconder que aumentou como nenhum outro prefeito o valor da tarifa de ônibus. Este será o quarto aumento em menos de dois anos, passando inicialmente de R$2,35 (em 2014 o valor era de R$2,20) para os atuais R$3,00, se este novo aumento feito pelo acordo entre a Prefeitura, através da SEMOB e Empresários de Ônibus se tornar realidade, a nova tarifa chegará ao valor de R$3,43. Em quatro anos saímos de R$ 2,20 para R$ 3,00 (SEIS AUMENTOS), bem acima da inflação no mesmo período, o que representa um grande acordão. Esse novo aumento resultaria em mais um golpe contra o povo pessoense em prol dos interesses empresariais do setor de transportes na cidade.
Na contramão da velocidade em que cumpre os acordos com o empresariado de ônibus, a promessa de campanha feita ainda em 2012 por Luciano Cartaxo da implementação do BRT em João Pessoa, teve os recursos retirados pelo Governo Federal por conta do não cumprimento dos prazos e projetos por parte do prefeito e sua equipe, mostrando desprezo por uma intervenção fundamental que geraria qualidade, conforto e velocidade para o serviço de transporte público da cidade, prejudicando assim, toda a população.
A juventude e os trabalhadores/as são os mais prejudicados e afetados pelo aumento e pela má qualidade do transporte, impedindo o acesso à vários direitos como cultura, educação, lazer, saúde e direito a cidade. Essa situação fragiliza ainda mais a população, que tem pago a conta de uma grande crise econômica que vem gerando desemprego e dificuldades financeiras em todo o país.
Ao impedir que a população se locomova na cidade, através de uma passagem que comprometerá mais de 15% da renda daqueles/as que ganham até um salário mínimo (maior parte da população) estará sendo retirada a possibilidade para que as pessoas possam lutar pela sua sobrevivência em meio ao caos social existente. Essa realidade acaba forçando as famílias a retirar do já parco orçamento familiar outras necessidades fundamentais para custear o lucro das empresas do transporte público em João Pessoa.
Entendendo que a capital do estado teve uma grande ampliação de vários setores sociais e populares, surge também a necessidade de uma grande reformulação no Conselho de Mobilidade Urbana de João Pessoa, este que efetivamente só existe para deliberar sobre as passagens, fato que o conferiu a alcunha de “Conselho Tarifário”.
Nessa mudança, em vez de fortalecer a presença de indicações da gestão e a retirada das representações estudantis, como o prefeito Luciano Cartaxo na surdina tenta fazer, é necessário ampliar a participação social, garantindo no mínimo a paridade do Conselho entre Sociedade Civil e Poder Público, gerando assim, uma maior representação social, garantindo, por exemplo, espaços para instituições representativas das pessoas com deficiência e instituições de ensino e representação estudantil (IFPB, UEPB, NASSAU, UBES, UNE, além das já presentes no Conselho). Reforçamos também a necessidade da ampliação da representação da Câmara Municipal de João Pessoa no conselho, hoje restrita à uma única cadeira indicada pela Mesa diretora da Câmara, cuja representação rotineiramente é feita por membros da bancada de situação da prefeitura.
Por isso, nós da sociedade civil organizada, mandatos de vereadores/as, deputados/as, entidades estudantis e movimentos sociais refutamos qualquer possível aumento de passagem no município de João Pessoa. Transporte coletivo público e de qualidade é um direito do povo e por isso lutaremos, em defesa da população, e exigindo que a Prefeitura Municipal de João Pessoa fomente o debate sobre a necessária reformulação do Conselho de Mobilidade Urbana, não representa a sociedade civil e nem é composta por suas devidas representações.
Essa nota é publica e representa a vontade da sociedade civil.

União Nacional dos Estudantes – UNE
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES
Associação dos Estudantes Secundaristas da Paraíba – AESP
Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas – APES
União da Juventude Socialista de João Pessoa – UJS/JP
União da Juventude Rebelião
Levante Popular da Juventude Paraíba
Juventude Socialista Brasileira João Pessoa – JSB/JP
Juventude da Articulação de Esquerda – JAE
Centro acadêmico de Arquivologia da UEPB Campus V
DCE UFPB
DCE IFPB
Grêmio IFPB
Mandato Vereadora Sandra Marrocos – PSB
Mandato Vereador Tibério Limeira – PSB
Mandato Vereador Marcos Henriques – PT
Mandato da Deputada Estela Bezerra – PSB
Fonte: UBES

Entre no clima do Ceará, estado que recebe o 3º ENG

Lideranças do movimento estudantil no estado falam sobre a identidade alegre e vocação para resistência do povo cearense

Além de interagir em debates e atividades com jovens de todo o Brasil, os estudantes que participam do Encontro Nacional de Grêmios (ENG) têm oportunidade de conhecer e conviver com uma cultura particular do Brasil. Quem for para Fortaleza, que recebe a terceira edição do evento entre 30 de janeiro e 1º de fevereiro, encontrará um povo acolhedor e bem-humorado, mas sempre pronto para luta e resistência. É o que dizem sobre os cearenses os líderes estudantis naturais do estado.
“Fazemos piada de tudo!”, avisa Vanessa Oliveira, vice-presidente regional da Ubes no Ceará. Ela define o seu povo como “muito acolhedor, alegre e humorista”. Não é à toa que o ator Chico Anysio nasceu no estado ou que Fortaleza tenha muitas casas de espetáculos humorísticos.
Willamy Macedo, presidente da Associação Cearense dos Estudantes Secundaristas (ACES), concorda sobre a alegria e despojamento: “A receptividade e a vontade de interagir com todo mundo são as características aqui. Além de que falamos muito!”.

Gentilândia

O nome de um dos principais pontos de encontro de jovens na cidade, a pracinha da Gentilândia, já parece denunciar o bom humor dos habitantes de Fortaleza. O lugar, que na verdade foi batizado em referência ao sobrenome Gentil, costuma receber encontros e protestos na capital cearense, no bairro Benfica. “É uma praça muito diversa onde o pessoal costuma se encontrar”, indica Vanessa.

Resistência cearense

Outro dos principais pontos culturais de Fortaleza mostra que se trata de um estado de luta. O Centro Cultural Dragão do Mar, no Centro, leva a alcunha do jangadeiro Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde. Ele foi um herói negro da abolição da escravatura no estado, que decretou o fim da escravidão quatro anos antes do Brasil.
“Os cearenses são de fato um povo muito humorista, mas na hora que o bicho pega e a coisa fica séria, são os mais dispostos a enfrentar os desafios e resistir aos retrocessos”, diz Willamy, que ressalta: “Somos alegres porque transformamos tudo em luta. E a luta tem que ter muita alegria e irreverência, o que não falta aos secundas do Ceará!”.

Pela democracia

O Ceará se destacou na luta pela democracia em 2016. Cerca de 60 escolas foram ocupadas, se mobilizando também pelo passe-livre estudantil e contra o sucateamento da educação. Segundo Willamy, “se deparar com um governo golpista colocou muitos desafios, para conseguir se organizar melhor e chamar mais estudantes para a luta”.
Na região do Cariri cearense, por exemplo, estudantes conseguiram repasses de R$ 32 milhões para reformar os colégios e R$ 6,2 milhões para melhorar a qualidade da merenda.
Muitas manifestações aconteceram na Praça da Bandeira, no Centro de Fortaleza. Até o reitor e o vice-reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), que foi ocupada pelos universitários e onde acontecerá o 3º ENG, se pronunciaram em março do ano passado. “Acreditamos que aqueles que fazem a universidade pública brasileira não deixarão de se pronunciar, como cidadãos que compartilham dificuldades comuns, sobre o perene e irrenunciável dever de respeitar a Lei, o Estado de Direito e a Democracia consagrada nas urnas”, disseram Henry Campos e Custódio Almeida, em nota oficial.
O maior campus da UFC será o palco do ENG, no bairro do Pici. Ainda dá tempo de participar. Inscreva-se.
Fonte: UBES

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

#UBESretrospectiva: 2016 foi Ocupar e Resistir!

Resistência, ocupações e unidade marcam ano dos estudantes que resistiram ao golpe e à retirada de direitos.

O cenário político de 2016 fez com que este fosse um ano de muita luta. Com o golpe midiático-jurídico que levou Michel Temer à presidência do país, estudantes e movimentos sociais construíram com unidade um calendário de mobilizações em 2016 contra as ameaças à democracia e aos direitos do povo que este governo ilegítimo representa.
Compondo as Jornadas Nacionais de Lutas, paralisações e diversas manifestações unificadas pelo país, a UBES e os estudantes organizaram a Primavera Secundarista que enfrentou a agenda conservadora do Congresso Nacional que, além de atacar os direitos dos trabalhadores, atinge a educação, a saúde e áreas sociais.
O site da UBES relembrou um pouco sobre as mais de mil escolas ocupadas neste ano contra os projetos mais retrógrados que rondam o Brasil desde a ditadura militar. Entre as principais bandeiras de luta, o enfrentamento à Lei da Mordaça, o Medida Provisória de “deformação” do Ensino Médio e a PEC 55 foram os principais alvos da luta.

