Páginas

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

12 PAÍSES REÚNEM 47% DAS CRIANÇAS QUE ESTÃO FORA DA ESCOLA, DIZ UNESCO


Dados divulgados nesta terça-feira (16) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostram que 47% de todas as crianças fora da escola no mundo vivem em apenas 12 países. O 10º Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, que reúne os números mais recentes sobre a educação no mundo, aponta que 28,4 milhões das cerca de 60 milhões de crianças longe da sala de aula vivem em 12 nações da África e da Ásia. Só a Nigéria tem 10,5 milhões de crianças sem estudar. O Paquistão vem em segundo lugar, com 5,1% crianças fora da sala de aula.
Pelas informações, a Unesco estima que a meta de atingir a educação primária universal até 2015 provavelmente está perdida. Esse era um dos seis objetivos para a educação assumidos por 164 países em 2000. Porém, não é o único que não deve ser cumprido no prazo.
"Infelizmente, o Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos mostra que o progresso de muitos objetivos estão desacelerando, e que a maioria das metas do Educação para Todos são improváveis de serem cumpridas", afirmou a Unesco no documento.
CRIANÇAS FORA DA ESCOLA NO MUNDO
PaísNúmero
Nigéria10,5 milhões
Paquistão5,1 milhões
Etiópia2,4 milhões
Índia2,3 milhões
Filipinas1,5 milhões
Costa do Marfim1,2 milhões
Burkina Faso1 milhão
Níger1 milhão
Quênia1 milhão
Iêmen900 mil
Máli800 mil
África do Sul700 mil
Demais paísesCerca de 32 milhões
TOTALCerca de 60 milhões
FONTE: Unesco
Em geral, os números apresentados pela Unesco mostram que os principais avanços foram conquistados na primeira metade do século e que, nos últimos anos, o investimento e o progresso foi menor, quando não estagnou ou regrediu.
No caso das pessoas em idade escolar excluídas da sala de aula, o número caiu de 108 milhões para 61 milhões desde 1999. Mas 75% dessa queda aconteceu entre 1999 e 2004 e, entre 2008 e 2010, o número não mudou.
Dentro do grupo de crianças fora da escola, o número de meninos e meninas sem expectativas de jamais ter uma educação formal caiu de 61% para 47% entre 2004 e 2006. Porém, no mesmo período, aumentou de 9% para 26% a proporção de crianças que abandonaram a sala de aula, o que, segundo a Unesco, sugere que as crianças estão sendo levadas para a escola, mas é mais difícil para elas terminarem o ciclo escolar.
As meninas são as mais afetadas pela falta de educação, diz o estudo. Embora abandonem a sala de aula menos que os meninos, elas são maioria em todos os países no índice que mede a falta de perspectiva de elas se tornarem alunas.
Jovens sem ensino e emprego
As mulheres também são a maioria em outra estatística negativa: em seu relatório, a Unesco estima que 200 milhões de jovens entre 15 e 24 anos em 123 países de renda baixa e média não terminaram a educação primária. Eles representam cerca de 20% da população jovem no planeta, e 58% das pessoas nesta situação são mulheres.
Além da educação tradicional, o ensino técnico também falhou em avançar. Desde 1999 a porcentagem de estudantes no ensino secundário que estavam matriculados em cursos técnicos não sai do patamar de 11%.
200 milhões de jovens entre 15 e 24 anos não concluíram a educação primária, e 75 milhões estava sem trabalho em 2011
A falta de educação formal reflete na falta de oportunidades de emprego. O relatório aponta que, em 2011, 13% do total de jovens, ou cerca de 75 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos, estava sem trabalho. O número cresceu quatro milhões em quatro anos, impulsionado pela crise econômica.
Outro objetivo atrasado em relação ao prazo é o de reduzir em 50% o índice de analfabetismo em adultos. "O progresso relacionado a esta meta tem sido muito limitado, principalmente como resultado da indiferença de governos e doadores. Ainda existiam 775 milhões de adultos que não sabiam ler e escrever em 2010. Metade deles estavam no sul e oeste da Ásia, e mais de um quinto na África subsaariana", diz o estudo.
Três quartos dos adultos analfabetos são habitantes de dez países, e 37% deles estão na Índia. Na maioria dos 146 países com dados sobre analfabetismo, o índice de mulheres analfabetas é maior que o de homens.
Financiamento estagnado
O estudo afirmou que  que o desenvolvimento da educação acontece de forma desigual entre os países e que as nações mais pobres acabaram sofrendo mais com os cortes no financiamento internacional. A Unesco afirma que, em 2011, o volume total de ajuda internacional caiu 3%. Foi a primeira queda desde 1997.
O estudo aponta que a promessa dos países do G8 de aumentar em US$ 50 bilhões (cerca de R$ 107 milhões) a ajuda entre 2005 e 2010 não foi cumprida.
Além disso, entre 2010 e 2011, a porcentagem de ajuda em relação à arrecadação nacional caiu em 14 dos 23 países-membros o Comitê de Assistência ao Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OECD, na sigla em inglês). O relatório da Unesco indicou Brasil, China e Índia como novos países doadores, mas afirmou que o volume de ajuda deles ainda é pequeno e não prioriza a educação básica em países de baixa renda.
(G1) - CNTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário