Por que as faculdades privadas, que historicamente têm cobrado mensalidades abusivas dos estudantes, agora poderão ser financiadas com dinheiro público?
Essa pergunta resume a indignação da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) com a notícia da concessão de uma linha de crédito para capitalizar as instituições de ensino superior privadas. "Isso mostra, mais uma vez, a necessidade da luta pela regulamentação das instituições particulares prevista no projeto de lei da Reforma Universitária da UNE, que está na Câmara. O Governo investir dinheiro público na universidade privada reforça o modelo atual, com o qual não concordamos", afirma Augusto Chagas, presidente da entidade.
O financiamento referido é fruto de um protocolo firmado entre MEC e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na quarta-feira, 5, que prevê a concessão de cerca de R$ 1 bilhão às instituições de educação superior. "É um absurdo e não faz sentido o Ministério da Educação conceder capital de giro pra faculdade particular!", exclama Chagas, mencionando uma das modalidades da concessão. "O dinheiro público até poderia ser empregado na inadimplência, o que impediria que muitos estudantes parassem de estudar, mas o fundamental que a UNE tem defendido é que as universidades privadas quebradas devem ser imediatamente estatizadas”, completa.
A medida é resultado do lobby das faculdades privadas que, conforme noticiou o jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira, 6, vem agindo desde "fevereiro, quando o governo precisava ajudar as instituições para diminuir os efeitos da crise econômica". "Essa é mais uma faceta para maquiar a pressão que vem forçando o mercantilismo da educação", opina João Paulo Ribeiro, coordenador geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores de Universidades Brasileiras (FASUBRA). A entidade declara que é preciso denunciar isso para a sociedade. E, se uma disputa está acontecendo, é necessário mostrar que o outro lado também está na luta.
Sem contar que justificar qualquer ação desse nível com a crise econômica é extremamente enganoso. O presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, Ismael Cardoso, lembra que recentemente o presidente Lula afirmou ter se arrependido de emprestar recursos às empresas com dificuldades financeiras, pois isso não impediu a demissão de milhares de trabalhadores. E completa com uma questão ao ministério: "MEC, como ficam os estudantes inadimplentes, que não conseguem pagar as mensalidades abusivas?", questiona Cardoso. Fato é que os mesmos empresários que na época da discussão da reforma universitária diziam que o Estado não tem direito de intervir nas instituições de ensino, agora buscam o mesmo Estado para socorrê-los. A UNE e a UBES farão pressão para que o crédito seja exclusivo para o pagamento de dívidas, além de gastos em infraestrutura, compra de equipamentos, qualificação de professores e fusões e aquisições, também previstos no acordo.
Da Redação da UNE.
" Atenção: Matéria publicada em 24/08/2009, serve hoje para refletirmos se vale a pena investir nas instituições privadas, e hoje em ue melhorou para a juventude brasileira? É bom esquentarmos o DEBATE para não perdermos o TREM DA HISTÓRIA ". Eduardo Vasconcelos-ANE-RN - CPC-RN - CPC DA ANE-RN - AMES-NOVA CRUZ-RN - MESC-SANTA CRUZ-RN.
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