Relatório que analisa a implementação do Reuni foi entregue ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante
Depois
de seis meses de trabalho, a comissão mista que avalia o processo de
expansão universitária entregou no último domingo (20) o relatório final
ao ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O documento traz análises
da implementação do Programa de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (Reuni) e indicações de medidas a serem tomadas
para a garantia do ensino de qualidade. A entrega aconteceu no 14º
Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da União Nacional dos
Estudantes (UNE).
O programa foi instituído em 2007 por decreto com o objetivo de
aumentar o acesso ao ensino superior com a ampliação do número de vagas,
contratação de professores, ampliação da assistência estudantil,
mobilidade acadêmica e construção e reformas nos edifícios dos centros
de ensino superior públicos.
A comissão foi formada em julho do ano passado, composta por dois
representantes do Ministério da Educação (MEC) e o mesmo número de
representantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior (Andifes), da UNE e dos estudantes de
pós-graduação.
“A expansão é importante e tem que continuar, com a qualidade como
principal diretriz”, avalia a reitora da Universidade Federal do Mato
Grosso, Maria Lúcia Cavalli, integrante da comissão. No documento foram
analisados aspectos quantitativos, como número de vagas, contratações e
reformas, além de aspectos qualitativos, por meio de entrevistas
realizadas com docentes e discentes.
“Encontramos também vários problemas. A universidade no Brasil está
sucateada há 20 anos. O Reuni esbarrou em problemas que já vinham de
antes. O relatório propõe que para além da expansão haja um aporte de
recursos destinados ao resgate desses passivos”, explica o
coordenador-geral da Diretoria de Desenvolvimento da Rede de
Instituições Federais de Ensino Superior (MEC), Antônio Simões, que
também integra a comissão.
Segundo dados do MEC, 66% das obras previstas estão concluídas – o
cronograma está atrasado. O presidente da UNE, Daniel Iliescu,
representante da entidade na comissão, diz que a expansão é apenas o
início de uma reforma necessária às universidades.
O grupo defende também a aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE), em tramitação no Congresso Nacional.
O Plano estabelece 20 metas a serem perseguidas nos próximos dez anos.
Entre elas, a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a
educação. “Essa é a principal bandeira do nosso movimento”, afirma
Iliescu.
O ministro deve avaliar o relatório e implementá-lo na medida do
possível. “A demanda é muito grande e deve ir sendo sanada à medida que o
orçamento possibilitar”, explica Simões. O relatório estará disponível
para consulta no site do MEC nos próximos dias.
O 14º Coneb da UNE acontece no Recife (PE) até segunda-feira (21).
Este ano foram mais de 3,5 mil inscrições de entidades de todas as
regiões do país. Sob o tema “A Luta pela Reforma Universitária: do
Manifesto de Córdoba aos Nossos Dias”, o Coneb oferece debates e grupos
de discussão sobre temas ligados às universidades e ao Brasil. Ao final,
os delegados vão decidir os rumos e posicionamentos da UNE para 2013. O
evento antecede a Bienal da UNE, espaço de diálogo de estudantes e movimentos culturais que, este ano, está em sua 8ª edição.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Fábio Bardella
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