Por Sara Puerta
O Semesp ( Sindicato das Mantenedoras
de Ensino Superior) apresentou nessa quarta feira (23.11) na Comissão de
Educação da Câmara dos Deputados a 6ª edição do Mapa do Ensino Superior do
Brasil.
O estudo desenvolvido pela entidade apresenta dados que chamam a atenção
sobre a atual conjuntura do ensino superior privado no país, incluindo todos os
estados.
Para Thiago Rodrigues Pêgas, vice-presidente do Semesp, os dados do
setor contidos nessa contribuem para levantar e incentivar o debate sobre
as atuais políticas públicas da educação.
Um dos aspectos observados foi em relação às reformulações do FIES em
2010, em que graduações de Engenharias foram incentivadas e as graduações
tecnológicas, com um período de curso menor, foram esquecidas. De acordo
com Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, o FIES também deveria
ser direcionado à formação tecnológica, por conta das demandas de campo de
trabalho.
As taxas de evasão com e sem Fies
também foram detalhadas aos parlamentares por Capelato. “Em 2014, a taxa de
ingressantes (alunos que entram no 1º ano) na graduação com Fies chegou a 39%.
Em 2016, com a crise e a reformulação do Fies, a taxa de ingressantes baixou
para 13%. O estudo do Semesp mostra que a taxa de evasão no primeiro ano de um
curso, para quem ingressou com Fies na rede privada fica em 7,5% e sem Fies
cresce para 25%.
Para Flavia Oliveira, presidenta da
UEE-SP, os dados indicam que o FIES, sendo um dos principais programas de acesso
ao superior, deve passar por reforma, e que os atrasos nos aditamentos e nos
repasses devem ser tratados, como os que aconteceram nesse segundo semestre,
devem ser resolvidos e tratados com mais responsabilidade pelo MEC. "Os
contratos já vigentes devem ser privilegiados durante a mudança de
semestre, uma vez que influem diretamente no aumento das evasões, que são um
desperdício imenso de energia dos estudantes"
Para a presidenta, algumas
reformulações devem ser mantidas, entre elas às relacionadas aos aumentos de
mensalidade acima da inflação e quanto à nota de avaliação dos cursos e à
nota do Enem.
"Esses são mecanismos de
fiscalização e transparência do ensino superior,, que são uma batalha antiga das
entidades estudantis, e essa regras no FIES podem ser o começo. Assim,
as instituições se comprometem para evitar a evasãoe mantém a qualidade dos
cursos".
Ensino à Distância
A educação a distância também foi
lembrada pelo Semesp como uma forma de educação complementar. “Nós estamos
usando a EAD para resolver a taxa de escolarização líquida – que é o número de
alunos matriculados com 18 até 24 anos. Não é dessa forma que tornaremos o
nosso país mais competitivo”. Para Capelato, o público que hoje opta pela
graduação EAD tem de 25 a 45 anos e são aqueles que não tiveram oportunidade de
curar o ensino superior dos 18 aos 24 anos.
Flavia observa que o Ensino
à Distância muitas vezes é pouco atrativo, já que não estimula a
pesquisa e a extensão e o debate em sala de aula, por isso apesar de ser uma
forte tendência não deve ser implantado sem critério e em algumas disciplinas.
Avaliação do ENEM
Segundo dados do Mapa do Ensino
Superior são 4,7 milhões de alunos com 18 a 24 anos e todo ano 3 milhões de
alunos prestam o ENEM e acabam não ingressando no ensino superior. “Esses
jovens ou não vão cursar nunca o ensino superior ou vão ficar para depois dos
24 anos e optar pelo EAD”.
Fonte: UEE/SP
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