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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

HISTÓRIAS DAS BIENAIS: NOSSA CULTURA EM MOVIMENTO

Iniciativa da Bienal da UNE se consolidou com a 2ª edição do festival. Confira como foi!
Estamos na 9ª edição do maior festival estudantil da América Latina. A ideia das Bienais da UNE, em 1999, deu início à realização de um ousado projeto de resgate do trabalho cultural do movimento estudantil que havia se dissipado ao longo dos anos, com a ditadura militar. A partir dessa data, houve a possibilidade de se desenvolver um movimento cultural organizado, levado adiante pela juventude universitária. A iniciativa se consolidou de vez em fevereiro de 2001, com a realização da 2ª Bienal, no Rio de Janeiro. 
Os debates sobre essa edição duraram quase todo o primeiro semestre de 2000, nos fóruns da UNE e, inclusive, em um Conselho Nacional de DCEs, em Juiz de Fora. Os jovens que organizaram o evento se mudaram para o Rio em julho, oito meses antes. Wadson Ribeiro, presidente da UNE na época, conta que a equipe era composta por diretores e também por diversos estudantes ligados aos cursos de artes.
“Tivemos grande apoio do governo do estado, da UERJ e, contraditoriamente, fomos beneficiados também pela realização do Rock’in Rio, pois estávamos sem dinheiro para realizar o evento e como o Rock’in Rio aconteceria um mês antes da Bienal, fizemos uma parceria com os organizadores do evento e garantimos a meia-entrada para quem tivesse a carteira da UNE. Isso fez com que milhares de carteiras fossem produzidas e capitalizássemos a UNE para arcar com as despesas da Bienal“, explica o ex-presidente.
Foi durante a organização da 2ª Bienal da UNE que a discussão sobre uma forma de dar continuidade à produção cultural e artística nas universidades tomou fôlego. A grande contribuição da 2ª Bienal foi o amadurecimento deste trabalho cultural, que se expressou no lançamento do Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA da UNE. O debate girava em torno de uma iniciativa contínua que fomentaria a produção cultural e artística nas universidades para além das bienais.
“Uma atividade realizada antes da Bienal, em fevereiro de 2001, na UERJ, construída por um núcleo maior e mais consolidado de artistas e militantes foi, acima de tudo, marcante para amadurecer a compreensão sobre o movimento cultural da UNE. Percebeu-se que mais do que atividades regulares de dois em dois anos era necessário criar algo permanente. Foi aí que se apresentou a idéia de um instrumento chamado CUCA. Surge assim o primeiro núcleo, coordenado por Luis Parras, Priscila Lolata, Ernesto Valença, Ana Petta e Danilo Moreira”, explicou Wadson.
A novidade foi à participação de um grande número de personalidades da vida cultural brasileira. As presenças marcantes foram várias, como Augusto Boal e Ziraldo. Foi nesta edição que Oscar Niemeyer apresentou o projeto da sede da UNE na praia do Flamengo, 132. Tom Zé, durante um show épico, fez a música “Unidiversidade”, especialmente para o festival.  O show do O Rappa também foi muito marcante. Realizado nos Arcos da Lapa, trouxe a primeira aparição pública de Marcelo Yuka. Em novembro de 2000, o baterista levou seis tiros ao tentar impedir um assalto no Rio de Janeiro e ficou paraplégico.
Além disso, a entidade propôs que as atividades subsidiassem a reflexão do tema “Nossa Cultura em movimento”, instigando uma discussão sobre a diversidade cultural brasileira. Houve espaço para programação não-oficial (Lado B) e visita às comunidades dos morros do Rio de Janeiro (Lado C),promovendo a interação dos estudantes com a cidade.
Fonte: UNE

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