ANA JULIA RIBEIRO EXEMPLO DE CIDADANIA
Uma
estudante de 16 anos deu uma aula de cidadania aos parlamentares que
assistiram a seu discurso na tribuna da Assembleia Legislativa do
Paraná, nesta quarta (26). Ana Júlia Ribeiro, aluna do Colégio Estadual
Manuel Alencar Guimarães, falou em defesa da ocupação de escolas e
contra o desmonte da educação. Emocionada, ela apresentou as bandeiras
do movimento e demonstrou o elevado grau de consciência, politização e
seriedade dos secundaristas.
“De
quem é a escola? A quem pertence a escola?”, questionou a estudante, no
início de seu discurso, para em seguida defender a legalidade e a
legitimidade das ocupações. Mais de 850 escolas e institutos federais
estão ocupados no Paraná e 1210 em todo o país.
Ana Júlia afirmou que os estudantes não estão nas escolas por
brincadeira ou para fazer baderna. “Sabemos pelo que estamos lutando. A
nossa única bandeira é a educação. Somos um movimento dos estudantes
pelos estudantes, que se preocupa com as gerações futuras, com a
sociedade, com o futuro do Brasil. É por isso que nós ocupamos as nossas
escolas”, disse.
“É um insulto para nós que estamos lá nos dedicando, procurando
motivações todos os dias, sermos chamados de doutrinados. É um insulto
aos estudantes e aos professores”, criticou.
A aluna citou medidas que são combatidas pelo movimento secundarista, a
exemplo da reforma do ensino médio proposta pelo governo de Michel
Temer, do projeto Escola Sem Partido e da Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) 241.
“A gente sabe que a gente precisa de uma reforma no ensino médio e no
sistema educacional como um todo. A reforma educacional é prioritária.
Só que a gente precisa de uma reforma que tenha sido debatida,
conversada, que precisa ser feita por profissionais da área da educação.
A MP [da reforma do ensino médio] tem lados positivos, mas tem muitas
falhas e, se for colocada em prática assim, estará fadada ao fracasso. O
Brasil estará fadado ao fracasso”, previu.
De acordo com ela, o projeto Escola Sem Partido “é uma afronta”. “Uma
escola sem partido é uma escola sem senso crítico, é uma escola racista,
homofobia. É falar para os jovens que querem formar um exército de não
pensantes, um exército que ouve e baixa a cabeça. Não somos isso. Escola
Sem Partido nos insulta, nos humilha, nos fala que não temos capacidade
de pensar por nós mesmos”, rechaçou.
Ela destacou ainda que o movimento secundarista é contra a PEC 241,
porque ela atenta contra Constituição Cidadã de 1988. “O movimento
estudantil nos trouxe um conhecimento muito maior sobre política e
cidadania que o tempo em que estivemos enfileirados em aulas padrão.”
Do Portal Vermelho
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