Páginas

sábado, 4 de fevereiro de 2012

ANE-RN: UM GIRO SEMANAL COM NOTÍCIAS DA UNE!

PARANÁ: ESTUDANTES DEBATEM SOLUÇÕES PARA CORTES DE VERBAS NAS UNIVERSIDADES
Movimento UEM nos UNE abre 2012 retomando pauta de estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que perderam bolsas auxílio após corte de verba de 2010 

O ano de 2012 começou com importantes debates na pauta dos estudantes paranaenses da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Organizados no movimento UEM nos UNE, os estudantes retomaram sua luta por melhores condições nas universidades e criaram uma agenda com debates e assembleias para discutir a importância de políticas de assistência estudantil nas universidades, especificamente na UEM.

Anunciado pelo governador do estado, Beto Richa, no final de 2010, o corte de 38% (o que corresponde a uma quantia de cerca de 20 milhões) na verba das sete universidades estaduais do Paraná afetou, principalmente, os estudantes que recebiam bolsas-auxílio para frequentarem a universidade. Atualmente, são cerca de 400 estduantes prejudicados.

Desde o anúncio (final de 2010) até o início desse ano, foram realizados inúmeros protestos e mobilizações estudantis contra o corte, os estudantes chegaram, em setembro de 2011. a ocupar a Reitoria da UEM no movimento: “Fora Beto Richa”. além disso, o próprio reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Júlio Santiago Prates Filho, elaborou uma emenda para que não houvesse o corte, a qual não achegou a ser votada. Passado mais de um ano, 

Retomando o debate esse ano, o Centro Acadêmico de Filosofia da UEM, lançou uma nota na qual esclarece a necessidade da manutenção de uma política de assistência estudantil eficaz e que se enquadre no cenário atual. Leia a nota aqui.

Para o Presidente da União Paranaense dos Estudantes, Rafael Bogoni, a articulação dos Centros Acadêmicos e de todos os estudantes da instituição, é fundamental para fortalecer o movimento estudantil na universidade, e mostrar a cara da juventude paranaense pautando as reivindicações por melhorias na educação.
“Sabendo das grandes discussões iniciadas em todas as universidades do estado, a UPE inicia 2012, com uma grande rodada de mobilização por todos os DCE’s do Estado, para que se trave tal debate entre os estudantes e para discutirmos os rumos das políticas de assistência estudantil no Paraná”, afirmou Rafael Bogoni, presidente da UPE

O governo e a universidade ainda não se pronunciaram oficialmente, sobre o assunto, mas segundo o grupo de estudantes ligados ao DCE, após reunião entre a reitoria da universidade e o vice-governador do estado, Flávio Arns, foi convocada uma reunião com o governador, Beto Richa, e o secretário, Alípio Leal, na qual ele (Flavio Arns) ficou incumbido de buscar junto as secretarias do estado (Planejamento, Fazenda e Ciência e Tecnologia) alguma solução para este corte orçamentário. 

Comunicação UPE / Edição Camila Hungria


UNE entrevista coordenador do NCN, que recebeu recentemente por parte da USP ordem de demolição

A polêmica envolvendo a falta de diálogo e a truculência na USP vem gerando intensas discussões e manifestações desde que três alunos da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) foram detidos no pátio da faculdade, no pôr-do-sol do dia 27 de outubro. Entre assembleias confusas e ocupações de prédios, o ápice da crise se deu na madrugada do dia 8 de novembro do ano passado, quando a PM fez a reintegração de posse da Reitoria, com tropa de choque e aparato de filme, levando presos 73 estudantes que ocupavam pacificamente o prédio em protesto contra o convênio da USP com a PM.

Exatos dois meses após as cenas lamentáveis na universidade, Nicolas Menezes Barreto, único estudante negro que ocupava um centro de vivência no antigo prédio do Diretório Central Estudantil (DCE), foi agredido brutalmente, sem justificativa alguma, durante o fechamento do espaço estudantil que começou a ser lacrado pela reitoria desde o início do ano, sem nenhum tipo de mandado judicial.

Agora, em nome da segurança – aliás, a mesma que justifica as restrições de circulação e a segregação – a polícia entra em cena para acabar com um “barracão” que abriga hoje um núcleo pouco conhecido na USP, mas de extrema relevância para o contexto social que o Brasil vive hoje: O Núcleo de Consciência Negra (NCN) da USP.

