Diretores da UNE fazem um balanço das atividades dessa gestão
Neste último mês de junho, a diretoria eleita da UNE completou um de gestão. Foi um ano de muitos avanços e conquistas para o movimento estudantil. Aprovamos o Estatuto da Juventude, os royalties do petróleo para a educação, o Fundo do Pré-Sal, tomamos às ruas junto com os movimentos sociais na Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, realizamos uma extensa mobilização juntos com os estudantes cariocas no MEC em Brasília para reivindicar soluções e denunciar os problemas nas universidades privadas. Além da vitória mais retumbante para a educação brasileira: a aprovação do Plano Nacional de Educação depois de 4 anos de tramitação. Com tanto assunto, pedimos aos diretores que representam mais de 7 milhões de estudantes em todo o país, que destacassem o que se passou um ano de gestão. Confira:
IARA CASSANO - SECRETÁRIA GERAL DA UNE
Esse primeiro ano de gestão foi marcado por importantes batalhas, a começar com a vitoriosa luta pela destinação dos royalties e Fundo Social do Pré-Sal para educação, fruto de um grande enfrentamento com o governo, que só mudou de posição por pressão do movimento estudantil. Em seguida reeditamos a campanha de 1940 “O Petróleo é Nosso”, mas agora contra os leilões do Pré-Sal. Além disso, brigamos no PNE para que 10% do PIB fossem investidos integralmente na educação pública, contra a posição do governo que defendia também a destinação desses investimentos, sem limitação, para programas do ensino privado.
THAUAN FERNANDES - DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Há um ano estávamos nas ruas em junho de 2013 pressionando por mais educação e mais saúde. Por isso, não por acaso conquistamos a destinação da maioria dos recursos do petróleo advindo do Pré-Sal para os setores. Isso significa uma vitória geracional para o nosso país. E não foi só no Brasil que ocorreram grandes manifestações nesse último ano. A juventude no mundo inteiro está em luta para alcançar mais justiça e igualdade social. Em especial na América Latina a luta por educação de qualidade e contra a mercantilização do ensino está cada vez mais efervescente. Isso ficou claro tanto no 18º. Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes quanto nos fóruns recentes da Oclae, que tiveram a participação da UNE. Nos próximos meses continuaremos buscando mais unidade dos movimentos sociais para que continuemos avançando. Estamos rumo ao 17º Clae que ocorrerá em agosto na Nicarágua!
LAYS GONÇALVES - DIRETORA DE MULHERES
No último período foi sancionado o PL do PNE. No processo para a aprovação no Congresso Nacional ficou nítida a disputa real por um estado laico, pela incorporação do feminismo como superação da desigualdade entre homens e mulheres, do racismo e da homofobia. A Diretoria conjuntamente a toda a gestão da UNE lançou notas, mobilizou para os dias da votação, nas redes fez a discussão sobre a importância da flexão de gênero no texto e da manutenção do artigo 2o do texto da câmara. Ação da Diretoria foi também no último CONEG na organização do debate em torno do fortalecimento de uma perspectiva feminista na avaliação da ampliação do acesso as universidades, e de como a UNE deve encampar a permanência das mulheres que tem adentrado. Desde a revisão dos currículos, a Ouvidorias e Creches, visando autonomia do corpo e da vida das mulheres e a construção desse sujeito em sua trajetória na universidade. No CONEG aprovamos nota de repúdio a revogação da Portaria 415, a qual versa sobre atenção e recurso dentro do SUS para o atendimento a mulheres que sofreram aborto legal. E avançamos na aprovação de nota pela garantia de paridade de gênero nos espaços da UNE, nas mesas de debate.
MARCELA SANTOS - DIRETORA DE COMBATE AO RACISMO
Nesse ano de gestão viemos reafirmando com a sociedade brasileira e com o conjunto do movimento social negro nosso compromisso com a luta antirracista. Construímos em conjunto com a SEPPIR e várias organizações do movimento negro brasileiro a III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, a partir da nossa presença no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Além disso, construímos nos espaços mais gerais da entidade à exemplo do último CONEG momentos de reflexão e acúmulo da pauta antirracista no âmbito educacional. Estivemos juntos na luta pela aprovação de um PNE antirracista, pela aprovação das cotas em concursos públicos federais e continuamos na luta pela aprovação da Lei que acaba com os Autos de Resistência. Compreendemos que não haverá rupturas de paradigmas e emancipação da classe trabalhadora sem pormos fim a um dos principais eixos estruturantes dessa organização social desigual que é o racismo. Durante um ano fizemos muita luta nas universidades contra os trotes racistas e machistas, nos somamos a muitas lutas do povo negro desse país, na construção do Brasil que sonhamos e sabemos que ainda temos muito pelo que lutar. Avante povo negro! Combater ao Racismo, essa luta nos #UNE!
