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sábado, 4 de novembro de 2017

Anunciada pelo MEC, residência pedagógica pode ameaçar andamento do Pibid

por Renata Bars.
Disfarçada de modernização, proposta sugere que estudantes façam “estágios” como docentes sem a devida supervisão
A Política Nacional de Formação de Professores, anunciada no último dia 18 de outubro pelo Ministério da Educação (MEC), não foi bem recebida por estudantes e professores. Isso porque a proposta inclui a chamada ”modernização” do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), ao propor que alunos façam estágios como docentes sem a devida supervisão.
Segundo o MEC serão ofertadas 80 mil bolsas de residência pedagógica com o objetivo de melhorar a qualidade da formação inicial e a avaliação dos futuros professores, com um acompanhamento periódico.
Hoje, o Pibid funciona da forma oposta: são realizadas parcerias entre escolas, professores de ensino superior e básico, criando uma rede de suporte ao estudante de licenciatura no dia a dia, ao longo do período de estágio.
”O que a gente percebe pela proposta anunciada é que essa modernização se encaminha para um grave retrocesso. A nova política parece se basear em um modelo falido já realizado na cidade de São Paulo, pela mesma professora que hoje anuncia o novo programa, a secretária executiva do MEC: Maria Helena de Castro. Na ocasião, estudantes assumiam salas de aula sem devido acompanhamento de professores formados e não tinham acesso a um planejamento consistente como acontece hoje no Pibid”, falou o presidente do Fórum dos Coordenadores Institucionais do Pibid (Forpibid), o professor Nilson Cardoso.
Em nota, a União Nacional dos Estudantes afirmou que ”a substituição do Pibid por uma residência pedagógica, disfarçado num falso discurso de modernização, não é nada mais que a substituição da contratação de professores pela mão de obra dos estudantes de licenciatura, precarizando ainda mais nossa educação.”
Você pode ler o documento na íntegra aqui.

FICA PIBID!

Em fevereiro de 2016, após muita pressão dos estudantes e professores, o Governo Federal voltou atrás na decisão de cortar quase 50% das bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). O anúncio do corte gerou protestos estudantis em todo país.
Na época, o site da UNE entrevistou a então presidenta do Forpibid, a professora Alessandra dos Santos de Assis, que falou sobre a importância da permanência do Programa e relevância para a formação de educadores qualificados no país.
Confira a entrevista aqui.

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