Com o apoio da UEE-RJ, mais de 300 jovens se uniram para reivindicar o aumento abusivo em duas universidades; estudantes prometem novas manifestações este mês
Estudar na universidade Gama Filho (UGF) e na UniverCidade, duas grandes instituições de ensino do Rio de Janeiro, ficou em média 25% mais caro neste início de ano. Quem cursa os últimos períodos na Gama Filho, por exemplo, chegou a pagar quase 40% a mais do valor de 2011; quem está nos primeiros anos, 20%. O custo do curso de medicina, para se ter uma ideia, saltou de R$2.749,00 para R$3.450,00.
O reajuste soou como uma bomba no bolso de cada um dos alunos e, com o apoio da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ) e do Sindicato dos Professores (SINPRO-RIO), os jovens se uniram logo após a virada do ano para protestar contra o aumento abusivo das mensalidades.
Na tarde do último dia cinco (05/01/2012), mais de 300 estudantes marcharam do centro da cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente da porta da UGF, até a sede do grupo Galileo Educadional, empresa que administra as duas universidades. No fim do ano passado, a mantenedora demitiu ainda funcionários e professores, contabilizando mais de 1.500 profissionais desligados das instituições. Durante o protesto, os estudantes exigiram o pagamento de todos os direitos trabalhistas desses funcionários.
“Desde a compra destas instituições pelo Grupo Galileu Educacional vem acontecendo uma série de desrespeito aos estudantes e funcionários. Demissões em massa, transferências de matérias para outras unidades, cancelamentos de cursos e um aumento abusivo. Alguns cursos chegaram a inflacionar mais de 7% do valor dos últimos 12 meses. A UNE e a UEE-RJ estão junto com os alunos e esperam realizar outras manifestações para conter este abuso”, avaliou Everton Sodré (Chacal), diretor executivo de Políticas Públicas de Juventude da UNE.
Ainda tem mais…
Além dos reajustes, a mudança da data de vencimento do boleto também provocou indignação. Segundo os estudantes, o prazo sempre foi entre o 5º e o 15º dia útil do mês. Este ano, as instituições anteciparam o pagamento para o primeiro dia.
Com tanta polêmica, os alunos prometem organizar outros protestos. A UEE-RJ tem conversado com as lideranças estudantis das universidades para organizar uma nova passeata ainda este mês. “Não foi oferecido sequer uma planilha de custos para nós, estudantes, em que justifique o aumento. Mesmo em férias, conseguimos reunir um número grande de estudantes. Esperamos reverter todo este quadro com outras mobilizações estudantis”, explicou Everton Sodré.
Patricia Blumberg/UNE
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