Jornada de Lutas no Rio de Janeiro luta contra corte de recursos no ensino técnico
A Jornada Nacional de Lutas pelo Ensino
Técnico chegou ao Rio de Janeiro na última sexta-feira (17/04). Os
estudantes protestaram contra o corte de verbas para o ensino técnico
na Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), instituição pública de
ensino médio profissionalizante vinculada à Secretaria Estadual de
Ciência e Tecnologia
“No bojo do nosso debate esteve o
contingenciamento de 512 milhões retirado das escolas técnicas, ação que
afeta diretamente a realidade dos estudantes nas salas de aula. Vemos
trabalhadores com salários atrasados e escolas que não recebem o repasse
para manutenção desde outubro do último ano”, questiona o presidente da
Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas (AMES), João Neto.
Uma comissão formada por estudantes dos
grêmios estudantis, lideranças da AMES e da União Estadual dos
Estudantes Secundarista (UEES-RJ) questionou a diretoria da Divisão de
Educação de Ensino da Faetec sobre o corte de meio milhão de reais. Na
sede da presidência, os estudantes afirmaram que a medida levou à
demissão de 2.500 professores e 25% dos funcionários terceirizados.
Sobre os cortes na educação, o
presidente do grêmio da Faetec de Santa Cruz, Lucas Eduardo, fala dos
desafios da jornada de lutas. “O ato foi buscar soluções, já que só na
nossa unidade houve exclusão de 78 professores. Além de tudo, a escola
está sem verba nenhuma, temos apenas R$ 2,75 em caixa, o que não paga
nem mesmo a impressão das provas”, disse.
A LUTA TRAZ AVANÇOS
Após a reunião entre a direção e os
estudantes, a Faetec se comprometeu com as reivindicações dos
estudantes, entre elas a representação paritária dos alunos nos
conselhos deliberativos da fundação.
“Há muito tempo sofremos com o
sucateamento das nossas escolas, mas depois do ato conseguimos avançar
com vitórias importantes. Uma delas é a entrega do diploma, mesmo para
os estudantes que não fizeram estágio e a permissão para estagiar a
partir do primeiro ano”, destaca Eduardo Campos, presidente do grêmio da
Faetec de Visconde de Mauá.
Aluno de administração, Lucas chamou
atenção para problemas na estrutura da instituição de ensino. “Estou
no terceiro ano e nunca tive aula no laboratório”, denunciou. Segundo o
jovem, a Faetec reunirá as verbas de todas as unidades e as
redistribuirá igualmente, além de admitir novos professores.
Suevelin Cinti, da Redação. - UBES
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