41º Congresso da UBES apóia ocupações

Em novembro de 2015, a UBES reuniu em Brasília (DF), mais de 7 mil estudantes no principal evento secundarista da América Latina. A plenária deliberativa que elegeu a paranaense Camila Lanes à presidência da entidade declarou apoio às ocupações iniciadas em setembro nas escolas de São Paulo contra o projeto de reorganização escolar e contra o golpe de Michel Temer: http://bit.ly/1SDWdlw.

UBES denuncia projeto de reorganização em SP

Secundaristas paulistanos inspiram o Brasil e ocupam mais de 200 escolas contra o sucateamento da educação imposto pelo governador Geraldo Alckmin. A diretoria da UBES, junto com a presidenta da entidade recém-eleita, Camila Lanes, se somou à luta que resistiu ao projeto de reorganização escolar que ameaçava fechar 94 unidades e acabar com o ensino noturno.

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Primavera Secundarista

Desde o final de 2015, o Brasil testemunha o crescente movimento de ocupações de escolas e espaços públicos que ganhou grande visibilidade nacional e internacional. Em todo o país, as ocupações se tornaram uma tática de resistência e mobilização para denunciar as irregularidades que acontecem dentro das instituições de ensino, como o sucateamento da educação e a manipulação da mídia.
-> Relembre algumas conquistas. ubes.org.br/?p=20765
-> Veja algumas fotos das ocupações no Flickr da UBES, acesse aqui.
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Fortalecendo as ocupações

Entidades estudantis arrecadam alimentos para ocupações. A iniciativa se expandiu de forma voluntária e, em pouco tempo, além de comida, as ocupações ganharam doações de aulas, oficinas e atividades alternativas que movimentaram as escolas.

Ocupações resistem à repressão policial

Em todo o Brasil, secundaristas são perseguidos por policiais e pelo autoritarismo do governo. Em dezembro de 2015, em São Paulo, a Secretaria de Educação prepara “guerra” contra estudantes das ocupações. Relembre aqui.
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Polícia militar também invade escolas e agride estudantes em Goiás, onde as ocupações repudiam a tentativa de privatização da educação por meio das Organizações Sociais (OSs).
No Distrito Federal, justiça autorizou técnicas de tortura para forçar desocupações. Na capital do Brasil, mais de 12 escolas foram ocupadas.

[Ocupamania] Paródia das ocupações 

Estudantes bolaram uma nova forma de chamar atenção às lutas das ocupações contra a reorganização escolar em São Paulo. Dê o play e relembre essa luta<3 p="">

UBES contra o golpe!

Em dezembro de 2015, a entidade secundarista lança nota conjunta com a UNE e repudia a aceitação do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Pela primeira vez os estudantes se posicionam contra os ataques à democracia do país.

2016 de luta contra o aumento da tarifa!

A luta pelo passe-livre e contra o aumento das tarifas colocou centenas de estudantes nas ruas do Brasil no mês de janeiro.
– Em São Paulo, a PM reprimiu os atos com aparato de guerra.
– Em Alagoas, a luta foi contra o reajuste arbitrário.
– No Espírito Santo, além do reajuste, secundaristas denunciam a falta de qualidade dos meios de transporte.
– Em Recife (PE), movimentos sociais formam Frente de Lutas contra reajuste abusivo.
– No Rio de Janeiro e Minas Gerais, as manifestações integraram o “Dia Nacional Contra o Aumento do Transporte”.

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UBES leva tema das ocupações ao Fórum Social Temático

No evento que discutiu “Democracia, direitos, diversidade, resistência e luta”, a presidenta da UBES, Camila Lanes, fala sobre a Primavera Secundarista e a construção das salas de aula como território de luta.
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Mulheres são maioria na gestão da UBES 

Eleita em novembro de 2015, pela primeira vez em quase sete décadas de existência, a entidade tem em sua diretoria executiva maior representatividade feminina.
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Shortinho sim, machismo não!

O ano foi de muita luta secundarista pelo fim do machismo nas salas de aula. A UBES levantou alto a bandeira por mais empoderamento feminino e fim das opressões de gênero. A entidade também se posicionou contra a cultura do estupro.

UBES contra o ódio, violência e homofobia

Durante todo o ano, os secundaristas lutaram contra os crimes de homofobia e repressão contra estudantes. Relembre aqui a luta organizada do movimento estudantil.

Resistimos ao Golpe

Em defesa da democracia, dos direitos sociais e contra o golpe, durante todo ano de 2016 a UBES ocupou as ruas de Brasília (DF), o Congresso Nacional e as capitais do país para denunciar o maior ataque à soberania popular desde a ditadura militar. Os estudantes, o povo e os movimentos sociais fortaleceram as tradicionais Jornadas de Lutas e ocuparam as ruas do Brasil em caravanas.  Relembre:

Ocupar, lutar e resistir! 

