Paralisação entra no 49ª dia e nova assembleia está marcada para 8 de maio
Um dia após a fatídica “quarta-feira sangrenta”, quando cerca de 200
pessoas ficaram feridas em Curitiba (PR), os professores da rede pública
estadual de São Paulo prestaram solidariedade ao colegas agredidos
durante assembleia da Apeoesp realizada no vão livre do Masp, na avenida
Paulista.
A assembleia do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado
de São Paulo (Apeoesp) decidiu também pela continuidade da greve, que
nesta quinta entrou no seu 49º dia. Uma nova assembleia está marcada
para o próximo dia 8 de maio, também no Masp.
Para a presidenta da UBES, Barbara Melo, que esteve presente ao ato,
essa não é uma paralisação só dos professores porque é uma greve também
pela melhoria da estrutura nas escolas. “Por isso, os estudantes apoiam
incondicionalmente a greve. Nos, estudantes, vemos diariamente as
péssimas condições das salas de aula. E também estamos aqui hoje
repudiando a truculência dos governos tucanos que não respeitam as
manifestações democráticas e pacíficas”, pontuou.
SAL + SALÁRIO
Depois, uma grande marcha tomou conta da avenida, desceu a rua da
consolação e adentrou o centro da cidade até a Praça da república,
terminando com um ato irreverente: os professor portavam pacotes de sal e
fizeram uma parede com o tal cloreto de sódio em frente à Secretária da
Educação do Estado de São Paulo.
“Isso é uma analogia à lentidão do secretário Herman Voorwald para
negociar e atender às reivindicações dos professores. É uma
irresponsabilidade o que eles estão fazendo com os nossos salários. É
uma referência à época em que os salários eram pagos com punhados de
sal. Por isso, construímos essa parede de sal, para chamar a atenção
dele e da sociedade”, explicou o professor de História, Carlos Siqueira.
Deflagrada no dia 13 março, os professores da rede estadual de ensino
de São Paulo tem realizado assembleias semanais e tentado diálogo com o
governo sem sucesso. O chefe de Estado tucano só reconheceu a greve
após um mês e paralisação e a última reunião com o secretário de
Educação não houve entendimento devido à falta de proposta do
representante do governo. Os docentes reivindicam aumento salarial de
75,33%, melhores condições de trabalho e o fim da superlotação nas salas
de aula.
O governador Geraldo Alckmin deslegitimou a paralisação dos
professores durante um evento esta semana. A União Estadual de
Estudantes de São Paulo (UEE-SP) repudiou as declarações do chefe de
Estado. “São inaceitáveis as declarações do Governador Geraldo Alckmin,
alegando que a adesão é baixa, bancada por partido político e de que os
professores já ganham o suficiente”, declarou em nota a entidade.
Rafael Minoro
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