Há mais de um mês população protesta contra aumento das tarifas; haverá ato amanhã na Câmara e mobilização terça-feira
Lideranças do movimento estudantil nacional e regional e trabalhadores amazonenses estão se mobilizando para uma grande paralisação, no dia 1 de novembro, contra o aumento de tarifas do transporte público de Manaus. Toda a população do estado está sendo convocada por meio de atos na cidade e de uma campanha nas redes sociais chamada #ForaAmazonino (que faz referência ao prefeito de Manaus, Amazonino Mendes).
Durante a paralisação do dia 1 de novembro, as lideranças estudantis estão planejando reunir mais de 50 mil pessoas em frente à prefeitura para cobrar um posicionamento do prefeito. Toda a população está convocada. “Queremos parar a cidade, fazer uma greve geral de escolas e trabalhadores em frente à prefeitura. Enquanto não tivemos um posicionamento do prefeito em relação às tarifas, nós não vamos parar”, afirmou a Presidente da UEE-AM, Beatriz Calheiro.
O diretor da UNE no Amazonas e Roraima, André Marsílio, tem a mesma expectativa de Beatriz: “Toda a sociedade mobilizada, vamos bater o nosso recorde para dizer que somos contra o aumento das tarifas. Só sairemos de lá quando a passagem diminuir”.
Antecedendo a paralisação do dia 1º, as lideranças estudantis organizaram um ato para amanhã, dia 26, em frente à Câmara Municipal de Manaus. O objetivo do ato é cobrar o ressarcimento da tarifa e discutir o transporte coletivo. Os estudantes pretendem, ainda, conseguir uma fala no plenário para debater o tema. “O ato será feito em conjunto com diversos setores, Sindicatos de Trabalhadores do Amazonas, Associação dos moradores, etc”, completou Marsílio.
ATOS CONTRA AUMENTO DA TARIFA NO MÊS DE OUTUBRO
Ao longo do mês de outubro, o movimento estudantil amazonense organizou mais de cinco grandes atos para protestar contra o reajusta das tarifas. Todos eles, de acordo com as lideranças, tiveram o objetivo de, além de protestar, levar o debate da situação do transporte público da cidade à população e convocar a mesma para a grande paralisação do dia 1 de novembro.
“Aproveitaram o aniversário de Manaus e a inauguração da Ponte Rio Negro, que reuniu mais de 300 mil pessoas, para mais uma mobilização. A população está do nosso lado”, afirmou o diretor da UNE no Amazonas e Roraima, André Marsílio. Marsílio se refere à ontem, dia 24, quando, a partir das 8h, veículos do transporte alternativo passaram por todos os bairros da cidade para levar a população ao mini-shopping da Compensa, ponto de partida da reivindicação.
A manifestação contou com o apoio e com a organização da União Nacional dos Estudantes no Amazonas (UEE-AM), da Associação das Donas de Casa do Estado do Amazonas (ADCEA), da Federação das Cooperativas de Transporte do Estado do Amazonas (Fecotram) e da Federação das Associações do Amazonas (Sac). “Ontem a população nos apoiou muito. Todos consideram esse aumento abusivo. É um preço que não cabe no bolso da população e não equivale ao serviço prestado pelas empresas”, explicou a Presidente UMES de Manaus, Priscila Duarte.
ENTENDA A LUTA DO AUMENTO DAS PASSAGENS
A série de protestos contra o reajuste das tarifas começou no início do mês, dia 7, quando a prefeitura fez um decreto fixando o valor da passagem de ônibus de R$ 2,25 para R$ 2,75 (um aumento de 22,2%). O decreto também extinguiu a tarifa social aos domingos, que cobrava apenas metade da passagem por trecho, e aumentou para R$ 5,50 a tarifa dos veículos do transporte ‘Executivo’.
A mudança passaria a valer a partir do dia 12 de outubro, porém o no dia 11, os estudantes se organizaram e fizeram uma manifestação contra o reajuste. No dia seguinte, um novo ato público fechou a principal rua de acesso às zonas Sul e Leste e Manaus. Após os protestos, o Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) suspendeu a tarifa.
Mas, mesmo com a determinação, os usuários continuaram pagando o valor reajustado durante dois dias. Após vários recursos contra e a favor do reajuste, na última quinta-feira , dia 20, o desembargador Domingos Jorge Chalub derrubou a liminar que impedia a mudança da taxa.
OS ESTUDANTES CONTRA O AUMENTO E O MOVIMENTO #FORAAMAZONINO
Manaus tem um histórico de lutas, protagonizadas pelo movimento estudantil, contra o aumento das tarifas de ônibus. André Marsílio explica que todo o sistema de transporte público de Manaus é gerenciado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram), o que gerava uma série de inconsistências nos dados divulgados pela prefeitura referentes à investimentos no transporte. “Todos os números são oriundos das empresas de transporte coletivo. São números que não tem transparência ou credibilidade nenhuma. Por exemplo, não temos como mensurar se os novos veículos que a prefeitura afirma que colocou para são novos ou não.”, afirmou.
Além disso, o descontentamento da população com a gestão do prefeito Amazonino Mendes é crescente. “O problema é que essa gestão não tem compromisso com o povo. Além do transporte coletivo há uma série de problemas em Manaus, então é muito crescente entre a nossa população a campanha pela saída de Amazonino Mendes, explica Priscila.
Na onda desse descontentamento, foi lançado no Twitter uma campanha chamada #ForaAmazonino. A campanha tem o objetivo de demonstrar o desagrado de toda a população com o prefeito da cidade, Amazonino Mendes.
Camila Hungria/UNE
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