Juventude destacou a importância de ampliar as políticas de permanência para o ensino médio integrado
A pauta de assistência estudantil como
política de permanência na vida escolar dos estudantes da rede técnica
ganhou atenção na agenda de debates do Fórum Mundial de Educação
Profissional e Tecnológica, que acontece no Recife. Os secundaristas
participaram de duas mesas que traçaram perspectivas sobre o assunto.
Na terça-feira (27), a mesa redonda
“Assistência Estudantil sob um olhar multiprofissional” tratou de
esclarecer que não se trata de uma política meramente assistencialista,
baseada apenas no pagamento de ajuda de custo.
“Os debatedores esclareceram que dentro
da assistência há a demanda da interação da instituição de ensino com o
estudante, o cuidado com sua saúde física e psicológica, junto com o
acompanhamento da vida desses jovens durante toda permanência na
escola”, apontou a presidenta do grêmio do Instituto Federal do Espírito
Santo (IFES-Vitória), Pietra Carolina.
Nessa discussão, a líder estudantil
chamou atenção para o Plano Nacional de Educação (PNE). Ela afirma que
por não incluir o ensino médio integrado, o gargalo da evasão escolar
atinge essa parcela da educação técnica que não é atendida pela
assistência. “É uma discussão importante que precisa ser inserida nas
metas do projeto de lei, precisamos do Conselho Nacional das
Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica para pressionar pela inclusão no IF, aumentando a qualidade
da educação”, argumentou.
Assistência é bandeira prioritária
Nesta sexta-feira, 29, último dia de
atividades do Fórum, a palestra “Como Garantir as condições de
permanência e conclusão na Educação Profissional e Tecnológica” deu
continuidade à conversa com os participantes do evento.
“Discutimos no Fórum a nova grade
que inclui a psicologia e a nutrição no campo da assistência estudantil.
Falamos sobre os programas de incentivo e valorização da produção
científica e tecnologia”, lembrou o estudante do IFES-Santa Teresa,
Thiago Soares.
A UBES, que vem amadurecendo cada vez
mais a conversa sobre o papel desta política pública para permanência e
formação de milhões de estudantes do setor, identificou que este é um
item a ser priorizado na luta por mais investimentos no ensino técnico.
O posicionamento da entidade é resultado
dos dados da pesquisa realizada com 1.700 secundaristas que
participaram do 13º Encontro Nacional de Escolas Técnicas (ENET). A
pesquisa apontou que 39% desses estudantes não conhece ou não tem acesso
às bolsas de iniciação científica. Outros 22% afirmar que a assistência
estudantil é insuficiente.
Na análise sobre condições de acesso aos
campi, em que 72% dos entrevistados disseram necessitar de ônibus para
chegarem às aulas, 76% diz não possuir passe livre em suas cidades, 48%
das escolas não dispõem de transporte escolar e outros 14% não contam
com ônibus a serviço da instituição.
“Muitas pessoas estão fora da escola e
procuram o IF em busca de uma educação melhor, mas muitas vezes não tem
condições de se manter. É o auxílio estudantil que ajudará a manter ele
dentro da escola, desde o acompanhamento psicológico para aqueles que
não estão acostumados com o ritmo dos estudos à pauta da moradia
estudantil, que também precisa ser incorporada”, pontuou Thiago.
Fonte: UBES
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