UBES lança vídeo relembrando a luta histórica pela democracia. Como foi em 1964, a defesa dos estudantes contra as forças reacionárias vive!

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UBES lança campanha pela democracia, voto aos 16 e mais participação

No momento em que a democracia brasileira sofreu duros golpes, a UBES lançou a tradicional campanha “Se Liga 16!”, incentivando uma maior participação política dos jovens a partir do respeito ao voto da juventude brasileira.
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UBES repudia o golpe

No dia 12 de maio, a primeira mulher presidenta da República foi afastada por processo irregular de impeachment, sem a comprovação de crimes de responsabilidade. A entidade repudiou o grave golpe de Estado à ordem democrática e entrou em estado permanente de luta.
Publicação do jornal mural da UBES circula pelas escolas de todo o Brasil e faz balanço das pautas da Primavera Secundarista.
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Primavera Secundarista 2.0

Depois de ocupar 236 escolas em São Paulo contra reorganização no fim de 2015 e mobilizar o mesmo movimento de lutas contra a terceirização do ensino em Goiás, as ocupações tomaram outras cidades do país em 2016 com 590 escolas ocupadas contra o sucateamento do ensino e a luta pela democracia.
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Cadê a Merenda? 

Estudantes de São Paulo iniciam o ano letivo denunciando a falta de merenda nas escolas. A luta secundarista chama atenção ao esquema de corrupção envolvendo o Governo do Estado e dá mais visibilidade à operação Alba Branca. #CPIdaMerenda. No Paraná, movimento de ocupação das escolas denuncia falta de merenda e desvio de verbas na construção de escolas.
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Greve e ocupação na educação do RJ

No Rio de Janeiro, após 74 escolas estaduais e técnicas serem ocupadas, a Primavera Secundarista conquistou eleições diretas para diretor, reativação do Rio Card- cartão que garante o passe livre estudantil -, fim do Sistema de Avaliação da Educação do Estado (SAERJ) e anúncio de concessão de 15 mil reais para manutenção de cada escola estadual. Relembre aqui.
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CPI da Merenda é instalada em São Paulo

A luta contra a “merenda seca” mobilizou escolas técnicas e públicas em 236 ocupações. Os estudantes paulistas ocuparam a Assembleia Legislativa durante três dias e conquistaram a abertura da CPI (relembre aqui) que investiga o esquema de fraude na compra de alimentos. Entre os envolvidos nos desvios de R$ 39 milhões está o presidente da Casa, deputado Fernando Capez (PSDB), e integrantes do governo Alckmin.

Novas ocupações contra a privatização

No Ceará, 60 escolas foram ocupadas contra o sucateamento do ensino, pelo passe livre estudantil, reforma estrutural dos prédios escolares, mudanças no currículo, debate de gênero nas escolas e reformulação do ensino médio.
No Pará e Espírito Santo a comunidade estudantil denunciou o abandono do ensino público.
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Estudantes pedem #ForaCunha

O ano foi de muita luta contra Eduardo Cunha, um dos principais articuladores do maior golpe à democracia desde a ditadura militar, acusado de corrupção e responsável por uma série de ataques aos direitos do povo. Os secundaristas também protagonizaram a pressão popular e a cassação do mandato de Cunha.

Estudantes contra a “deforma” do Ensino Médio

Uma das principais lutas da UBES em 2016 foi contra a Medida Provisória 746 que, interessada apenas em formar mão de obra barata, ataca o pensamento crítico nas escolas, e de forma antidemocrática, ameaça retirar obrigatoriedade de disciplinas como filosofia e sociologia do currículo. A ofensiva do governo com o anúncio do projeto, em 22 de setembro, desencadeou novas ondas de ocupações.

A história vai fazer justiça! 

Com estudantes lutando nas ruas, UBES lança vídeo de resistência ao golpe.
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Institutos Federais fortalecem ocupações

Uma semana após o anúncio da MP 746, estudantes da rede do IF do Rio Grande do Norte iniciaram as ocupações. Em mais 11 campi houve paralisações. A repercussão foi a mesma em Goiás, na Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Santa Catarina e Alagoas. Relembre.

UBES lança campanha contra Lei da Mordaça

O movimento Escola sem Partido tem inspirado PLs que querem barrar a discussão de temas como política, religião, homofobia e igualdade de gênero nas escolas. Caso aprovados, professores que desrespeitarem a medida podem ser penalizados judicialmente.

A luta contra a PEC 241

Em 2016, a luta foi permanente contra os ataques aos direitos trabalhistas. Os estudantes comandaram as jornadas de lutas e ocupações das escolas contra a PEC 241, agora 55, que congela investimentos nas áreas sociais, educação e saúde.

Juntos somos fortes!

UBES lança vídeo sobre o movimento das ocupações nas escolas.


Fonte: UBES