O caso não menos truculento, mas muito menos divulgado, diz respeito a um espaço importante para o pensamento dentro da USP e que foi ameaçado de demolição. Isso mesmo: ameaçado de demolição, novamente sem justificativa alguma por parte da reitoria. O núcleo funciona há 24 anos no campus Butantã da USP e historicamente luta pela implementação de cotas sócio-raciais como meio de reparação histórica ao povo negro brasileiro. Apesar de inúmeros pedidos, nunca receberam um espaço decente da universidade e exercem suas atividades em um cantinho humilde, dentro de um barracão.

“Atualmente, a entidade mantém a biblioteca Carolina Maria de Jesus, um cursinho popular pré-vestibular, um Centro de Estudo de Idiomas e organiza oficinas de teatro e de comunicação, além de diversas atividades culturais. Mas, a USP nunca nos ofereceu um espaço para nossas atividades e ainda por cima não nos contatou para informar que nosso barracão seria demolido”, explicou o coordenador do núcleo, Leandro Salvatico.

A questão é que o uso da força da polícia militar se tornou rotina no estado de São Paulo e dentro da universidade. Foi assim também na chamada “cracolândia” no centro da cidade e na retirada de moradores da região de Pinheirinho, em São José dos Campos. Confira abaixo a matéria com o coordenador do núcleo e entenda mais o caso que vem despertando revolta entre os membros:

Desde quando existe o Núcleo de Consciência Negra na USP? A atuação dentro da universidade é a mesma desde sua fundação?

O Núcleo de Consciência Negra na USP é uma entidade sem fins lucrativos localizada há 24 anos no campus Butantã da USP e historicamente luta pela implementação de Cotas Sócio-Raciais como meio de reparação histórica ao povo negro brasileiro.  Nossa missão completa 25 anos em 2012.

Quais são as principais atividades desenvolvidas por vocês?

Atualmente, a entidade mantém a Biblioteca Carolina Maria de Jesus, um Cursinho Popular Pré-Vestibular, um Centro de Estudo de Idiomas e organiza oficinas de Teatro e de Comunicação, além de atividades culturais, seminários e palestras sobre a história, as demandas sociais e a cultura afrobrasileira.

O NCN se encontra hoje dentro do campus Butantã, que possui 7.443.770 m², o que equivale a 1.838 campos de futebol. Por que desenvolver as atividades dentro de um “barracão”? A Universidade nunca apresentou uma alternativa para o núcleo?

A USP nunca cedeu um espaço ao NCN e esse barracão onde estamos localizados é uma ocupação que resiste há mais de 2 décadas e que nunca foi legitimado oficialmente pela USP. Questionamos a USP diversas vezes sobre a concessão do uso do barracão e nossos pedidos nunca foram ouvidos.

No fim de dezembro vocês foram surpreendidos por uma tentativa de demolição do barracão. Como se deu este processo e por que isso aconteceu?

Nosso barracão ficou sem fornecimento de água durante um dia e as aulas do seu Cursinho Popular Pré-Vestibular para 2ª fase da FUVEST tiveram de ser canceladas. Ninguém nos contatou para dizer que parte do barracão seria demolida e nós intervimos para que a obra fosse imediatamente paralisada. Nós somos uma entidade política que aborda uma questão muito delicada da sociedade brasileira que é o racismo e seus reflexos na universidade, que é a quase total ausência de negros nos cursos de maior demanda social.

Após este incidente, quais serão os próximos passos que o núcleo deve tomar para que não aconteça novamente?

Nós estamos negociando um convênio para uso do espaço com a USP, mas a USP em nenhum momento nos ofereceu um espaço alternativo – somente diz que vai demolir o barracão e que temos que sair – mas para onde? Isso até agora ela não disse. 

Podemos anexar este acontecimento aos últimos ocorridos dentro do campus, desde outubro do ano passado?

Acreditamos que tudo está relacionado, desde o conflito com a polícia no final de outubro e novembro, as expulsões dos 8 estudantes da USP em dezembro de 2011, assim como a agressão policial racista da PM contra um estudante da USP em janeiro e as intervenções policias na Cracolândia e no Pinheirinho, por conta da especulação imobiliária que visa “higienizar” aquelas áreas para aumentar os seus lucros. Isso é uma política de Estado que vida criminalizar e marginalizar os movimentos sociais, enquanto estes lutam por direitos básicos, como o de organização e moradia.

