A União Metropolitana
dos Estudantes Secundaristas de Natal (UMES), completa nessa
segunda-feira (14), 30 anos de história. Fundada em 14 de maio de 1982
no Instituto de Teologia Pastoral (ITEPAN), quando os estudantes
secundaristas se organizaram para fundar a entidade. No próximo dia 24,
por iniciativa do vereador George Câmara, a Câmara Municipal realizará
sessão solene em homenagem aos 30 anos da UMES. Na ocasião,
ex-presidentes e ex-diretores da entidade serão homenageados no
reencontro da UMES com a sua história.
Em três décadas, muitas personalidades
políticas e sociais de Natal iniciaram sua trajetória vitoriosa com a
participação dos grêmios estudantis. O primeiro presidente da entidade
foi Cláudio Damasceno, entre outros nomes como Robson Carvalho
(apresentador de TV e da 98 FM), Júlio Protásio (Vereador de Natal),
Ridalvo Felipe (Jornal O Público), Eugênio Bezerra (jornalista),
Salatiel de Souza (apresentador de TV e ex-Vereador), Silvânio Medeiros
(Ex-Subsecretário de Juventude do RN) e Ismênio Bezerra (membro do
Conselho Nacional de Juventude).
Para o atual presidente da UMES e
estudante do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), Whanderley
Costa, é um grande orgulho presidir uma das mais importantes entidades
municipais do Brasil. “A UMES tem um legado de conquistas invejável,
organizou Fora Collor, lutou e tem lutado nos últimos anos contra os
reajustes da tarifa de transporte, conquistou a gestão democrática e a
meia passagem intermunicipal. Hoje, participando de conselhos
importantes, tanto no governo estadual quanto nos municípios, tem muita
autoridade para debater e lutar por uma escola à altura do país que nós
queremos construir”, afirmou.
UMES: 30 ANOS EM DEFESA DA ESCOLA PÚBLICA E POR MAIS DIREITOS
A UMES deu provas constantes de sua combatividade quando, mesmo sob o período ditatorial, organizou os estudantes secundaristas em suas demandas reivindicatórias. Desde então, nunca mais saiu do cotidiano das salas de aula e das ruas de Natal.
Após a redemocratização, os estudantes
obtiveram uma grande vitória. No dia 4 de novembro de 1985, foi aprovada
a Lei do Grêmio Livre que, em contraponto aos inoperantes Centros
Cívicos, tem autonomia para participar livremente da vida política da
escola, além de movimentar a vida cultural, artística e desportiva
local. Essa foi a primeira grande bandeira relacionada ao movimento
durante a década, tendo em vista o interesse dos estudantes de se
libertarem dos centros cívicos.
Em 1987, a prefeitura instalou uma
comissão para coordenar o processo de eleições diretas para diretor das
escolas municipais, que havia sido exigida pela UMES. Essa foi a única
entidade estudantil participante da coordenação. A UMES também teve
garantido espaço no Conselho Municipal de Usuários de Transporte, criado
em 1989, fruto da sua presença nas questões relacionadas ao tema.
No dia 26 de agosto de 1992, mais de 10 mil pessoas saíram às ruas de
Natal para denunciar a corrupção no governo federal. A UMES não somente
foi uma das coordenadoras do movimento Fora Collor, como foi a principal
entidade mobilizadora, organizando milhares de estudantes para as
manifestações. Era o ápice do movimento que se tornou vitorioso,
alcançando o impeachment de Fernando Collor.
Uma das grandes conquistas recentes dos
estudantes do Rio Grande do Norte ocorreu no ano de 2002. Embalada com a
possibilidade de aprovar a meia passagem intermunicipal para os
estudantes, a UMES realizou diversas manifestações, ocupando, no dia 16
de agosto, as galeras da Assembléia Legislativa para a aprovação do
projeto. Pressionado por amplas manifestações populares, o governador
Fernando Freire sancionou o projeto.
Em 2003, a UMES, através da frente “RN
Contra a Guerra” realizou uma passeata com milhares de estudantes para
denunciar a farsa que representava a Guerra no Iraque, cujo principal
objetivo era saquear o petróleo do país árabe. Já em 2004, os
estudantes, à frente Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas
(APES), UMES, Grêmio do CEFET-RN e DCE da UFRN, derrotaram o projeto de
lei do vereador Pio Marinheiro, conhecido como a “lei dos passes”, que
visava restringir o passe a que os estudantes têm direito de 120 para 60
por mês. A última manifestação ocorreu no último dia do ano.
Entre 2005 e 2006, diversas manifestações
foram promovidas pela UMES, APES, UBES e UNE, com objetivo de barrar o
aumento da passagem de ônibus. As maiores manifestações nesse período
reuniram mais de 3 mil, demarcando a constante luta da entidade pela
garantia do acesso e qualidade da educação no rio Grande do Norte.
" Fico muito feliz em ver a entidade máxima dos estudantes natalenses completando 30 anos de história e de luta! Fico mais feliz ainda de poder também ter contribuido para a reconstrução da UMES-NATAL em 82/83, quando naquela época presidia o Grêmio Estudantil "Presidente Café Filho" da Escola Estadual WINSTON CHURCHILL - Cidade Alta - Natal-RN, ponto inclusive para concentrações das nossas grandes passeatas e atos públicos. Orgulhoso ainda por ter sido o primeiro presidente do Grêmio a convocar uma GREVE DE ESTUDANTES da referida escola, em virtude das péssimas condições da E. E. Winston Churchill, resultou em uma reforma de 06 meses e hoje é uma das melhores escolas do Estado.
A UMES-Natal tem sua história de luta e quero registrar nesse momento a título de justiça a participação de grandes companheiros que derramaram seu suor para hoje a UMES ser a entidade que é! Rogério Marques e Vlademir Fonseca (E. E. Varela Barca), Walter Jr (ETFRN-IFRN), Evaniel (E. E. Luiz Antonio) e tantos outros que na memória no momento não vem, a eles sim um reconhecimento ímpar de tudo que fizeram na DEFESA DOS ESTUDANTES NATALENSES e por uma EDUCAÇÃO DE QUALIDADE e LAÍCA.
A toda atual diretoria da UMES um forte abraço e que todos conduzam a luta resgantando também a memória daqueles que hoje já não estão mais aqui, mas que sem sombra nenhuma eles estão em algum lugar torcendo por vocês. Valeu meus Grandes Camaradas!." Eduardo Vasconcelos - Ex. Diretor da UMES/82/83
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