JULIANA DE SOUZA - DIRETORA DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Nesse primeiro ano dessa gestão, a principal luta da UNE no debate de políticas educacionais foi a disputa pela aprovação de um PNE capaz de lançar as bades para uma reforma educacional estrutural, através do aumento do investimento em educação e do fortalecimento da educação pública. E conquistamos! Além disso, a realização do III Seminário de Assistência Estudantil foi um marco fundamental dessa gestão.
MATEUS WEBER - DIRETOR DE UNIVERSIDADES PRIVADAS
Essa gestão da UNE iniciou em um momento de efervescência, quando o povo brasileiro foi às ruas e conquistou a redução das tarifas de ônibus. Desde então ouso em dizer que essa é a gestão mais vitoriosa da UNE, conquistamos 50% do Fundo social do pré sal e 75% dos royalties do petróleo para educação. No marco das universidades privadas, a luta da Gama Filho e UniverCidade sem dúvida reposicionaram a urgência em se ter a regulamentação do ensino superior privado, iniciamos o primeiro semestre de 2014 com a ocupação no MEC e do palácio do planalto em defesa dos estudantes. Realizamos uma grande Jornada de Lutas em cada canto desse país e pautamos que a educação não deve ser tratada como mercadoria. Neste ano comemoramos 10 anos da implementação do PROUNI que na prática colocou mais de 1 milhão de brasileiros nas universidades, mas sabemos que isso é aquém dos sonhos da juventude e por isso reivindicamos assistência estudantil para entrar e permanecer na universidade. Falar de todas essas conquistas e não citar o PNE seria um equívoco, essa é a maior vitória que tivemos no movimento educacional brasileiro, garantimos 10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO que vai garantir a expansão de vagas no Ensino Superior, erradicar o analfabetismo em 10 anos. Enfim o PNE traz uma série de avanços para a juventude e o povo brasileiro. Estamos com o Brasil dentro de campo e fora dele.
THIAGO JOSÉ - DIRETOR DE COMIUNICAÇÃO
A União Nacional dos Estudantes, no último ano, impulsionou a luta pela democratização da mídia através da campanha Para Expressar a Liberdade, que tem como objetivo recolher assinaturas para um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que prevê a regulamentação dos meios de comunicação. Além disso, conquistamos o Marco Civil da Internet, derrotando os interesses das corporações e garantindo uma internet democrática e acessível. Ao mesmo tempo, a UNE foi eleita para o Conselho Deliberativo do FNDC, tendo agora a possibilidade de ajudar na formulação dessa importante frente de democratização dos meios de comunicação, batalha de extrema importância para aprofundarmos a democracia em nosso país.
FLÁVIA HELLEN - DIRETORA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL
Além da realização do III Seminário de Assistência Estudantil ter sido um grande espaço de debate sobre as políticas de permanência e assistência, como também o lançamento da campanha “Entrar, permanecer e transformar a universidade”.Outra coisa foi a destinação dos 10% do PIB pra educação que pode ser destinado também para assistência estudantil.
LARISSA PASSOS - DIRETORA DE LGTB
A Diretoria LGBT da UNE, tem como objetivo para essa gestão atualizar o programa de ações de políticas e luta da UNE, construir o 1º Encontro LGBT da UNE, aproximar o diálogo com os movimentos sociais e ampliar o número de universidades públicas e particulares na construção da UNE e da Diretoria dentro de seus espaços. Em um ano a diretoria conseguiu se destacar, participando de eventos significativos no espaço e datas importantes da comunidade LGBT, como o 9º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, em São Paulo e realizou junto com a MMM um ato no dia da Visibilidade Lésbica; construção da maior agenda do movimento LGBT do Brasil a 2ª Edição do Maio da Diversidade da Bahia, realizando atividades em várias universidades da Bahia, que esse ano teve um número total de 90 ações no estado todo. No último CONEG da UNE conseguimos aprovar o uso do Nome Social na carteirinha da UNE. A Diretoria esta pondo em prática seu projeto de dialogar mais com os movimentos sociais e aprimorar o diálogo coma garantia dos direitos da comunidade no cenário da educação e da sociedade.
DEBORAH CAVALCANTE - DIRETORA DE MOVIMENTOS SOCIAIS
O fortalecimento da UNE, em seu campo de oposição de esquerda, através da luta em defesa dos 10% do PIB pra educação pública já e por um PNE do povo brasileiro, hoje expressa na construção do Encontro Nacional de Educação que está porvir nos dias 08, 09 e 10 de Agosto de 2014. A articulação com diversos movimentos sociais, em espaços de formação política e lutas populares, que se massificaram de junho de 2013 pra cá, baseados da denúncia das desigualdades sociais existentes no Brasil, avançando na conquista de mais direitos. O fortalecimento da campanha pela desmilitarização da polícia e da política e as lutas em defesa do transporte público, articuladas nacionalmente, são destaques de atuação de uma gestão que tem compromisso com as lutas dos estudantes e não com o governo e reitorias.
Cristiane Tada e Renata Bars - UNE
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