É preciso mais investimento e outras formas de avaliar as universidades
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) divulgou nesta segunda-feira (7/10) lista com as notas dos cursos que foram avaliados no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2012. Veja aqui ela completa.
Do total 30% dos cursos ficaram abaixo da média, com notas 1 e 2. O conceito do Enade – em uma escala com notas até 5 – é obtido a partir dos resultados do exame aplicado aos estudantes. Em 2012, foram avaliados 7.228 cursos e 469.478 estudantes concluintes de cursos superiores de graduação ou tecnológicos fizeram o exame. A maior parte dos cursos teve nota 3 no exame (43,9%), outros 19% dos cursos avaliados tiveram nota 4 e 5,4% conseguiram a avaliação 5.
Foram avaliados os cursos de administração, ciências contábeis, ciências econômicas, design, comunicação social, direito, psicologia, relações internacionais, secretariado executivo e turismo. Os cursos superiores de tecnologia das áreas de gestão comercial, gestão de recursos humanos, gestão financeira, logística, marketing e processos gerenciais também foram avaliados.
Para a presidenta da UNE, Vic Barros, o Enade, considerado isoladamente, não é o melhor critério de avaliação das instituições de ensino superior. “Responsabilizar apenas o estudante pela qualidade do curso reflete uma abordagem limitada do papel que a educação superior deve cumprir no Brasil. Cabe uma análise mais completa da universidade para além da avaliação dos estudantes, que englobe tanto a infraestrutura como a produção de conhecimento das instituições através do tripé ensino-pesquisa-extensão”, destacou.
Entretanto, ela avalia que os dados a respeito dos 30% de cursos com desempenho insatisfatório impõem reflexões. “É por isso que a Reforma Universitária que a UNE defende centra fogo na qualidade de ensino, que tem sido ainda mais prejudicada nos últimos anos com o processo de desnacionalização da educação. Queremos mais qualidade e mais vagas nas universidades”, destacou
REFORMA UNIVERSITÁRIA
A UNE entende que é necessário melhorar a qualidade e a fiscalização da educação. Além disso, a reforma universitária que a UNE defende prevê investimento maciço em assistência estudantil, em infraestrutura, assegura também mais autonomia interna e democracia universitária bem como o financiamento com a garantia de 10% do PIB para o setor.
No ensino privado o processo de mercantilização da educação brasileira é responsável pela implementação de uma lógica perversa, onde o baixo custo e as altas mensalidades rendem aos empresários lucros exorbitantes, mas com uma qualidade de ensino precária. Este nivelamento por baixo da qualidade das particulares é consequência da falta de regulamentação do ensino superior privado, o que possibilitou uma oligopolização no setor e a venda de instituições para o capital estrangeiro.
De acordo com a presidenta da UNE, para atuar na fiscalização das instituições superiores a criação do Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação do Ensino Superior (Insaes) – em tramitação no Congresso – é imprescindível. “O Instituto não vai encerrar o debate da regulamentação do ensino privado, mas vai ajudar muito para assegurar a qualidade do Ensino Superior no País. O Insaes poderá, por exemplo, determinar um interventor se a instituição não cumprir os requisitos de em seu processo de avaliação do MEC”, destacou.
Da Redação - UNE
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