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segunda-feira, 26 de março de 2018

Por que a comoção e revolta com a morte de Marielle Franco? Por Onã Rudá

Foto do Vangli Figueiredo
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Após o covarde e brutal execução da vereadora do Psol, no RJ, Marielle Franco, uma onda de ódio, em sua maioria promovida pelo fascista e reconhecidamente promotores de fake news MBL – Movimento Brasil Livre, mas também por figuras preconceituosas, racistas e repugnantes como o Pr Marco Feliciano e outros.
Entre as acusações mais comuns é que a comoção, revolta e indignação era exagerada e desnecessária, que a esquerda uso a morte da vereadora para criar um fato político, alguns foram mais longe e chegaram a acusar envolvimento da guerreira Marielle com organizações criminosas, na cabeça de alguns uma mulher negra, da periferia só podia se relacionar com criminosos e contraventores, uma narrativa mais que racista.
Mas e qual o motivo de tanta comoção, mobilização, revolta e indignação com essa tragédia?
Todos os anos dezenas de milhares de Brasileiros morrem, vítimas de armas de fogo. 70,2 mil mortos, em 2016, pra ser mais preciso. Mais de 12,5% do total de registros em todo o planeta, essa situação, no Brasil, supera a violência Síria, Nigéria, na Índia e outros países com guerra civil instaurada.
O Brasil tem 10% da quantidade de armas que circulam, nos Estados Unidos, e tem 5 vezes mais homicídios oriundo de violência armada.

Quem são as principais vítimas desse mar de sangue?
Segundo o atlas da violência, a cada 100 pessoas mortas, 71 são negras, da periferia, pobre a maioria jovem e de baixa escolaridade. Muitos desses são mortos pelo braço armado do Estado, a Polícia Militar.
Temos absurdamente a polícia que mais mata e que mais morre em todo Planeta!
Marielle Franco era a porta voz de uma luta por outro mundo. Furou diversos bloqueios impostos as mulheres negras na nossa sociedade e se tornou uma parlamentar, atuante em defesa dos direitos humanos, por justiça social e contra os abusos promovidos pelo estado, muitos através da PM, nas comunidades e periferias do RJ, mas também era solidária com as famílias de policiais mortos. Sua morte é produto da quebra da democracia e tudo que temos vivenciado nessa escalada autoritária.
Marielle é um símbolo de luta e resistência contra um estado genocida e injusto. Sua morte não foi um acaso, uma fatalidade do acaso e nem nada do tipo, mas uma execução covarde, cujo o tiro feriu a cada um/uma de nós, Brasileiros e Brasileiras que estão no fronte das batalhas porque acreditam que um país diferente é possível, e isso não tem haver com esquerda e direita, tem haver com ser humano e solidário.
Isso não é minimizar as demais mortes, assassinatos, abusos e tragédias muito pelo contrário, como símbolo da luta de um novo mundo, ao falar dela e do que lhe aconteceu por consequência estamos falando de todos os outros, alertando a sociedade que essa violência desvairada pode ir muito mais longe e precisamos reagir.
Sem a guerreira que tombou, no fronte, da luta, cada um/uma de nós precisará dedicar mais esforços, mesmo em meio a dor e a revolta para continuar a luta, reconquistar a democracia e construir um Brasil novo.
Fonte: UJS

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