Site da UNE conversou com o músico que tem ganhado cada vez mais espaço no cenário independente e do rap com seu discurso contra os opressores e o ódio, pelas liberdades e em defesa da decmoracia
Rico Dalasam chegou pra somar. Adicionar forças à luta de um movimento que já enfrentou preconceitos, bateu no teto do sucesso, caiu, voltou, apresentou hits, heróis, vilões e não cansa de se renovar e teimar em dizer: o hip hop é grande demais e ainda vai dar muito trabalho aos opressores.
Dalasam, ou, “Disponho Armas Libertárias a Sonhos Antes Mutilados“, tem fala pausada e certeira, voz grave marcante e reflexões amplas sobre, por exemplo, a sua existência-estética e como ela pode influenciar a pessoa ao seu lado.
“Eu já acordo, coloco o chinelo rosa e vou a padaria. Sinto que as unhas pintadas coloridas já batem no olhar da caixa, o cabelo desse jeito talvez mexa com a ideia do cara do balcão que quer fazer algo parecido mas está oprimido pelo patrão. Então, a estética também é luta“, afirma.
Aos 26 anos, Jefferson Ricardo da Silva, nome de batismo, conversou com o site da UNE dentro de um teatro na Praça Roosevelt, no centro da cidade. Criado na cidade de Taboão da Serra, região metropolitana, ele sabe da dificuldade de uma pessoa como ele, “negro gay, cantor de rap, da periferia”, circular, transitar e se empoderar da cidade.
“A gente não é aceito. Tem uns amigos meus que quando são chamados para ir na Paulista os caras nem querem porque sabem que ali não é o lugar deles, que ali não foi feito para eles e que ali eles serão olhados diferente. Eles preferem ficar na periferia.”, diz.
Nessa conversa, Dalasam ainda foi enfático na defesa da democracia e sobre o “ter lado nessa quase guerra” que tem se estabelecido no país. Falou também sobre o papel que ele acha que tem como artista nessa batalha e combateu o ódio. “Não vejo espaço, não posso aceitar o ódio na democracia. Isso não!”
Impulsionado por uma geração conectada, Rico Dalsam despontou ainda em 2014 com a música Aceite-C, que tem mais de 220 mil visualizações no YouTube. O EP “Modo Diverso”, com seis faixas, só veio depois, lançado em março de 2015. O álbum propriamente dito chegará agora, no dia 29 de maio, com show programado para o Auditório do Ibirapuera. Vai se chamar Orgunga, uma simbiose de orgulho negro e gay.
Confira mais uma entrevista da série Diálogo que nos UNE:
> Assista a outros vídeos da série “Diálogo que nos UNE”:
– Tico Santa Cruz: http://bit.ly/1VVF1wV
– Boaventura de Souza Santos: http://bit.ly/1Te6tQc
– Rapper Moysés: http://bit.ly/21fngsg
– Tico Santa Cruz: http://bit.ly/1VVF1wV
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Fonte: UNE
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