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terça-feira, 26 de março de 2013

EM SÃO PAULO, JORNADA DE LUTAS REÚNE MIL FACES DE UMA DE UMA SÓ JUVENTUDE

JORNADA DA JUVENTUDE

Movimentos sociais constroem unidade histórica na cidade
A poucos metros da Praça da Sé, coração de São Paulo, já era possível ouvir vozes que entoavam em uníssono ‘’sou estudante, quero estudar’’. Essa união de vozes construía a etapa paulista da chamada Jornada de Lutas da Juventude Brasileira que na manhã desta terça-feira (26/3) coloriu as ruas da cidade com muita combatividade e irreverência.
Palavras de ordem, intervenções artísticas e até “harlemshake” agitavam a manifestação preparada por diversos movimentos sociais como a União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Paulsita dos Estudantes Secundaristas (UPES), União Estadual dos Estudantes (UEE-SP), Levante Popular da Juventude, Movimento dos Sem-Terra (MST), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Juventude da CUT, entre outros.
Em meio à multidão, uma figura pequenina chamava atenção. Eduarda Anzolin, 16 anos, estudante da ETEC Getúlio Vargas apreciava atenta a movimentação. ‘’Percebi que a Jornada é realmente muito importante porque assim como conseguimos acabar com a ditadura, podemos conseguir melhorar as escolas e o ensino no Brasil’’, contou.
Participando da Jornada pela primeira vez, a jovem procurava se integrar aos veteranos.
Ao mesmo tempo, segurando bandeiras e entoando palavras de ordem, Vivian Souza, integrante da UNE , participava ativamente. ‘’ Eu acho que dessa forma, com toda essa unidade que foi construída, será mais fácil de mostrarmos aos nossos governantes que a juventude está lutando junta por um ideal’’, falou.
Com a passeata seguindo rumo à Praça da República, Mário Pereira, mais conhecido como Toddynho, integrante do Conselho da Comunidade Negra da cidade de Araras, batucava um dos tambores que seguia o carro de som. ‘’ É só com essa união que iremos fazer a diferença, é lindo de se ver’’ salientou.
Já os amigos Thomas Zartori e Rafael Bueno não tocavam tambores, mas empunhavam seus skates no ar ao acompanhar a caminhada. ‘’Misturando todo mundo é que a gente vai fazer uma revolução’’, contaram no estilo skatista de ser.
DE SÃO PAULO PARA O BRASIL

E a Jornada da Juventude paulista não ficou restrita aos que puderam comparecer à Praça da Sé. Participantes do movimento Fora do Eixo transmitiram a manifestação por meio de uma TV improvisada com carrinho de supermercado, gerador, computador portátil, câmeras e caixa de som. ‘’É a Póstv, uma televisão que reinventa e potencializa a conhecida tecnologia do streaming (transmissão de vídeo pela internet). Como a jornada é nacional, torna-se um meio de propagar o acontecimento’’, contou Felipe Peçanha.
Durante todo o percurso a juventude não desanimou. Mesmo debaixo de garoa, as palavras de ordem tomavam as ruas. Uma intervenção teatral protestou contra o extermínio da juventude negra e a violência contra a mulher. Caixões de cartolina foram espalhados pelas vias.
‘’A Jornada veio no momento certo para extrapolar as pautas específicas e adquirir ganhos concretos’’, disse Juliane Furnos, do movimento Levante Popular da Juventude.

FIM DA JORNADA, INÍCIO DE MUITOS SONHOS
A etapa paulista da Jornada da Juventude Brasileira teve um final memorável, com um grande ato em frente à secretaria da educação do estado. Pedindo pelo fim do racismo, shows de rap embalaram as reivindicações em favor das cotas nas universidades. Mc John Miller e Mc Fi, integrantes do grupo Veneno H2, foram os encarregados da trilha sonora. ‘’Nós fazemos parte do MST, moramos em assentamento e somos filhos de assentados. Ser um jovem do campo e ao mesmo fazer esse som tão urbano que é o rap, mostra como a juventude pode estar sim unida hoje em dia’’, destacou John Miller.
Com muita pressão e barulho, os estudantes conseguiram ser recebidos pelo secretário de educação do estado. Enquanto isso ainda era possível ver Eduarda, já enrolada em uma bandeira da UNE, ao término da sua primeira passeata.
A UBES/UNE SOMOS NÓS NOSSA FORÇA NOSSA VOZ
‘’Estou muito feliz de estar aqui e de ter participado disso’’, contou, ainda com o olhar admirado dos que acreditam e sonham com a construção de um Brasil melhor.
Renata Bars - UNE

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