As duas entidades elegem mulheres à presidência e saem à luta contra o golpismo.
No momento em que os estudantes de
todo Brasil levantam suas bandeiras pelo empoderamento das mulheres e em defesa
da democracia para impedir o golpe do impeachment contra a primeira mulher a
ocupar a presidência do país, os estudantes do Rio de Janeiro dão aula de
cidadania contra o machismo e elegem duas jovens secundaristas para presidir
a Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro
(AMES) e a União Estadual dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro
(UEES).
Além de colocar as meninas na linha
de frente das entidades nos próximos dois anos, o congresso unificado que
aconteceu no último sábado (5), no bairro Quintino Bocaiuva, na Escola Técnica
Estadual República, também definiu as lutas para o próximo período.
Mais de 300 estudantes compareceram
ao fórum máximo das entidades. Os debates aconteceram juntos, com plenárias e
votações separadas. Entre as pautas discutidas estão os desafios do ensino
público, o desmonte da educação no Rio de Janeiro, a luta contra o corte de
verbas, apoio às ocupações das escolas de São Paulo e democracia.
AMES ELEGE ISABELA
QUEIROZ
No 22º Congresso da AMES, a estudante
do curso médio-técnico em produção audiovisual, Isabela Queiroz, foi eleita a
presidenta da entidade. Aos 17 anos, ela já liderou em sua escola [ETE Adolpho
Bloch] o “Movimento 850” – de reconstrução do grêmios, que arquitetou projetos
como o Núcleo IRIS (Igualdade e Respeito a Identidade Sexual) e o Núcleo
Feminista, além de presidir a diretoria de Mulheres da AMES e a
vice-presidência da entidade.
Para a jovem que está no 2º ano, é
preciso lutar contra o desmonte do ensino na capital e pela abertura do
processo democrático.
“Acho que o maior
desafio para o próximo período é unificar os estudantes contra o desmonte da
educação no Rio de Janeiro, principalmente na questão democrática, que vivemos
cada vez menos em nossas escolas. O presidente da rede estadual de ensino
técnico, Wagner Victer, foi indicado politicamente sem nenhuma consulta aos
estudantes; o presidente da FAETEC, ex-presidente da CEDAE, tem
tentado fazer com o ensino técnico o mesmo que fez com a rede de saneamento:
falir! Precisamos mostrar a eles que educação não é mercadoria!”, bradou
Isabela.
ANA KAROLINE CARPES
ASSUME GESTÃO DE LUTAS DA UEES
No 4º Congresso da UEES-RJ, a
secundarista Ana Karoline Carpes, 20, foi eleita a nova presidenta da entidade
estadual. Natural do Rio Grande do Sul, onde atuou na UMES de Passo Fundo,
a jovem chegou em terras fluminenses há pouco menos de um ano, e ajudou a
construir o Encontro de Grêmios em Duque de Caxias.
Agora, cursando o pré-vestibular,
fala sobre o próximo período contra o autoritarismo nas escolas. “A educação
precisa ser igualitária e livre das opressões, os estudantes estão
insatisfeitos com a polícia dentro da escola, o machismo, o racismo e a
homofobia. Vamos ocupar as ruas e tornar essa uma luta da escola que repercutirá
em toda sociedade”, afirma.
Ana falou sobre o posicionamento do
movimento estudantil do Rio de Janeiro contra a tentativa de impeachment da
presidenta. “Estamos empenhados em dar continuidade ao processo democrático do
nosso país, não aceitaremos o golpismo. Assim como nas entidades estudantis, na
UBES, na AMES e UEES, as mulheres precisam ocupar os espaços de poder e ser
empoderadas, e sem dúvidas, os estudantes já assumiram sua posição, estamos do
lado da democracia, por uma educação igualitária, contra os preconceitos e o
golpismo”, finaliza.
Fonte: UBES
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