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sexta-feira, 23 de março de 2018

Conheça a história do grêmio estudantil E

“Talvez nenhum outro nome nos representasse tanto”, diz a presidente da entidade em escola no litoral do Ceará

O herói estudantil Edson Luís, assassinado durante a ditadura militar em 1968, ainda vive nos corações secundaristas e na memória do movimento estudantil. E é para mantê-lo vivo que os estudantes da escola E.E.M Raimunda Silveira de Souza Carneiro, na Praia do Preá, município de Cruz, no Ceará, resolveram batizar o grêmio de seu colégio com o seu nome e a simbologia que carrega.
A presidenta da entidade, a estudante do terceiro ano Nayenne Paula, mais conhecida como Lua, conta como foi o processo de escolha do nome. “Quando assumimos a direção do grêmio, por sermos o primeiro da escola, tínhamos a necessidade de nomeá-lo. Daí, nossa primeira reunião foi para isso. Fizemos uma pesquisa, escolhemos alguns nomes importantes para o movimento estudantil e levamos para uma assembleia geral, onde por votação foi escolhido o de Edson Luís de Lima Souto.”
A criação do grêmio aconteceu em meio a uma importante mobilização dos secundas daquela escola. “Nós estudávamos em um anexo, em uma casa emprestada pela Associação de Moradores”, conta Lua. Mas, disse a estudante, “nós tínhamos uma escola pronta, com toda estrutura montada para receber a gente. Faltava apenas que fosse inaugurada”.
Ela conta ainda que no final de 2016, a casa onde os jovens estudavam provisoriamente ficou sem energia, o que fez com que eles ficassem um período sem aulas. Diante desta dificuldade, eles romperam com a burocracia, se mobilizaram e decidiram ocupar a sua escola, tendo aulas mesmo sem a instituição ser oficialmente inaugurada.
Foi neste cenário que nasceu o grêmio: enfrentando barreiras e se mobilizando pelo direito à Educação. “Depois de três anos pronta, depois de três anos de sonhos, a gente conseguiu que nossa escola fosse inaugurada, em 2018, no dia 22 de fevereiro”, explica a estudante.

Edson Luís presente!

“Hoje quando eu lembro de tudo que a gente passou, vejo que o nome do nosso grêmio não poderia ser outro”, diz Lua.
A escolha aconteceu depois de muita pesquisa e depois dos estudantes entrarem em contato com a história do secundarista. Hoje, 50 anos depois de sua morte, Edson segue sendo uma inspiração para os secundaristas.
“Sempre me disseram que a única coisa que eu tinha que fazer na escola era aprender o conteúdo que o professor passava e ficar por isso mesmo. Eu sempre sonhei com uma escola libertadora, que deixasse os alunos se expressarem, eu sempre lutei e vou lutar por isso”, conclui a estudante.
Fonte: UBES

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