Como entidade que discute a questão do racismo e acesso à Universidade, qual foi a postura do núcleo diante do último acontecimento dentro da USP, em que um jovem negro foi agredido por policiais durante o fechamento do espaço estudantil?

Historicamente, o NCN sempre defendeu todo e qualquer indivíduo vítima de racismo e desta vez não foi diferente. Contatamos o Instituto Luiz Gama, que defende também o NCN na questão do espaço dentro da USP, e estamos defendo o jovem que foi agredido. Soltamos uma Nota que pode ser lida e assinada em http://emdefesadoncnusp.blogsopt.com que explícita o nosso repúdio e apresenta nossa posição sobre o acontecimento.

Existem outros casos de agressão, coação e perseguição de cunho político e sócio-racial acontecendo cotidianamente na USP?

Sim. A USP foi militarizada e está passando por um processo de “caça-às-bruxas”, dado que a cada dia sabemos de uma nova notícia de expulsão de estudantes por conta de atuação política, agressão, coação e perseguição policial, abuso de autoridade, dentre outros acontecimentos que não omitidos pela grande mídia (que nós sabemos quem financia). Exemplo da omissão da mídia é o caso recente de uma estudante da USP que foi estuprada por um Policial Militar.

Problemas na relação entre reitoria e alunos, funcionários e professores sempre foram comuns dentro das universidades, não é exclusivamente da USP nem de nenhuma administração. A novidade está no conflito ser tão extenso e profundo que gere a discussão, não só dentro da universidade, mas fora dela, fazendo com que temas como o papel da polícia e liberdade de expressão na universidade sejam repensados. Como vocês avaliam a presença da PM e a questão da autonomia universitária no campus?

Nenhuma universidade no mundo permite a entrada da PM dentro de seus campus para a realização de patrulhamento ostensivo. Essa é uma vitória que a academia teve sobre os órgãos repressores da Ditadura Militar no Brasil e em outros países do mundo e o que está acontecendo na USP é um retrocesso. A PM se orgulha do Golpe Militar de 1964, inclusive a chama de “Revolução de 64″, enquanto isso o Movimento Estudantil relembra as inúmeras mortes e os incontáveis desaparecimentos e tortura de seus militantes. O diálogo da PM é o do cassetete e da botina, isto é incompatível com um ambiente de pensamento livre como o da universidade e o resultado não poderia ser outro: o confronto. A saída para tudo isso é a saída da PM do campus. A violência dentro do campus sempre foi muito menor do que fora dele, onde a PM sempre esteve presente, massacrando os negros e a classe trabalhadora.

Embora todos os acontecimentos indiquem a existência de problemas antigos, muitos creditam a atual situação da USP à personalidade do reitor João Grandino Rodas. Você concorda com essa afirmativa?

Não. O Reitor João Grandino Rodas é apenas uma peça-chave no tabuleiro da USP, que conserva um regimento disciplinar decretado em 1972 e que prevê a pena de “Eliminação” (isso mesmo – nunca mais a pessoa poderá ter qualquer vínculo com a instituição) para aqueles que: fixarem cartazes em locais não autorizados; realizar ato de caráter político-religioso; ou atentar contra a moral e os bons costumes. Isto é ridículo, mas é a realidade. A luta na USP não é contra a pessoa do Rodas, mas contra a estrutura de poder da USP, que dá poderes quase ditatoriais ao Reitor e às Pró-Reitorias, e o resultado disso foi visto (parcialmente) em 2011 e (o restante da história) será vista também em 2012.

Patricia Blumberg

A votação é uma das prioridades da pauta da próxima reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado 

ESTATUTO DA JUVENTUDE GANHA NOVO GÁS NO SENADO

Finalmente o ano começou para o legislativo brasileiro! O Senado retomou suas atividades nessa quarta-feira, dia 1º de fevereiro de 2012. O Estatuto da Juventude é uma das prioridades da pauta da próxima reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, marcada para a próxima quarta-feira, dia 8, às 10h.
A expectativa é que o Senado conclua a votação do Estatuto da Juventude no primeiro semestre de 2012. No entanto, o debate de idéias muitas vezes culmina na inclusão de emendas, que como precisam ser analisadas pelos senadores, aumentam o tempo do trâmite dos processos. Atualmente, o projeto – chamado de PLC 98/2011 – tramita há três meses no Senado.

