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terça-feira, 18 de junho de 2013

É HORA DE OUVIR E DIALOGAR COM A JUVENTUDE

É hora de ouvir e dialogar mais com a juventude

Tenho observado com atenção as manifestações que se espalharam pelo Brasil nos últimos dias, apesar de alguns incidentes, exageros e distorções corriqueiras da nossa grande e velha imprensa, são manifestações bem vindas e pacíficas.

Aprendi a fazer política ouvindo as pessoas, fui líder na época de estudante, fui presidente de conselhos municipais e associações. Nos meus dois mandatos de prefeito, fui em busca da crítica. Lembro-me que dedicava de duas a três noites por semana pra ir até os bairros ouvir e debater. Bons tempos de orçamento participativo! Experiência que o PT implantou em seus primeiros governos ainda na década de 80.

Como deputado federal, nestes meus dois primeiros anos não foi diferente, meus finais de semana, muitas vezes feriados, têm sido de debates, plenárias, visitas aos municípios, alguns que nem fui votado em 2010, mas que faço questão de visitar para entender quais são as principais dificuldades enfrentadas.

Já foram mais de 700 atividades, em mais de 250 municípios, em algumas cidades já fui dezenas de vezes, em alguns dias fiz mais de 10 atividades em cidades diferentes, experiência prazerosa e um grande aprendizado.

Considero que as manifestações dos últimos dias são uma evolução, o exercício legítimo da democracia, além de ser um exercício de reflexão. O Brasil melhorou muito nestes últimos 10 anos. Mais de 20 milhões de pessoas deixaram a pobreza, 40 milhões subiram de classe social e têm mais renda, foram gerados 19 milhões de empregos com carteira assinada, 500 mil chegaram à universidade.

Foram construídas milhares de novas escolas e creches e os índices que medem a saúde melhoram constantemente. Diminuímos, por exemplo, a mortalidade infantil e materna, e está provado, pela reeleição de Lula e eleição de Dilma, como também por todas as pesquisas, inclusive na mais recente, que há em função destas conquistas um alto índice de satisfação popular, só 9% consideram o governo Dilma ruim ou péssimo.

Embora existam avanços, há manifestações e protestos, sinal claro que muito ainda precisa ser feito.

Quem observa com atenção os protestos, percebe com facilidade que a grande maioria são jovens. Uma juventude que reivindica o quê? Emprego? Talvez sim, mas vivemos num período em que o índice de desemprego é o menor de toda história do país. Percebo que nossos jovens querem mais que isto, querem qualidade na educação, querem cidades melhores, transporte publico, segurança, querem acesso à cultura, esporte e lazer. Querem um custo de vida menor e não apenas na tarifa de transporte menor. Querem ser jovens, viver bem, e isto é muito justo!

Terão o meu apoio, não vou me deixar levar pela imagem que a grande imprensa conversadora tenta distorcer, tentando transformar jovens que lutam por um país melhor em baderneiros. Não podemos generalizar, não é porque um grupo ou outro exagera, se excede, que a maioria é baderneira.

Temos que condenar a postura violenta de uma parte dos policiais militares de alguns estados e parabenizar os que conseguiram administrar pequenos incidentes, garantindo inclusive o direito da maioria de se manifestar.

Qualquer movimento pra ter sucesso, precisa ter foco, saber o que quer. Esta movimentação ainda está só no começo. As manifestações vão crescer e que bom será se as bandeiras e as lutas forem por algo objetivo e possível. Cito a destinação de 100% dos royalties e 10% do PIB à educação e outros 10% à saúde, ou até mesmo o fim das campanhas políticas milionárias financiadas pela iniciativa privada.

Viva o Brasil, viva a democracia, viva nossa juventude!

Zeca Dirceu 
Deputado Federal - PT
Guerrilherios Vitu@is

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