Entidade
brasileira foi a primeira do planeta, em toda história, a ter voz e
participar das decisões em uma atividade da Organização das Nações
Unidas (ONU)
Um encontro no Rio de Janeiro, na tarde desse sábado (16/07), com a participação central da União Nacional dos Estudantes do Brasil (UNE), pode ter representado um prenúncio histórico de novos tempos para a democracia popular e participativa em favor de uma nova ordem mundial. Desde que foi criada em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) nunca havia incluído participantes que não fossem ligados diretamente a governos, em seus processos de decisão. Durante a programação da Rio+20, a ONU apresentou um novo modelo que contempla também a socieade civil.
A primeira entidade convidada a pronunciar-se e participar foi a UNE. O presidente da entidade Daniel Iliescu abriu a rodada de debates e propostas “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável” no Riocentro, seguido de participantes de diversos outros países. Ciente do simbolismo e da responsabilidade envolvidos nesse ato, a UNE optou por levar à ONU e aos chefes de estado a mensagem dos movimentos sociais do mundo, desenvolvida em fóruns e redes de consensos internacionais, sobre o tema do meio ambiente e da sustentabilidade.
“Viemos reivindicar uma fala de um filósofo alemão, Karl Marx, há mais de 150 anos atrás, ressaltando que o homem e a natureza são a mesma coisa. Dizer que o homem e a natureza precisam dialogar é dizer que a natureza precisa dialogar consigo própria e que os debates social e ambiental são inseparáveis”, disse o presidente da UNE em seu discurso. E prosseguiu: “Queremos fraternalmente fazer a crítica do movimento social de todo o planeta à concepção da economia verde, do mercado verde e do capitalismo verde. Só a mudança da cor não nos basta. É preciso aliar o desenvolvimento com sustentabilidade ambiental ao fim da exploração do trabalho, da degradação do homem e das guerras que infelizmente ainda marcam o cenário mundial”.
Em seguida, a UNE se manifestou de forma a refutar a criação de uma Agência Ambiental nos moldes da Organização Mundial do Comércio (OMC) e defender, em seu lugar, o Conselho Mundial de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
PROCESSO DE DECISÕES
O subtema da mesa em que o presidente da UNE participou foi “Desemprego, trabalho decente e migrações”. Após as exposições de cada um dos convidados, foi realizado um processo de elaboração de propostas, pelo público que participou através da internet e pelos próprios debatedores, de forma a enfrentar os desafios relacionados ao assunto discutido. Com votos dos internautas, da plenária e dos convidados, foram eleitas três propostas finais, que serão oficialmente encaminhadas, como sugestões, para o documento final da Rio+20, produzido pelos chefes de estado de todo o mundo.
A mesa resultou em três propostas alinhadas com os posicionamentos da entidade, principalmente aquela que foi defendida também por Iliescu em sua fala: Incluir a Educação como tema central na agenda dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável. As outras duas foram a promoção do trabalho decente, com respeito às convenções da OIT, e a proteção social dos trabalhadores.
Em entrevista ao site da UNE logo após o encontro, o presidente da entidade mostrou-se entusiasmado com a possibilidade de participação popular da sociedade civil em um fórum da ONU:
“Trata-se de um momento histórico principalmente pela força de seu simbolismo e pela abertura de uma possibilidade real da democracia direta ser absorvida em um cenário internacional infelizmente marcado por decisões hegemônicas do poder econômico ou militar. Não sabemos se essas propostas serão efetivamente contempladas pelos chefes de estado que irão compor o documento final da Rio+20, mas já consideramos essa participação uma vitória ímpar no sentido da afirmação de um movimento social mundial maduro, fortemente organizado em espaços como o Fórum Social Mundial, Fóruns Mundiais da Juventude, de estudantes, mulheres, comunidades tradicionais e outros que estão alinhados com um futuro positivo e comum da coletividade. Esse movimento se faz agora ouvido, atuando de forma propositiva em favor de um mundo mais justo socialmente e ambientalmente. A UNE, aos seus 75 anos de maturidade na busca da unidade dentro da diversidade, orgulha-se imensamente de ter dado a sua contribuição”, declarou.
O encontro “Diálogos para o desenvolvimento sustentável” segue até a próxima terça-feira (19/07) no Rio Centro. Um total de 100 convidados, divididos em 10 painéis temáticos, representando diversos tipos de grupos de todas as regiões do mundo estará presente. Todos os painéis são transmitidos ao vivo pela internet, através do endereço www.uncsd2012.orge o público participa diretamente, com os debatedores, das propostas a serem enviadas para o documento final da Rio+20.