#EstatutodaJuventude

O texto aprovado na Câmara garante meia-entrada em eventos artísticos e culturais, de entretenimento e de lazer em todo o território nacional.
Outro ponto importante do projeto que está sendo analisado pelo Senado estabelece que um mínimo de 30% dos recursos do Fundo Nacional de Cultura serão destinados preferencialmente a programas e projetos culturais voltados aos jovens.

Trâmite no Senado

A votação do Estatuto foi adiada várias vezes nos últimos meses no Senado, onde tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), tendo como relator o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), com voto favorável à sua aprovação.
Em novembro de 2011, por iniciativa do relator, foi realizada audiência pública pra instruir o projeto, ao qual já foram apresentadas emendas pelos senadores Aloysio Nunes Ferrreira (PSDB-SP), Clésio Andrade (PR-MG), Flexa Ribeiro (PSDB-PA) e Álvaro Dias (PSDB-PR), além de voto em separado do senador Demóstenes Torres (DEM-DO).

Faça a sua parte!

A participação popular é o motor das transformações sociais. A manifestação da sua opinião pode contribuir com o andamento dos processos na Câmara e no Senado. Por isso, é fundamental que os jovens se posicionem sobre o Estatuto da Juventude (PLC 98/11).
Não deixe de enviar uma mensagem eletrônica para o Senador ou Senadora do seu estado. Alguns dos 46 membros – 23 titulares – da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania têm perfil no Twitter. Confira os perfis e as páginas virtuais de alguns dos membros da CCJ:
• Senador Eunício Oliveira (Presidente) @EunicioSenador- http://www.eunicio.com.br
• Senador José Pìmentel (Vice-Presidente) @jose_pimentel - http://josepimentel.com.br
• Senador Randolfe Rodrigues (Relator) @randolfeap –  http://blogdorandolfe.com.br
• Senador Álvaro Dias @alvarodias_ –  http://www.senadoralvarodias.com
• Senador Inácio Arruda @inacioarruda - http://www.inacio.com.br
• Senador Marcelo Crivella @mcrivella –  http://facebook.com/marcelocrivella
• Senador Romero Jucá @senromerojuca –  http://www.romerojuca.com.br
• Senador Vital do Regô @senadorvital –  http://www.senadorvitaldorego.com.br
Veja a lista com todos os membros da Comissão aqui ou/e envie sua mensagem para o email da secretaria: scomccj@senado.gov.br
Leia o Projeto do Estatuto da Juventude que está sendo analisado pela CCJ através do link: http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=102925
InfoJovem
Site da UNE conversou com alguns dos personagens principais desse episódio histórico para o movimento estudantil e o Brasil

CINCO ANOS DE UM NOVO INÍCIO:  A RETOMADA DA PRAIA DO FLAMENGO 132

Há exatamente cinco anos, em 2 de fevereiro de 2007, um grupo de estudantes brasileiros passavam o dia de Iemanjá hospedados em uma das praias mais famosas do mundo, a Praia do Flamengo no Rio de Janeiro. Eram milhares, vieram de todos os estados, mas não estavam ali a passeio. Alojavam-se apertados em barracas de camping, redes de dormir mal amarradas, colchonetes duros e todos os tipos de acomodações improvisadas em meio à sujeira e aos automóveis de um local onde funcionava um estacionamento clandestino. Conforto, somente aquele de saber que estavam no lugar certo, fazendo a coisa certa.

Há um dia atrás, em primeiro de fevereiro de 2007, esses jovens haviam realizado o maior feito de suas vidas, retomando aquele espaço, no número 132, onde havia existido a antiga sede da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), incendiada e depois demolida pela ditadura militar brasileira. A passeata que culminou com a retomada do terreno marcou o encerramento da 5a Bienal da UNE e teve a participação de cinco mil pessoas, entre elas ex-presidentes da UNE e da UBES de todas as idades, artistas, intelectuais e moradores do Rio de Janeiro.

Após a ocupação, que derrubou os portões do terreno e permitiu o retorno dos estudantes ao seu lar histórico, os jovens levantaram acampamento e decidiram ficar, sob quaisquer circunstâncias. “Me lembro muito bem do sentimento que tínhamos naquele 2 de fevereiro, um dia depois da ocupação”, diz o presidente da UNE na época, Gustavo Petta. Segundo ele, todos estavam imbuídos de um espírito, ao mesmo tempo, eufórico e apreensivo.

