Plenária reuniu em São Paulo jovens de todo o país na luta pela educação e pela reforma política democrática
“Nesse momento de ameaça à democracia”, o movimento da Jornada de Lutas da Juventude Brasileira afirma que “as saídas são seu aprofundamento e uma mudança no atual sistema político”. A linha de defesa do Brasil e por mais direitos pautou a plenária nacional realizada nesta sexta-feira (20/3) no auditório no campus Barra Funda da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo. Mais de 100 pessoas participaram, representando entidades, organizações, grupos de defesa do meio ambiente, coletivo ligados à educação, cultura, religião, trabalho, gênero, questão racial e direito à terra.
Por meio de uma agenda única de manifestações, a juventude tomará as ruas e as redes nos mês de abril e maio em um momento importante para a história do país em defesa da democracia, na luta pela reforma política democrática, da democratização dos meios de comunicação, desmilitarização da Polícia Militar, contra redução da maioridade penal e outras pautas como reforma urbana, criminalização dos movimentos sociais e extermínio de jovens negros da periferia.
> Leia aqui a carta aprovada pela plenária nacional da jornada
JUVENTUDE POR MAIS CONQUISTA NA EDUCAÇÃO
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros, colocou como uma das principais lutas da jornada o combate aos retrocessos na educação brasileira, ameaçadas pela crise econômica que atinge o país. “A UNE está firme e forte na luta para que qualquer centavo não seja contingenciado para a educação”, disse. “Nossa luta é continuar assegurando cada vez mais conquistas para os estudantes e jovens brasileiros”, defendeu Vic.
Barbara Melo, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), chamou a atenção para o tema da reformulação do ensino médio. “Queremos uma nova escola, mais democrática, sem preconceitos e uma realidade de mais oportunidades para a juventude”, pontuou.
O diretor da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), Marcelo Arias, considera essencial a articulação da juventude. “O momento politico é desafiador e nossas energias precisam se concentrar em defender os direitos conquistados e lutar por novos. E o governo Dilma precisa governar segundo a plataforma que o elegeu”, ressaltou.
JUVENTUDE EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA REFORMA POLÍTICA
Laryssa Sampaio, do Levante Popular da Juventude, reforçou o coro em defesa da educação. “Todos nós estamos sofrendo com os reflexos desta crise, por isso devemos lutar para evitar que as atuais políticas sejam desfeitas e por mais investimentos na educação.”
Para Pedro Serrano, militante do Juntos!, “o ponto que devemos combater é o contingenciamento de 15% da verbas das universidades federais e as mudanças no Fies, que estão trazendo um caos para a educação superior brasileira.”
O presidente da União da Juventude Socialista (UJS), Renan Alencar, chamou a juventude para defender a democracia brasileira. “Nós vivemos um momento em que se tenta atacar não apenas as conquistas sociais que tivemos, mas também a democracia”, afirmou. “Não podemos deixar que voltemos a uma situação em que encontros como este da Jornada eram proibidos de acontecerem, quando a UNE teve um presidente, Honestino Guimarães, assassinado.”
Para Jefferson Lima, da Juventude do PT, a juventude precisa ampliar o seu diálogo com a sociedade para ampliar a democracia. “A juventude tem que estar em todos os espaços da sociedade brasileira, nas cidades e nos campos, onde estiver a democracia”, afirmou Jeferson.
A presidenta da UNE chamou a atenção para o fim do financiamento empresarial de campanha. “A nossa luta é ao mesmo tempo contra a PEC 352, a PEC dos corruptores, que pretende institucionalizar o investimento empresarial de campanha, e pela aprovação da reforma política com o fim do financiamento empresarial de campanha”, afirmou.
JUVENTUDE PELA DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
A luta da juventude brasileira passa ainda pela democratização dos meios de comunicação de massa, “pauta capaz de unir toda a juventude nas ruas e nos campos”, afirmou Giroto, da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul. Para ele, a grande mídia da televisão brasileira é quem está dirigindo o movimento conservador da direita brasileira na atual luta de classes.
“A nossa luta passa principalmente no combate à Rede Globo, que cumpre um papel histórico de envenenamento da opinião pública brasileira”, afirmou Gabriel Ruiz, do coletivo Fora do Eixo.
Altamiro Borges, do Centro de Estudos Barão de Itararé, chamou a juventude de todo o Brasil a protestar contra manipulação a mídia. “O momento exige unidade e luta. A bandeira que pode nos unir é a democratização da comunicação e o enfrentamento à Rede Globo. Vamos juntos ‘comemorar’ os seus 50 anos com protestos ousados e criativos”, afirmou o jornalista.
QUEM FAZ PARTE DA JORNADA
Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG); Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP); Associação Cultural B; Centro de Estudos Barão de Itararé; Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM); CONEM; Consulta Popular; ECOSURFI, Coletivo Nacional de Juventude Enegrecer, Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), Federação Paulista de Skate, Fora do Eixo, Juventude da CTB, Juventude da CUT, Juventude da Contag, Juventude do PSB, Juventude do PT, Juventude Pátria Livre; Levante Popular da Juventude; Marcha Mundial das Mulheres; Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST); Nação Hip Hop Brasil; Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP), Rede Ecumênica da Juventude (REJU); Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (REJUMA); União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES); União Brasileira de Mulheres (UBM), União da Juventude Socialistas (UJS); União Nacional dos Estudantes (UNE); Via Campesina.
DA REDAÇÃO/UNE
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