Documento aprovado repudia a política de segurança do governo do Estado
O Conselho Municipal da Juventude da Cidade de São Paulo aprovou na quinta-feira (8) documento em que repudia a política de segurança do governo do Estado. O texto, referendado pelas 34 entidades e organizações que compõem o conselho, destaca a ação sistemática de extermínio da juventude. “Nesta ação orientada, de discriminação e preconceito, quem morre mais é a juventude pobre e negra, e pelo simples fato de ‘parecer ser’”, diz trecho da nota.
Segundo o presidente do Conselho, Osvaldo Lemos, o mais importante neste momento é chamar a atenção da sociedade para a situação de violência a que está exposta a juventude paulistana. “Vamos acompanhar e cobrar explicações do governador. Repudiamos e não vamos tolerar discursos quase neofacistas como a redução da maioridade penal, por exemplo. O problema não esta ái. Está na ausência de políticas públicas para a juventude. Esse ataques à juventude são ataques a toda a nação”.
O Conselho discutiu também o Plano de Metas da Juventude Paulistana e a realização de um curso de formação de política pública, em parceria com a Escola do Parlamento e o grupo de políticas públicas daUniversidade de São Paulo (USP). Os conselheiros, que representam diferentes organizações e entidades e o governo, querem aprovar ainda dois projeto da lei, o “Vai 2″ e o “Vai Esporte”, iniciativas de valorização e incentivo da cultura e do esporte.
LEIA ABAIXO A ÍNTEGRA DA NOTA DO CONSELHO
Moção de repúdio à omissão do governo do Estado de São Paulo diante da onda de violência
O Estado de São Paulo vive o caos na segurança pública e o grande responsável é o governo do Estado com sua postura omissa, que vitima principalmente a juventude. Repudiamos a proibição da população, especialmente das periferias, de exercerem o direito fundamental de ir e vir. Não é essa a política pública de segurança que os paulistanos esperam.
Enfatizamos que não é a periferia o centro do poder dos grandes traficantes e dos que lucram com todo o sistema existente para tal. Entendemos que o governo paulista deveria unir forças com as organizações de inteligência brasileira e agir pontualmente, de forma a evitar o derramamento de sangue. Diferente do método insano utilizado sistematicamente pelo governo de São Paulo, aumentando geometricamente a quantidade de pessoas encarceradas e exterminando significativas parcelas de sua população nesta guerra tão antiga.
Rechaçamos, ainda, a concepção de segurança pública deste Estado, deflagrada em 2006, repetida em 2010, acentuada em 2011 na chamada Cracolândia e, por fim, atuante desde junho de 2012, fundamentada em uma lógica de vingança. Nesta ação orientada, de discriminação e preconceito, quem morre mais é a juventude pobre e negra, e pelo simples fato de “parecer ser”.
O Conselho Municipal de Juventude da cidade de São Paulo e as entidades que o compõem assumem o compromisso público de manterem-se atentos ao desenrolar dos fatos, para coibir o genocídio da juventude. Recorreremos, caso necessário, ao Ministério Público e demais instituições competentes.
São Paulo, 8 de novembro de 2012
Conselho Municipal da Juventude da Cidade de São Paulo
Da Redação-UNE
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