Páginas

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Retrocessos do golpe: Deputados aprovam PEC 241



Por 366 votos a 111, parlamentares da base aliada do governo ilegítimo Michel Temer aprovaram a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/16, que impõe um teto para os gastos públicos por 20 anos, afetando áreas como saúde e educação. A onda golpista está sendo implacável contra os direitos do trabalhadores.
A sessão que aprovou a PEC se arrastou por quase dez horas, e para garantir que fosse aprovada o golpista Temer promoveu um jantar do último domingo (9), em pleno Palácio da Alvorada, com direito a palestra de dois economistas de fora do governo para explicar a “necessidade” da aprovação da PEC 241, os gastos do banquete foram pagos com dinheiro público.  A tática do golpista deu certo, parlamentares da base aliada chegaram a chamar os ajustes de “PEC da Responsabilidade”.
Na opinião de Renan Alencar, presidente da União da Juventude Socialista, “a aprovação da PEC 241, talvez seja o maior assalto aos cofres públicos desde o início dos anos 90, desde o início da implementação da tática neoliberal no Brasil. Ela limita em 20 anos a correção e o aumento dos gastos sociais abaixo da inflação, é algo criminoso, ainda mais em tempos de crise. Já no ano que vem, as universidades públicas, por exemplo, terão dificuldade de funcionar caso a PEC seja aprovada, a situação da saúde, nos estados onde já é caótica tende a piorar, então é uma PEC criminosa que nos deixa muito preocupados. E ainda teremos a votação em segundo turno na Câmara, as mobilizações tendem a aumentar e os movimentos sociais e a UJS estarão mobilizados pra impedir e denunciar a PEC 241″.
A PEC 241 é um claro ataque contra os mais pobres no nosso país.  Em recente entrevista ao Portal Vermelho, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou que “nos Estados que estão ainda precisando com muita força universalizar serviços públicos, o impacto é ainda mais desastroso. Se você tem uma PEC de teto, de congelamento de gastos, você congela desigualdades. Do ponto de vista das desigualdades regionais e sociais, é ainda mais perverso”.
“É uma vergonha o que a Câmara vota neste momento, o congelamento das despesas da educação e da saúde por 20 anos. Isso vai para a Constituição. É um erro gravíssimo. Estamos engessando o uso dos recursos públicos, mesmo que a realidade econômica seja diferente, prejudicando o povo,” destacou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Já na opinião da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), esse é o segundo momento mais grave da democracia brasileira, depois do impeachment. “É o desmonte do Estado e do sistema de proteção social do brasileiro. Teremos mais contração, mais recessão e mais desemprego.”
O texto agora passa por uma nova votação na Câmara antes de seguir  para o Senado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário