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terça-feira, 3 de maio de 2016

Canto a esperança de um mundo socialista – Por Caio Botelho

É inspirador o tema escolhido pela União da Juventude Socialista para seu 18º Congresso Nacional: “Canto a esperança de um mundo novo”.

Falar em esperança em um tempo tão sombrio é um gesto corajoso. Defender a novidade – quando o atraso se impõe com tanta força – é uma prova de audácia por parte de uma organização de juventude reconhecida pela sua combatividade e capacidade de fazer vitoriosas, causas que eram dadas como perdidas.

O Congresso da UJS é um momento ímpar: dezenas de milhares de jovens de todos os cantos do Brasil participam de assembleias, plenárias, etapas municipais e estaduais, dentre outras atividades, para discutir e construir coletiva e democraticamente a entidade. Portanto, ele não começa e nem termina quando da realização de sua etapa nacional – que vai acontecer entre os dias 14 e 17 de julho, em São Paulo, capital – mas também quando cada militante se reúne para debater a tese e as formas de dialogar com a juventude, além das bandeiras de luta e os desafios organizativos.
Apenas essa razão é o suficiente para que este momento conte com a atenção e a importância que merece.

Mas tem outro motivo que amplia ainda mais o significado deste Congresso: ele ocorre no momento em que o Brasil se encontra em uma encruzilhada histórica, com a possibilidade de graves retrocessos às conquistas dos últimos anos. Diante de um cenário tão desafiador, não há hora melhor para reunir a tropa e definir uma tática para as novas condições de luta que permita, o quanto antes, a retomada da ofensiva.
Falando em tropa, pedimos licença para um breve devaneio histórico:
Sabemos que a Segunda Guerra Mundial foi decidida em uma batalha: Stalingrado – ocorrida entre julho de 1942 e janeiro de 1943 em território soviético. Se vitorioso, o exército nazista iria se apoderar de uma região rica em minérios, especialmente ferro e petróleo. Ali estava sendo decidido o maior conflito da história da humanidade. Quem vencesse aquela batalha, venceria a Guerra.
Em todos os aspectos, os alemães tinham imensa vantagem sobre o Exército Vermelho. Possuíam mais tropas, armas, munições, aviões, alimentos, etc. Uma avaliação exclusivamente pragmática da situação não daria a menor esperança de vitória soviética.
A não ser por um detalhe nada pequeno: a moral da tropa. Enquanto os alemães lutavam por Hitler, os soviéticos lutavam por uma causa, por sua pátria e por tudo o que ela representava. Seus soldados cumpriram com destemor a ordem do alto comando: “nenhum passo atrás!”. E depois de meses de combates encarniçados as tropas alemães se renderam.
Encerrado o devaneio, retornemos ao assunto:
É preciso buscar inspiração nos soldados vermelhos. Guardadas as proporções históricas e a realidade própria de cada época e país, também estamos diante de uma grande e decisiva batalha e em condições imensamente desfavoráveis. E em meio à situação adversa, a primeira tarefa é justamente levantar a moral da tropa ou, em nosso caso, da militância.
Imprescindível enxergar não apenas a árvore, mas a floresta. A luta política em curso no Brasil é parte de uma longa jornada pela emancipação do nosso povo, que compreende vitórias e derrotas e não começou com a eleição de um presidente, mas remonta às lutas travadas desde os tempos coloniais. E não nos cabe nem a acomodação quando triunfamos e menos ainda o desânimo quando somos derrotados.
Nesse cenário, o principal desafio desse Congresso da UJS é reforçar o entendimento de que a luta continua, mas em novas condições. E isso é possível apenas na medida em que reafirmamos o caráter estratégico desta organização – afinal, esse novo mundo pelo qual cantamos não é outro senão o mundo socialista.
Socialismo que, em nosso país, vai se inspirar na trajetória de lutas e nas características do povo brasileiro. Como diz o manifesto da UJS: “O nosso Socialismo será verde e amarelo, tocará viola, fará hip-hop, dançará samba e rock. Fará carnaval e jogará futebol. Será construído a partir de nossa realidade e caminhos que nós descortinaremos”. Mas, ao mesmo tempo, será solidário e saberá aprender com as lutas dos povos de todos os cantos do mundo.
Não há, portanto, a possibilidade de acabar com o machismo, racismo, homofobia, com os preconceitos de todas as espécies e as desigualdades sociais sem derrotar o sistema que alimenta tudo isso. É preciso, de forma ampla e inteligente, concatenar todas essas bandeiras com a luta contra o capitalismo.
Neste Congresso, a UJS deve transmitir à juventude brasileira uma mensagem de esperança. É possível e necessário romper com as amarras que nos mantém presos ao atraso! Somos jovens e, por consequência, rebeldes por natureza e revolucionários em potencial. Com alegria e disposição, vamos dar conta da tarefa de construir um mundo novo – e socialista!
Fonte UJS

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