NAS RUAS DE BRASÍLIA, PASSEATA, ALEGRIA E LUTA CONTRA A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL
UBES, UNE, ANPG e UESDF realizou marcha na capital federal nesta última quinta, dia 16
Com a irreverência característica do
movimento estudantil, os estudantes ocuparam na manhã desta
quinta-feira, 16 de abril, a Esplanada dos Ministérios em Brasília para
levar à sociedade e aos parlamentares a sua mensagem simples e direta: a
juventude quer viver.
A Jornada de Lutas reuniu UBES, UNE,
ANPG e a União dos Estudantes Secundarista dos Distrito Federal (UESDF),
além de outras entidades e organizações do movimento social. Foram mais
de 2 mil pessoas que fizeram festa e luta. Pintaram os rostos, cantaram
rimas contra a redução da maioridade penal e marcharam até o Congresso
Nacional para o tradicional mergulho no espelho d’água.
“Hoje nos reunimos para dizer que a
juventude quer viver. A juventude quer escola e educação. Não quer ficar
dentro de presídios, onde não vai ter desenvolvimento, qualidade de
vida, saúde e educação”, bradou a estudante do Instituto Estadual de
Educação de Santa Catarina, Vitória Davi, que veio para Brasília se
juntar ao ato pois considera essa uma das principais pautas que devem
ser barradas na Câmara dos Deputados.
A Jornada de Lutas levantou ainda outras
bandeiras, como a reforma política democrática com o fim do
financiamento empresarial das campanhas para combater a corrupção. O
ex-presidente da UNE e representante da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB), Aldo Arantes, esteve na manifestação e reforçou a importância da
participação dos estudantes na coleta de assinaturas para que o projeto
de lei de iniciativa popular atinja a marca de 1,5 milhões de
assinaturas e seja apresentado ao Congresso.
NENHUM DIREITO A MENOS!
A presidenta da UBES, Bárbara Melo, foi
enfática ao ressaltar que o dia 16 de abril foi um recado claro, em alto
e bom som, para o Congresso Nacional. “Nenhum direito a menos! Nós, os
estudantes, os trabalhadores, os povos indígenas, a comunidade LGBT, os
negros, as mulheres queremos mais direitos”, disse. Bárbara ressaltou
que os estudantes estão vigilantes e espera que o aviso seja ouvido
pelos parlamentares que querem reduzir a maioridade penal de 18 para 16
anos. “O caminho não é esse, já que menos de 1% dos crimes hediondos são
cometidos por jovens”, explicou. “A luta contra redução é nossa,
justamente porque nós, jovens, que vivemos nas periferias, com o
tratamento da polícia militar sabemos na pele o que é ser preso e o que é
sofrer violência. Queremos justiça no país, mas justiça para todos,
como uma desmilitarização da PM, para que ela nos traga segurança e
deixe de ser apenas um mecanismo de opressão”, defendeu.
Engrossando o caldo da pressão contra
ideias quase medievais de alguns parlamentares, o vice-presidente da UNE
no DF, André João Costa, destacou que a passeata desta quinta reforça
uma linha de frente de combate a pautas como a redução, a terceirização e
uma reforma política que não represente a vontade popular. “Demos hoje
uma resposta contra essas pautas conservadoras que tem sido debatidas no
Congresso”, frisou.
Na contramão desses parlamentares, o
deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) acompanhou um grupo de estudantes em
audiência com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), logo após
a manifestação. Os representantes da UNE, UBES e ANPG colocaram na mesa
as reivindicações em defesa da reformulação do ensino médio e pela
criação do Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação
Superior (INSAES). Na reunião, Bárbara ainda repudiou a votação da
proposta de redução da maioridade penal pela Casa Legislativa e levou
até Cunha a posição totalmente contrária dos estudantes brasileiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário