Prova de urgência e que é preciso um novo
ensino nas salas de aula das escolas públicas do Brasil, uma
secundarista de 13 anos conseguiu fazer com que a realidade 51 milhões
de estudantes virasse notícia na imprensa nacional e nas redes sociais.
Ao expor as dificuldades enfrentadas por milhares de jovens em nosso
país em sua página do facebook – Diário de Classe,
Isadora Faber, 7º série da Escola Municipal Maria Tomázia Coelho trouxe
a público o cotidiano daqueles que sofrem com a falta de estrutura e
qualidade na educação.
Intimidada por professores e pela direção escolar, a União Brasileira dos Estudantes sai em defesa da estudante
de Florianópolis, Isadora, que de forma responsável vem mostrando os
problemas e as soluções para cada um deles. As postagens da estudante
que denunciam a porta sem maçaneta, fios desencapados, carteiras
quebradas e ventiladores que dão choque revela a falta de estrutura
atrai apoio de internautas e críticas de professores.
Emplacando quase 90 mil curtidas, as
imagens postadas a pouco mais de um mês representam o sentimento desses
51 milhões de estudantes que ainda esperam por uma educação do século
XXI, que atenda aos seus anseios e que sirva verdadeiramente à formação
completa dos brasileiros e brasileiros, como afirma a presidente da
UBES, Manuela Braga. “Os problemas são iguais nas escolas, desde a falta
de material à falta de professor; o ambiente escolar não é interessante
para o professor que trabalha em 2, 3, 4 ou até mais escolas para dar
conta do sustento da família e não tem condição de preparar minimamente a
aula, assim como também não é interessante para os estudantes que
enfrentam aulas com conteúdos que, na maioria das vezes, estão
desconectados da realidade e das verdadeiras necessidades”, afirma.#EstamoscomIsadora
A UBES acredita que é importante relembrar neste momento junto ao debate
que traz à tona as salas de aula abarrotadas, calorentas, com goteiras,
incluir também a realidade de 14 milhões de analfabetos que existem em
nosso país. Hoje, apenas a metade dos jovens de 15 a 17 anos cursa o
ensino médio na idade adequada, cerca de 10% abandona as salas de aula
com ensino médio incompleto, 30% que saem do ensino médio sendo
considerados analfabetos funcionais, sendo que de todos formados, apenas
13% terão acesso à universidade.
“O que a secundarista Isadora pautou é o
grito de 51 milhões de estudantes que pedem uma nova escola, um novo
sistema de ensino. Apoiamos e reivindicamos junto à ela e a todos os
outros que levantam a bandeira por uma educação pública, gratuita e de
qualidade”, defende Manuela.
O ensino Médio também nos faz atentar à
deficiência também presente no ensino Fundamental, onde apenas 3% das
crianças de todo o Brasil são atendidas desde o ensino infantil,
resultando em um quadro que se completa em um ensino básico sem
preparação alguma, nem para o mundo do trabalho ou universidade.
As reclamações da estudante já renderam
algumas melhorias também postadas na rede social, como a troca de portas
e fechaduras. Procurada, a Secretaria Municipal de Educação de
Florianópolis informou que será realizada nesta terça-feira (28) uma
reunião com a direção da unidade. Só depois do encontro haverá um
pronunciamento oficial sobre o caso. #EstamoscomIsadora, para que toda
juventude brasileira possa reafirmar seu direito de reivindicação por
acesso a um ensino de qualidade, sem sofrer qualquer tipo de intimidação
no ambiente escolar.
Fonte: UBES
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