”Estávamos obviamente emocionados, nos sentindo protagonistas de um momento histórico para o Brasil, mas também preocupados com a reação dos posseiros que haviam se apropriado ilegalmente daquele lugar por anos e que ganhavam muito dinheiro irregular ali. Sabíamos que eram pessoas violentas e ligadas ao crime organizado do Rio de Janeiro”, revela. Ainda de acordo com Petta, os posseiros chegaram a conseguir uma liminar que permitiria a reintegração de posse pela força policial: “Estávamos preparados para tudo”, diz. No entanto, a liminar foi rapidamente derrubada pelos advogados da UNE e a ocupação se consolidou por vários meses, recebendo o apoio de diversos segmentos da sociedade, até a vitória definitiva na justiça.

LEMBRANÇAS

O ato de ousadia e resistência dos estudantes naquele início de fevereiro de 2007 também faz parte das lembranças da vice-presidente da UNE na época, Louise Caroline. A ex-militante estudantil, que atualmente encontra-se fora do Brasil, publicou as suas memórias por meio da sua página no Twitter: “Não tenho dúvida: Será para sempre a coisa mais importante que já fiz na vida”, afirmou em um dos posts. 

Quem também não tem dúvidas de ter vivido ali o seu maior momento é o ex-presidente da UBES Thiago Franco, hoje estudante universitário do curso de Cinema: “Naquela época éramos movidos principalmente pela necessidade de fazer o que fizemos e pela justeza daquela ação, precisávamos recuperar aquele lugar. Atualmente, no entanto, quase completando meus 28 anos, consigo olhar com mais calma e concluir que realmente foi a maior coisa da minha vida até hoje”. Thiago, que é de Minas Gerais, conta que, curiosamente, o destino acabou levando-o a morar, estudar e trabalhar no Rio de Janeiro. “Passo em frente ao terreno duas vezes por dia, todos os dias, e não há uma vez sequer em que não olho para lá e não sinto alguma coisa diferente”, confessa.

Outro estudante que estava lá e guarda lembranças especiais daquele momento é o atual presidente da UNE, Daniel Iliescu, que na época ainda iniciava sua trajetória no movimento estudantil e havia coordenado a área de Ciência e Tecnologia da Bienal da UNE: “Não me esqueço do orgulho que tive de estar ali com aquelas pessoas, realizando algo tão significativo em nome de todos que foram perseguidos, torturados, assassinados pela ditadura, que morreram e viveram sonhando um dia retornar para aquele lugar. A passeata foi estimada em cinco mil pessoas mas a grande verdade é que éramos muito mais, éramos milhões de estudantes representando o passado e o futuro do Brasil.”, recorda-se.
Gustavo Petta, que foi o único presidente da UNE a ser reeleito e estar à frente de duas gestões da entidade, não titubeia em citar a retomada da Praia do Flamengo 132 como o momento mais marcante de toda sua militância: “O significado de tudo aquilo era imensamente maior do que a recuperação de um patrimônio físico. Na verdade, quando a ditadura invadiu, incendiou e demoliu aquele lugar, a idéia era calar os estudantes, agredir e assassinar os estudantes e suas idéias. Naquele primeiro de fevereiro de 2007, nós mostramos que esse objetivo não foi alcançado”, declara.

FUTURO

Após a devolução do terreno à UNE e à UBES pela justiça brasileira, o Congresso Nacional aprovou também, de forma unânime com os votos de parlamentares de todos os partidos, o pagamento de indenização do estado brasileiro às entidades estudantis, devido à destruição de sua sede, perseguição, tortura e assassinato de inúmeros estudantes do país.
Atualmente, a UNE prepara ali a construção de um novo prédio, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que abrigará a nova sede das entidades, um teatro, um cinema, um centro cultural e o museu da Memória do Movimento Estudantil.

O objetivo das entidades é fomentar novamente, naquela localidade, os encontros entre a classe artística, os estudantes e a população da cidade, como aconteceu nos saudosos anos do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE. Segundo Daniel Iliescu, o novo prédio será um presente para o Rio de Janeiro:

 “Vamos aproveitar 2012, esse momento tão significativo que marca o aniversário de 75 anos da UNE e de cinco anos da retomada do terreno para iniciar essa obra, em homenagem ao legado que já construímos para o país e assumindo também o compromisso do movimento estudantil em se manter sempre à frente, na vanguarda, pautando os principais debates seja na política ou na cultura, sendo uma força que agrega ideias, comprometidos com a ousadia, prontos para desenhar o nosso futuro continuamente”, sintetiza.

