60 mil professores reunidos em Assembleia afirmam continuidade da paralisação que já dura 34 dias
Nesta
sexta-feira (17/4) a quarta assembleia do Sindicato dos Professores de
São Paulo, Apeoesp, desde que foi decretada greve no dia 16 de março,
reuniu mais de 60 mil professores de todo o Estado no vão livre do Masp,
na capital de São Paulo.
Os profissionais deliberaram e decidiram que não vão se curvar às
mazelas que o governo tucano tem imposto, por isso a paralisação foi
mantida. Depois de reconhecer a greve dos profissionais apenas depois de
um mês de paralisação o governo estadual não apresenta propostas.
“São 60 mil professores dizendo que a greve continua e que ninguém
vai ceder enquanto o governo não negociar”, afirmou a presidenta da
Apeoesp, Bebel Noronha.
Os profissionais reivindicam 75,33% de aumento para equiparação
salarial com as demais categorias com formação de nível superior. Além
disso, eles pedem melhores condições de trabalho e o fim da superlotação
nas salas de aula.
Os docentes denunciam ainda a precarização no ensino paulista e o fechamento de mais de 2 mil salas de aula.
SEM DIÁLOGO
“Essa situação do estado de São Paulo é imoral. Essa luta é por
salário também porque somos a categoria com menos salário entre as
profissionais de ensino superior, mas também pelo fim da violência nas
escolas, porque todos os dias os alunos e professores são roubados na
porta das escolas e nada é feito. Estamos tentando negociar com o Sr.
Geraldo Alckmin, mas depois de 34 dias de greve ele não parou nem para
nos ouvir. Esse é o respeito e a educação que ele tem com o professor do
Estado. Pedimos respeito pela nossa categoria”, afirmou a presidenta da
Apeoesp.
Já na quarta-feira (15/4), os professores ocuparam a sede da
Assembleia Legislativa de São Paulo, após uma audiência pública sobre a
paralisação para pressionar o governo estadual pela abertura de
negociação. Eles dormiram no plenário Juscelino Kubitschek, onde
permaneceram até a noite de ontem (16/4).
Existe uma reunião marcada para o próximo dia 23 com o secretário de
Educação, Herman Voorwald, e os grevistas. Mas, ainda assim, a categoria
pede urgência no encontro e diálogo direto com o governador.
LUTA DE TODOS
O diretor da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES),
Samuel Oliveira, afirma que os estudantes entendem que a escola pública
está sucateada e que os professores precisam ser valorizados. “Ao
professor de luta está incumbido não só o papel de educar, mas de mudar
toda uma geração”, afirmou. E ressaltou: “vocês não estão sozinhos,
professores! Nós, estudantes estamos com vocês. O professor é meu amigo,
mexeu com ele mexeu comigo. Vamos à luta”.
A secretária de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Rosane Silva, destacou em sua fala que “a greve dos professores já é
vitoriosa porque está impondo a pauta da valorização dos professores, e a
luta por uma educação de qualidade para São Paulo”. Rosane lembrou que
os governadores do PSDB tem se posicionado contra os professores em todo
o País, como no Paraná que os professores travaram uma verdade batalha
vitoriosa contra o governo e no Pará em que a categoria que se encontram
em greve na mesma situação que os paulistas.
A secretária da CUT lembrou também da luta das centrais contra a Lei
da Terceirização em todos os setores “essa é uma luta única de todos os
trabalhadores independente da categoria”, afirmou.
O deputado federal, Ivan Valente (PSOL-SP), também fez uma breve fala
em que incentivou os profissionais: “resistam, é com muita luta, pela
dignidade do magistério, pela juventude”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário