Em “Ato Nacional Pela Democracia”, manifestantes falam sobre insatisfação e combate à atual conjuntura política não representativa
Primeiramente,
bradar um “Fora Temer”. Essa foi a palavra de ordem central dos 100 mil
estudantes e trabalhadores que mais uma vez fizeram da Avenida Paulista o palco
de luta do povo, em São Paulo. Em defesa da democracia e contra a retirada de
direitos, a população tomou as ruas pela primeira vez em atos unificados em todo o país desde o afastamento
inconstitucional da presidenta eleita democraticamente.
Sobre as ameaças que o governo interino
de Michel Temer representa para educação, em frente ao Vão Livre do Masp, a
presidenta da UBES, Camila Lanes, falou sobre a opinião de quem está nas salas
de aula. “Esse governo antidemocrático não sabe dialogar com a escola, com os
estudantes e não governará. Os secundaristas estarão em mobilização permanente
ocupando tudo para dizer “Fora Temer”. Respeite a democracia, respeite o nosso
voto!”, disse, acrescentando o repúdio do movimento estudantil à violência da
polícia militar que coleciona episódios de repressão e abuso de poder contra
estudantes e trabalhadores.
RISCO
À DEMOCRACIA: NÃO AO PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO
Ecoando a luta contra o governo não
representativo, o presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas
(UPES), Emerson Santos, colocou o dedo na ferida ao relembrar os recentes
acenos feitos pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, ao movimento Escola
sem Partido, que propõe em projeto de lei vetar a discussão de política,
religião e sexo nas salas de aula
“Temer não aceita que essa é uma
democracia feminista, de negros e negras, que garante o direito do acesso às
universidades. Os estudantes que ocuparam a Assembleia Legislativa contra os
ladrões da merenda, hoje ocupam mais de 300 escolas em todo Brasil para dizer
que não vamos aceitar o projeto Escola Sem Partido que quer barrar nosso direito
de nos organizar e debater política nas escolas”, criticou.
A
LUTA UNIFICOU
Para a estudante do pré-vestibular
que quer entrar na universidade pública no próximo ano, Sara Rocha, 18, vir
para rua é a melhor maneira de defender a educação diante dos anúncios do
interino que pretende congelar investimentos no setor. “O Temer está destruindo
os nossos direitos. Nos organizamos com o professor e a galera toda veio para o
ato, eu mesma, vim direto da aula”, contou.
Para o
professor de história, Fábio Lage, é uma causa legítima tomar as ruas de norte
a sul do Brasil para defender o sistema democrático. “Estamos aqui na rua
defendendo a volta da democracia, a volta da legalidade constitucional, que
deve ser acima de tudo respeitada”, explica.
O TEMER QUE NÃO REPRESENTA O POVO
Desde o
período da ditadura militar, Temer é o primeiro a não incluir nenhuma mulher
nas 22 pastas de seu governo, todas chefiadas por homens brancos. O
secundarista João Silva, veio do Litoral Sul do estado para compor a
mobilização e criticar a falta de representatividade,
pontuando retrocessos da atual gestão.
“Sou
negro, homossexual, totalmente fora do padrão. Estou aqui lutando pelo
empoderamento da juventude. Lutar contra o Temer é lutar contra os retrocessos
que ele quer implantar com seu projeto neoliberal e conservador”, finalizou
João.
Os secundaristas também ocuparam as ruas no Rio de Janeiro, Ceará,
Bahia, Paraíba, entre outros estados. Acesse o facebook da entidade e
acompanhe a cobertura completa.
Redação:
Jéssica Moraes e Suevelin Cinti
Foto: Cuca da UNE.
Foto: Cuca da UNE.
Nenhum comentário:
Postar um comentário