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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Universidades federais começam a voltar às aulas

Estudantes propõe novas estratégias para pressionar contra cortes
Professores e trabalhadores técnico-administrativos de instituições federais de ensino superior estão em greve há mais de 3 meses desencadeada após cortes no orçamento das instituições.
A paralisação de funcionários atinge quase 60 instituições e 6 institutos federais. Já os professores estão paralisados em 35 universidades e em quatro institutos. Em grande parte das entidades a greve acontece desde o dia 28 de maio. Os trabalhadores pedem melhores condições de trabalho, reajuste salarial, reestruturação da carreira, bem como garantia da autonomia.
Os cortes atingiram diferentemente cada entidade, mas em sua maioria prejudicaram o repasse mensal de despesas básicas. Trabalhadores terceirizados foram os primeiros a cruzarem os braços, por ficaram sem receber salários como o que aconteceu na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na maior parte do país os estudantes estão apoiando a reivindicações dos docentes e trabalhadores do setor, além de proporem reivindicações próprias que em sua maioria pedem melhorias para as instituições e mais assistência estudantil. A UNE também se manifestou várias vezes contra os cortes na educação e sabe que essa medida vai na contramão do crescimento pelo qual as federais vinham passando.
Apesar do apoio os estudantes sofrem além da falta de aula, com bibliotecas, restaurantes universitários e laboratórios fechados.
Na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) os cortes nas bolsas de monitoria geraram muito incômodo nos estudantes. A falta de professores qualificados nos cursos do campus da Araguaia, a falta de uma casa do estudante, a necessidade de livros e mudanças estruturais no prédio também prejudica os universitários, afirma o estudante de engenharia civil, Matusalém Carmo, vice-presidente do DCE da UFMT Araguaia.
“Vamos organizar um encontro dos discente de todos o campus para discutir o futuro da greve”, afirma.
Para a diretora de Universidades Públicas da UNE, Graziele Monteiro, a greve é um grande e legítimo instrumento de luta e ao longo da história da Universidade pública a greve foi instrumento importante para garantir vitórias, como o 10℅ do PIB em 2012. “ Mas além da greve devemos procurar outros mecanismos de luta e mobilização. As universidades entraram na greve contra os cortes e por mais verba na assistência estudantil. Hoje os cortes chegam a 11 bilhões. Por isso é preciso continuar construindo outros mecanismos de luta e mobilização. Uma alternativa que apresentamos é uma grande caravana à Brasília até o final desse mês para que Estudantes do Brasil inteiro possam ir a Brasília dá o seu recado ao MEC”, ressaltou.

UFRJ, UFPR E UFOP VOLTA ÀS AULAS

Em assembleia realizada na semana passada os professores da UFRJ resolveram terminar a greve. Após 3 meses de paralisação os estudantes voltaram as aulas nesta segunda-feira (14).
“As aulas de reposição do primeiro período de 2015 já começaram e devem durar 5 semanas”, explica o presidente da UEE-RJ, Leonardo Guimarães. Ele participa do Conselho Universitário da UFRJ e afirmou que uma nova reunião do órgão irá discutir questões remanescentes devidas da paralisação. Apesar dos professores e estudantes estarem de volta, os técnicos ainda se mantêm em greve, o que prejudica o funcionamento de laboratórios e procedimentos administrativos.
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR) as aulas também foram retomadas nesta segunda-feira. Lá a greve durou um mês e os estudantes ocuparam a reitoria durante o período. Assim como nas demais no Paraná as reivindicações são por mais investimentos públicos na educação superior, reajuste salarial para os docentes, reestruturação da carreira, garantia da autonomia e do caráter público das universidades.
Ainda na segunda-feira ainda a assembleia de professores da Universidade Federal de Ouro Preto decidiu pelo fim da greve. As aulas devem ser retomadas em breve.
Fonte: UNE

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