Mais informações e programação completa em www.onu.org.br/rio20
Do Rio de Janeiro, Artênius Daniel-UNE
Um encontro no Rio de Janeiro, na tarde desse sábado (16/07), com a participação central da União Nacional dos Estudantes do Brasil (UNE), pode ter representado um prenúncio histórico de novos tempos para a democracia popular e participativa em favor de uma nova ordem mundial. Desde que foi criada em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) nunca havia incluído participantes que não fossem ligados diretamente a governos, em seus processos de decisão. Durante a programação da Rio+20, a ONU apresentou um novo modelo que contempla também a socieade civil.
A primeira entidade convidada a pronunciar-se e participar foi a UNE. O presidente da entidade Daniel Iliescu abriu a rodada de debates e propostas “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável” no Riocentro, seguido de participantes de diversos outros países. Ciente do simbolismo e da responsabilidade envolvidos nesse ato, a UNE optou por levar à ONU e aos chefes de estado a mensagem dos movimentos sociais do mundo, desenvolvida em fóruns e redes de consensos internacionais, sobre o tema do meio ambiente e da sustentabilidade.
“Viemos reivindicar uma fala de um filósofo alemão, Karl Marx, há mais de 150 anos atrás, ressaltando que o homem e a natureza são a mesma coisa. Dizer que o homem e a natureza precisam dialogar é dizer que a natureza precisa dialogar consigo própria e que os debates social e ambiental são inseparáveis”, disse o presidente da UNE em seu discurso. E prosseguiu: “Queremos fraternalmente fazer a crítica do movimento social de todo o planeta à concepção da economia verde, do mercado verde e do capitalismo verde. Só a mudança da cor não nos basta. É preciso aliar o desenvolvimento com sustentabilidade ambiental ao fim da exploração do trabalho, da degradação do homem e das guerras que infelizmente ainda marcam o cenário mundial”.
Em seguida, a UNE se manifestou de forma a refutar a criação de uma Agência Ambiental nos moldes da Organização Mundial do Comércio (OMC) e defender, em seu lugar, o Conselho Mundial de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
PROCESSO DE DECISÕES
O subtema da mesa em que o presidente da UNE participou foi “Desemprego, trabalho decente e migrações”. Após as exposições de cada um dos convidados, foi realizado um processo de elaboração de propostas, pelo público que participou através da internet e pelos próprios debatedores, de forma a enfrentar os desafios relacionados ao assunto discutido. Com votos dos internautas, da plenária e dos convidados, foram eleitas três propostas finais, que serão oficialmente encaminhadas, como sugestões, para o documento final da Rio+20, produzido pelos chefes de estado de todo o mundo.
A mesa resultou em três propostas alinhadas com os posicionamentos da entidade, principalmente aquela que foi defendida também por Iliescu em sua fala: Incluir a Educação como tema central na agenda dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável. As outras duas foram a promoção do trabalho decente, com respeito às convenções da OIT, e a proteção social dos trabalhadores.
Em entrevista ao site da UNE logo após o encontro, o presidente da entidade mostrou-se entusiasmado com a possibilidade de participação popular da sociedade civil em um fórum da ONU:
“Trata-se de um momento histórico principalmente pela força de seu simbolismo e pela abertura de uma possibilidade real da democracia direta ser absorvida em um cenário internacional infelizmente marcado por decisões hegemônicas do poder econômico ou militar. Não sabemos se essas propostas serão efetivamente contempladas pelos chefes de estado que irão compor o documento final da Rio+20, mas já consideramos essa participação uma vitória ímpar no sentido da afirmação de um movimento social mundial maduro, fortemente organizado em espaços como o Fórum Social Mundial, Fóruns Mundiais da Juventude, de estudantes, mulheres, comunidades tradicionais e outros que estão alinhados com um futuro positivo e comum da coletividade. Esse movimento se faz agora ouvido, atuando de forma propositiva em favor de um mundo mais justo socialmente e ambientalmente. A UNE, aos seus 75 anos de maturidade na busca da unidade dentro da diversidade, orgulha-se imensamente de ter dado a sua contribuição”, declarou.
O encontro “Diálogos para o desenvolvimento sustentável” segue até a próxima terça-feira (19/07) no Rio Centro. Um total de 100 convidados, divididos em 10 painéis temáticos, representando diversos tipos de grupos de todas as regiões do mundo estará presente. Todos os painéis são transmitidos ao vivo pela internet, através do endereço www.uncsd2012.orge o público participa diretamente, com os debatedores, das propostas a serem enviadas para o documento final da Rio+20.
Mais informações e programação completa em www.onu.org.br/rio20
Do Rio de Janeiro, Artênius Daniel-UNE
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