Páginas

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

EM SEU 1º DIA, NOVA GESTÃO DA UBES REALIZA PASSEATA COM 2 MIL ESTUDANTES OCUPANDO AS RUAS DE BH

Liderados pela nova presidenta à frente da entidade, o ato deste domingo (01/12) partiu da Praça da Liberdade e ocupou a Praça da Estação, centro de Belo Horizonte. A manifestação pacífica pautou as lutas centrais da diretoria para os próximos 2 anos
Entre baterias, cartazes e tintas, mais de 2 mil estudantes que deram corpo ao 40º Congresso Nacional da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (CONUBES) realizaram neste domingo, 01/12, o primeiro grande ato da nova gestão da entidade. Eleita presidente no encontro que reuniu mais de 7 mil jovens em Minas Gerais desde a última quinta-feira, a carioca Bárbara Melo liderou a passeata que percorreu avenidas centrais da capital.
Palavras de ordem, megafones e bandeiras caracterizaram a caminhada que partiu da Praça da Liberdade, em frente o Memorial Minas Gerais Vale, indicando com a mobilização um novo período para os estudantes da UBES. “Esse domingo é de luta na cidade que recebeu o maior congresso da história desta entidade, para mim é um orgulho iniciar essa gestão com toda galera tomando as ruas, sabendo que não para por aqui”, comemorou Bárbara, eleita há menos de um dia com 82% dos votos (saiba mais aqui).
Percorrendo a rua Espírito Santo, Tupinambás e a Avenida dos Andradas, a marcha culminou em uma grande ciranda na Praça da Estação, pautando com pluralidade as principais discussões do movimento secundaristas para o próximo biênio. Entre os motes centrais esteve o passe livre estudantil, reformulação do ensino médio, a desmilitarização da polícia militar e o direito à liberdade e emancipação das mulheres.
passeata conubes (5)
Estudantes unidos jamais serão vencidos

OS SONHOS SONHADOS JUNTOS E AS NOVAS LUTAS

Além de transformar o tema do 40º Conubes (Prepara uma avenida que a gente vai passar) em realidade, com as mãos para cima e a convicção que só um estudante secundarista pode exprimir nas passeatas estudantis, os jovens de diversas regiões do país cantaram expressivamente “Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. Como um hino aos novos caminhos e desafios, a passeata volumosa parou os faróis de Belo Horizonte marcando com pluralidade de pautas e muita descontração as ruas ocupadas com “olas”, música e as famosas corridinhas.
passeata conubes (6)
Educação já

A CARA DESSA JUVENTUDE

Compondo a passeata, o quebra-cabeça dos desafios da educação brasileira foi montado, das mais diversas tribos e anseios, os jovens apresentaram seus principais questionamentos. Para o secundarista do Amapá, Wilson Bruno, o passe livre estudantil é fundamental. Do município Laranjal do Jaré, o estudante do curso técnico de informática do Instituto Federal do Amapá, também afirmou que “as estruturas das escolas são precárias e quem sofre são os estudantes, precisando mostrar à população do quanto é preciso priorizar a educação e a saúde”, contou.
Do alto do carro de som, o presidente da União Municipal de Estudantes Secundaristas de Betim (UMES-Betim), Kenedy Alessandro, reafirmou a cobrança ao governo de Minas pela efetiva aprovação da gratuidade nos transportes como política pública. “Não queremos esse meio passe que não representa nem 1% dos estudantes”, comentou. “O governo mineiro não responde aos nossos anseios, foi aqui que aconteceu uma das maiores greves dos professores neste ano, no entanto, ainda não é cumprido a lei do piso salarial”, denunciou.
Para além dos rostos pintados, violões, skates e faixas, os estudantes ainda surpreenderam o ato com intervenções feministas. Emily Santos, 18, da escola Duque de Caxias era uma delas; a pernambucana tirou a blusa para se manifestar. “Os estudantes precisam mostrar o querem e pensam, queremos que a mulher deixe de ser tratada como carne e essa mudança nós queremos agora”, finalizou com os punhos cerrados.
Nesse mesmo cenário de descontração, tambores, baterias, outros cartazes indicavam a reivindicação por uma escola sem homofobia e pela reforma estrutural nas instituições de ensino. Bruno Barbosa, presidente do grêmio estudantil do Colégio Estadual Nilo (RJ) era um dos jovens a segurar um cartaz denunciando a presença de policiais nas escolas cariocas. Segundo ele, existem escolas cariocas que diante de problemas simples acionam a polícia militar. “O resultado são estudantes intimidados, que na maioria das vezes, não encontram a possibilidade de diálogo com a diretoria escolar”, declarou.
meninas
Juventude nas ruas
Entre tantas outras intervenções, Taís Sousa de 16 anos pulava na multidão. A secundarista da escola estadual do Ceará, Elzza Goersch, enfrentou dois dias de viagem até Minas Gerais, onde participou do CONUBES e da passeata. “Viemos aqui reivindicar. Antes eu só via os meus deveres, hoje eu tenho consciência dos meus direitos, e é meu direito vir pra rua e mostrar que a juventude tem força pra mudar o nosso país”, comentou.
O encerramento da passeata na Praça da Estação contou com as saudações da presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros. “Estão aqui todos que conseguiram construir o maior congresso da história da UBES, dormindo um pouco menos e levando horas na estrada até chegar aqui. Foi assim que nos últimos dias conseguiram levantar debates politizados e saudáveis, mas ainda tem muita luta pela frente. Muitos carros de som precisam ir para a porta das escolas reivindicar todas essas mudanças, e é assim que vamos mais uma vez espalhar essa nossa alegria pelas escolas de todo Brasil”.
Suevelin Cinti - UBES

Nenhum comentário:

Postar um comentário