Estudantes brasileiros mostraram sangue frio; com 6 medalhas de ouro, 3 de prata e 2 de bronze, conquistaram a 2ª colocação no torneio mundial de ensino profissionalizante.
No WorldSkills deste ano, mil participantes de 51 países competiram em Londres, no início do mês, em 46 áreas. As atividades foram realizadas no ExCel London, um dos maiores centros de exposições da cidade. O Brasil, que ficou em 2.º lugar no torneio, enviou 28 aprendizes de 25 profissões.
Para provar que são os melhores nas suas áreas, os candidatos passaram por situações que simularam o cotidiano das profissões que escolheram. As tarefas tinham de seguir padrões internacionais de qualidade e cumprir prazos estipulados pela organização. Entre as regras, uma das mais importantes – e que podia levar à desclassificação dos candidatos – era não conversar com o público, que circulou livremente pelos galpões e pôde acompanhar tudo a metros de distância.
“As pessoas chamavam, tentavam falar com a gente durante as provas. E eu só dizia ‘I’m sorry’”, diz o baiano Hemilton Oliveira dos Santos, de 22 anos, que competiu na área de serviço de restaurante. Ele teve de provar vinho, colocar a mesa de acordo com a ocasião indicada e realizar o serviço de banquete. “E fazer tudo isso sorrindo para os jurados, tentando agir da forma mais natural possível, enquanto eles ficavam lá, olhando, com pranchetas.”
Realizar as tarefas diante do júri e do público é só parte do desafio do WorldSkills. Para os brasileiros, treinados até por psicólogos para lidar com a pressão do evento, a personalidade dos rivais influenciou – e muito – o nível da competição.
“Cada um vem de um país e lidar com diferentes tipos de cultura pode ser bem difícil”, diz a gaúcha Daniela Mello, de 21, formada no curso de cabeleireiro do Senac. “A competição lembra um aquário, em que a gente fica em exposição.”
Como os stands ficavam lado a lado, muitas equipes tinham os principais rivais por perto. Os gaúchos Maicon Pelisaro e Christian Alessi, ambos de 21, dividiram o ouro em mecatrônica com a equipe japonesa, sua vizinha de stand e campeã do WorldSkills anterior. “Nosso trabalho em dupla facilitou na concentração: um ajudou o outro, mesmo com os japoneses ali do lado”, diz Christian. “Foi bom porque dava para monitorar se estávamos atrasados em relação a eles.”
A equipe brasileira, composta por alunos do Senai e do Senac, conquistou 11 medalhas: 6 de ouro, 3 de prata e 2 de bronze, além de 10 certificados de excelência. O primeiro lugar ficou com a Coreia do Sul, e o terceiro com os japoneses.
Fonte: UBES.
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