Páginas

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Estudantes da UFSCar conquistam suspensão de reajuste do RU

Estudantes da UFSCar conquistam suspensão de reajuste do RU

Após 36 dias de ocupação e mobilização, os estudantes do UFSCar  (Universidade Federal de São Carlos)  conquistaram uma vitória histórica: o reajuste do valor do restaurante universitário - que chegou a 122% - foi suspenso temporariamente.

A mobilização intensa dos estudantes pressionou à realização de uma reunião extraordinária do Conselho Universitário para tratar sobre o reajuste. Após muitos debates, foi decidido que durante dois meses o valor voltará a ser de R$ 1,80, até que uma comissão  - com representantes da direção, professores e estudantes - defina o novo valor
Também foi apresentada uma segunda proposta, que mantinha o valor de R$ 1,80 apenas para o bolsistas  - sendo que os demais estudantes pagariam R$ 2,50 por refeição no bandejão. Porém, essa sugestão obteve apenas 16 votos, contra 31 da primeira.

João Modesto, estudante de Geografia da UFSCar, membro do DCE Livre e diretor regional de Sorocaba da UEE-SP, a revogação do aumento só aconteceu por conta da perseverança dos estudantes por mais de um mês ocupando diversos prédios do campus de Sorocaba e até mesmo a reitoria, no campus de São Carlos, sofrendo com  truculência e intimidação durante a reintegração de posse pela Polícia.

"Além da falta de diálogo ao decidirem pelo reajuste, durante a nossa manifestação contrária ao aumento, a direção ainda tenta criminalizar a mobilização estudantil, processando sete estudantes que participaram da ocupação", conta João.

Para o estudante, a revogação é comemorada e todo orçamento será avaliado ponto a ponto nos próximos dias para chegar a um reajuste que não prejudique os estudantes. Para o DCE LIVRE da UFSCar, a transparência das contas da universitária é o ideal para que se chegue a um consenso. " Uma coisa é certa, não aceitaremos os R$ 4,00 como novo valor".

Para Ergon Cugler, diretor de universidades públicas da UEE-SP,  a luta dos estudantes da UFSCar foi poderosa para combater a evasão universitária que é aumentada em momentos de crise econômica.  Cada estudante que deixa de se formar é um desperdício de investimento, de energia da juventude e aponta para uma falta de perspectiva e frustação por não conseguir concluir a graduação.

"Para o movimento estudantil paulista, a permanência deve ser encarada para muito além de um privilégio ou benefício, mas como direito. Pois somente popularizando cada vez mais a universidade e garantindo acesso aos diversos setores sociais, podemos profundamente transformar a sociedade", avalia Ergon.

Fonte: UEE/SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário