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sábado, 12 de setembro de 2015

Especial: Ódio, ontem e hoje

“Golpe” e “campanha de ódio” ultimamente são termos constantes no nosso cotidiano. Circular por algumas capitais brasileiras com uma camiseta vermelha, em pleno 2015, é um risco e um ato de coragem, enquanto cidadãos de “bem” tiram selfie com ex-torturadores. Tornou-se inevitável comparar o momento atual com os ares de 64.
A UJS inicia hoje uma série de reportagens com pessoas que resistiram a barbárie daquele período. Perguntamos como eles enxergam o ressurgimento de iniciativas que criminalizam os movimentos sociais e os partidos de esquerda.
O primeiro entrevistado, abrindo nossa série foi o jornalista Bernardo Joffily. Vice-presidente da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) na gestão 1968-1970 e contribui na fundação do Portal Vermelho em março de 2002.
E respondendo a nossa pergunta Joffily afirma: “Enxergo com preocupação, mas ao mesmo tempo acredito que a história não vai se repetir. Eles estão batendo numa tecla que não vai levá-los muito longe, as forças armadas não deram nenhum sinal até agora de que estão dispostas a apoiar coisas do tipo”.
Ele continua, e afasta a possibilidade de um golpe nos moldes de 1964
“Eu vejo mais diferenças do que semelhanças. O mundo hoje é muito diferente. O mundo da ditadura era o mundo da guerra fria, era o imperialismo americano contra o bloco socialista. A América Latina é muito diferente. A América Latina daquele tempo estava coberta de ditaduras, a de hoje está coberta de governos avançados e progressistas com vínculo popular. As forças armadas no Brasil recuaram da linha de interferência brutal na vida política. Eu posso estar sendo otimista demais, mas eu não enxergo o cenário de um golpe como na ditadura de 64″, afirma Joffily.
Por Dandara Lima e Thiago Cassis
Fonte> UJS

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