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domingo, 11 de dezembro de 2016

Mapa do ensino superior privado revela aumento da evasão

Por Sara Puerta

O Semesp ( Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior) apresentou nessa quarta feira (23.11) na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados a 6ª edição do Mapa do Ensino Superior do Brasil.
O estudo desenvolvido pela entidade apresenta dados que chamam a atenção sobre a atual conjuntura do ensino superior privado no país, incluindo todos os estados.
Para Thiago Rodrigues Pêgas, vice-presidente do Semesp, os dados do setor contidos nessa contribuem para  levantar e incentivar o debate sobre as atuais políticas públicas da educação. 

Um dos aspectos observados foi em relação às reformulações do FIES em 2010, em que graduações de Engenharias foram incentivadas e as graduações tecnológicas, com um período de curso menor, foram esquecidas. De acordo com Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, o FIES também deveria ser direcionado à formação tecnológica, por conta das demandas de campo de trabalho.

As taxas de evasão com e sem Fies também foram detalhadas aos parlamentares por Capelato. “Em 2014, a taxa de ingressantes (alunos que entram no 1º ano) na graduação com Fies chegou a 39%. Em 2016, com a crise e a reformulação do Fies, a taxa de ingressantes baixou para 13%. O estudo do Semesp mostra que a taxa de evasão no primeiro ano de um curso, para quem ingressou com Fies na rede privada fica em 7,5% e sem Fies cresce para 25%.

Para Flavia Oliveira, presidenta da UEE-SP, os dados indicam que o FIES, sendo um dos principais programas de acesso ao superior, deve passar por reforma, e que os atrasos nos aditamentos e nos repasses devem ser tratados, como os que aconteceram nesse segundo semestre, devem ser resolvidos e tratados com mais responsabilidade pelo MEC. "Os contratos já vigentes devem ser privilegiados durante a mudança de semestre, uma vez que influem diretamente no aumento das evasões, que são um desperdício imenso de energia dos estudantes"

Para a presidenta, algumas reformulações devem ser mantidas, entre elas às relacionadas aos aumentos de mensalidade acima da inflação e quanto à nota de avaliação dos cursos  e à nota do Enem.
"Esses são mecanismos de fiscalização e transparência do ensino superior,, que são uma batalha antiga das entidades estudantis, e essa regras no FIES podem ser o começo.   Assim, as instituições se comprometem para evitar a evasãoe mantém a qualidade dos cursos".

Ensino à Distância

A educação a distância também foi lembrada pelo Semesp como uma forma de educação complementar. “Nós estamos usando a EAD para resolver a taxa de escolarização líquida – que é o número de alunos matriculados com 18 até 24 anos. Não é dessa forma que tornaremos o nosso país mais competitivo”. Para Capelato, o público que hoje opta pela graduação EAD tem de 25 a 45 anos e são aqueles que não tiveram oportunidade de curar o ensino superior dos 18 aos 24 anos.

Flavia observa que o Ensino à Distância muitas vezes é pouco atrativo, já  que não estimula a pesquisa e a extensão e o debate em sala de aula, por isso apesar de ser uma forte tendência não deve ser implantado sem critério e em algumas disciplinas.

Avaliação do ENEM


Segundo dados do Mapa do Ensino Superior são 4,7 milhões de alunos com 18 a 24 anos e todo ano 3 milhões de alunos prestam o ENEM e acabam não ingressando no ensino superior. “Esses jovens ou não vão cursar nunca o ensino superior ou vão ficar para depois dos 24 anos e optar pelo EAD”.

Fonte: UEE/SP

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