Páginas

quinta-feira, 14 de março de 2013

SÉRIE DE ATOS EM SP MARCAM OS 40 ANOS DA MORTE DE ALEXANDRE VANNUCCHI LEME


O estudante de geologia da USP foi torturado e morto pelos militares dentro do DOI-CODI

A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” realizará nos dias 14 e 15 de março uma série de atos em homenagem aos 40 anos da morte do estudante de geologia da USP, Alexandre Vannucchi Leme, assassinado pela ditadura militar. 

Com o apoio da União Nacional dos Estudantes (UNE), União Estadual dos Estudantes (UEE-SP) e diversas outras entidades do movimento social, o ato “40 anos depois, Alexandre Vive!” contará com um show no Centro Cultural São Paulo, uma missa na Catedral da Sé e uma cerimônia no Instituto de Geociências da USP. 

Durante o ato na USP, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, por meio da 68ª Caravana da Anistia, reconhecerá Alexandre Vannucchi Leme como anistiado político, colocando o Estado brasileiro como culpado pela perseguição, tortura e morte do estudante. Será protocolado também um pedido de desculpas oficiais para a família. 

Direito à memória estudantil

Com o objetivo de contribuir com a Comissão da Verdade do governo federal na busca de informações que possam resultar em pistas sobre estudantes desaparecidos durante o regime militar, a UNE e a UEE-SP instauraram suas próprias Comissões. 

Lançada em fevereiro, a Comissão da Verdade da UNE tem se organizado em duas frentes de trabalho. Uma política, para encaminhar ações com as universidades do país, ações culturais, judiciais e com outros segmentos da sociedade. E outra técnica, para “por a mão na massa”, realizar pesquisas bibliográficas, buscar acervos e dialogar com outras comissões. 

Já a “Comissão da Verdade Alexandre Vannucchi Leme” da UEE-SP será lançada no início de abril, servindo também de complementação das iniciativas já existentes. As ações dos estudantes paulistas contarão com um processo de busca em arquivos públicos e privados, visitas em locais onde a violação foi cometida, entrevistas com testemunhas e apuração dos fatos junto às vítimas (no caso de perseguição e tortura) e seus familiares. 

Alexandre Vannucchi Leme, presente!

Natural de Sorocaba-SP, Minhoca (como era carinhosamente conhecido), tinha 22 anos e cursava o 4ª ano da faculdade quando foi capturado pelos encapuzados da Operação Bandeirante (Oban) e levado para DOI-CODI no dia 16 de março de 1973, às 11h, de dentro da Cidade Universitária, local de forte resistência estudantil ao regime militar. 

Nas mãos dos repressores, o estudante foi submetido a sessões de torturas sendo iniciadas no momento da prisão durando horas consecutivas, lideradas diretamente pelo comandante daquele departamento, o major Carlos Alberto Brilhante Ulstra. Em seus relatos, os sobreviventes contam que o estudante ao chegar no DOI-COD, após horas de torturas foi colocado em uma solitária, onde após uma série de torturas foi encontrado morto com uma forte hemorragia no abdômen. 

Programação


14 de março
- Show “Conversando com a Paz”, com Sergio Ricardo e convidados
Local: Centro Cultural São Paulo.
Horário: 19h


15 de março
- Comissão de Anistia do Ministério da Justiça / 68 Caravana da Anistia: Ato Oficial de Reconhecimento pelo Estado Brasileiro de Alexandre Vannuchi Leme como Anistiado Político.
Local: Instituto de Geociências (USP)
Horário: 12h


- Missa em Homenagem a Alexandre Vannuchi Leme
Local: Catedral da Sé
Horário: 18h

Confira a reportagem da TV dos Trabalhadores com o jornalista Sergio Gomes, um dos organizadores do “40 anos depois, Alexandre Vive!”:

Fonte: UNE

Nenhum comentário:

Postar um comentário