Casos de ofensas nas escolas públicas denunciam as raízes do machismo
O machismo não ocupa carteira na sala de aula, mas circula pelo corredor central da escola pública Renato Pacheco, em Vitória (ES), onde estuda Andressa Eulália de 16 anos. Nessa quinta-feira (27), a secundarista do 3º ano foi vítima de um recado ofensivo que estudantes colaram no bebedor do colégio.
Autodeclarada feminista, desde 2012 a jovem é diretora de mulheres da UMES-Vitória, afirma que ela e outras amigas são vítimas constantes do machismo e da homofobia. Dentro da escola e com autorização da direção, ela vem realizando intervenções no recreio colocando frases feministas pelo corredor e nos banheiros.
Bilhete machista foi colocado em bebedor de escola. Diretoria busca responsáveis. |
Ao perguntar à Andressa se haveria algum indício de quem foi o responsável, ela afirma a possibilidade de se tratar de mais um ato machista praticado na instituição.
“Deve ser porque ganhei a batalha de MC’s da escola em uma disputa com outros sete garotos. Em um espaço que é denominado ‘masculino’, alguém pode não ter aceitado, ou mesmo se sentido ofendido com as intervenções feministas”.
O bilhete foi encaminhado à diretoria da escola que já iniciou uma investigação de caligrafia e do tipo de papel no qual a ofensa foi escrita.
Para UBES, toda e qualquer forma de opressão deve ser combatida dentro das escolas, sendo inclusive temas abordados durante toda formação do estudante. Cabe à escola uma reformulação curricular que inclua obrigatoriamente a discussão de temas como machismo, sexismo e homofobia.
E o feminismo? O que é? “A luta pela equidade de gênero, pela emancipação e empoderamento das mulheres juntamente da luta contra o patriarcado opressor enraizado em nossa sociedade”, explica Andressa.
Fonte: UBES
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