Artenius Daniel/UNE


Slogan deste ano reivindica aprovação do PLC 122 e distribuição do kit anti-homofobia nas escolas

PARADA LGTB DE SP: HOMOFOBIA TEM CURA: EDUCAÇÃO E CRIMINALIZAÇÃO!

Homofobia tem cura: educação e criminalização! – Preconceito e exclusão, fora de cogitação! é o tema da 16ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. A frase foi a mais votada pelo público através da campanha #temadaparada, com enquete no site da organização. Agora, a APOGLBT (Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo) abre espaço para talentos das artes visuais e inicia nesta semana um concurso cultural para definir a imagem que irá estampar todo material gráfico de divulgação do calendário, que ocorre entre maio e junho deste ano. Os interessados em participar devem enviar seus trabalhos para a sede da Associação até 29 de fevereiro.

O tema 16ª Parada é resultado de uma campanha realizada pela APOGLBT na internet. A autoria da frase escolhida é de Anita da Costa Prado e Luis Guilherme, que participaram da iniciativa promovida durante o último mês de novembro. Entre cerca de 250 sugestões recebidas por e-mail, Facebook e Twitter, as frases de Anita e Luis foram selecionadas pela entidade entre as seis finalistas e, em votação realizada no site da Associação, o tema composto pela dupla foi o escolhido com 41% da preferência do público. 
A frase faz referência ao problema da discriminação como uma doença social que afeta a cidadania coletiva e reivindica ainda a aprovação do projeto didático Escola Sem Homofobia e do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que visa criminalizar a homofobia em âmbito nacional, como as principais ferramentas para “curar” a sociedade do preconceito. 

“Todas as formas de preconceito afetam não apenas o grupo que é vitimado, mas a sociedade como um todo. O Brasil precisa entender que educar para o fim da homofobia e condenar os homofóbicos não são medidas que privilegiam os LGBT, mas garantem a igualdade e liberdade de todos os cidadãos”, afirma o presidente da APOGLBT, Fernando Quaresma. 

Concurso para escolha da arte

A imagem selecionada deve traduzir o contexto e o sentimento expressos pelo tema. A arte irá integrar a identidade visual do 16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo e estampar cartazes, banners, folders, camisetas, bottons, fundos de palco, telas dos trios elétricos, possíveis materiais audiovisuais e demais materiais gráficos. 

Os trabalhos inscritos serão avaliados pela direção e coordenadorias da APOGLBT, que utilizarão como critérios de julgamento a originalidade, a criatividade, o impacto e a adequação ao tema. Serão aceitos todos os tipos de imagem, desde fotografias até ilustrações desenvolvidas a partir de qualquer método artístico, manual ou digital. 

Para participar, é necessário enviar a arte para sede da Associação, localizada na Praça da República, nº 386, conjunto 22, República, São Paulo –SP – CEP 010045-000. A correspondência deve ser emitida por carta registrada e precisa conter um CD com uma cópia da imagem em alta resolução, uma cópia impressa em formato A4 e o formulário de inscrição e cessão de direitos autorais devidamente assinado com firma reconhecida em cartório. O formulário e o regulamento do concurso encontram-se disponíveis para consulta e download no site da APOGLBT.

Tendo em vista que a APOGLBT é uma entidade sem fins lucrativos, para o(a) autor(a) da imagem escolhida será concedido um prêmio simbólico de R$ 500,00, com ampla divulgação e citação de seu crédito, inclusive para a imprensa. O(A) selecionado(a) ainda acompanhará de perto todas as atividades do Mês do Orgulho e terá acesso com um acompanhante ao trio elétrico de abertura da manifestação, ao lado de personalidades políticas e da militância nacional. 

16º Mês do Orgulho LGBT de São Paulo

O Mês do Orgulho LGBT de São Paulo é o calendário anual de atividades sócio-politico-culturais promovido pela APOGLBT a fim de defender a cidadania e Direitos Humanos da população LGBT, assim como educar a sociedade para o fim da discriminação e preconceito. Além da 16ª Parada do Orgulho LGBT – que ocorre em 10 de junho, na Avenida Paulista – neste ano é realizada a 10ª edição do Ciclo de Debates, a 12ª Feira Cultural LGBT, o 12º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade e o 12º Gay Day. 
APOGLBT SP


Nenhum comentário:

Postar um comentário