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sábado, 14 de outubro de 2017

Começa o 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas



Teve início na manhã de quinta-feira (12) o 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas em Sumaré (SP). O congresso, que se encerra no domingo (15), reúne mais de 2,3 mil pessoas de todos os estados do Brasil para discutir a conjuntura e a política da Central para os próximos dois anos. O encontro também marcou a presença de uma importante delegação internacional de vários países das Américas, Europa, Ásia e Oriente Médio.

Na solenidade de abertura foi apresentado o vídeo “11 anos fortalecendo a unidade sindical e popular, classista e independente", tema da terceira edição do Congresso da Central. Houve ainda saudações de entidades nacionais e internacionais que destacaram o perfil de luta, sindical e popular da CSP-Conlutas. Em seguida, foi constituída uma mesa que contou com três representantes da Secretaria Executiva Nacional (SEN) da Central. Amauri Fragoso, 1º tesoureiro do ANDES-SN, falou sobre a importância da CSP-Conlutas no processo de construção da unidade da classe trabalhadora nos últimos 11 anos. 




“Precisamos entender que todo o processo que nós construímos após a ditadura está chegando ao fim e nós precisamos construir, através do debate e de entendimento das diferenças, uma saída para o fim desse ciclo. Sairemos derrotados ou iremos para a luta? Precisamos apontar o que faremos daqui para frente, unir as nossas convergências. Tenho certeza que a CSP-Conlutas vai sair desse Congresso dando um salto de qualidade para o enfrentamento da burguesia nacional”, disse o diretor do ANDES-SN que ressaltou o poder de recuperação dos trabalhadores no primeiro semestre deste ano diante da aprovação da Emenda Constitucional 95/16 (antiga PEC 55 – Teto dos Gastos Públicos), aprovada em dezembro do ano passado. “Precisamos construir um novo ciclo de lutas para o enfrentamento e isso significa fazer o dia 10 de novembro com mais intensidade”, completou.




Atnágoras Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Pará, apontou a necessidade deste 3° Congresso servir de pilar para o enfrentamento dos ataques da burguesia nacional e internacional. “Os ataques aos direitos trabalhistas é brutal, é estrutural e histórico. O suspiro do Capital só é possível quando se aprofunda a agonia de quem trabalha. Sob essa conjuntura de ataques, temos orgulho de ter sido parte efetiva daqueles que resistem, combatem e fizeram a maior Greve Geral no dia 28 de abril dos últimos tempos. Estávamos calçados pela energia da luta da mulher trabalhadora que realizou mundialmente o grande 8 de março. Tivemos um semestre de muitas lutas”.




Segundo Helena Silvestre, do Luta Popular, a CSP-Conlutas é o retrato do povo brasileiro e da sua classe trabalhadora. “A classe trabalhadora no Brasil se construiu numa história longa de genocídios e rebeliões, de escravidão e quilombos, de exploração e greve, de opressão e luta. Entre aqueles que são explorados e oprimidos e aqueles que controlam a riqueza que a gente produz e a classe trabalhadora. O trabalhador é um só, a classe trabalhadora é uma só. Por isso, precisamos construir unidade”, disse.





Logo após, foi aprovado, em plenária, o regimento interno do 3° Congresso da Central.
 





Reorganizar a classe
À tarde, foram apresentadas as contribuições globais ao 3° Congresso da CSP-Conlutas, assinadas por entidades, movimentos e ativistas que compõem a Central. Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, defendeu a contribuição apresentada pelo Sindicato Nacional ao caderno de textos do 3° Congresso. Ao todo, 16 contribuições foram apresentadas trazendo importantes avaliações e desafios da Central e da classe trabalhadora brasileira para o próximo período.




“Temos que nos orgulhar por ter conseguido reunir tantos lutadores nesse Congresso para pensar em um Plano de Lutas que, de fato, represente a classe trabalhadora. Os ataques que vivemos no Brasil não são exclusivos nossos e fazem parte da crise internacional do Capital. Uma crise estrutural do capitalismo que vem no mundo todo impondo contrarreformas nos estados nacionais, que retira o direito dos trabalhadores, que ataca as políticas públicas e sociais que atendem as populações mais pobres dos países. A crise é internacional é faz-se necessário uma organização internacional da classe trabalhadora”, disse.




Além dos ataques às políticas públicas e sociais no mundo todo, a presidente do Sindicato Nacional falou da perspectiva cada vez mais moralizante da vida imposta e sinalizada pelo recrudescimento do conservadorismo não só no Brasil como em todo mundo. “No Brasil, esse conservadorismo é visto no projeto 'Escola sem Partido' - que atinge toda população quando cerceia a liberdade de expressão -, na xenofobia, lgtbfobia, na violência contra as mulheres, no racismo”.





Para Eblin Farage, neste momento, é importante construir a unidade entre os trabalhadores e que estes, antes de tudo, se identifiquem como classe trabalhadora. “A classe não está imóvel diante dos ataques, ela vem reagindo, mas de forma desigual e isso é importante que a nossa Central se atente. Não podemos fazer da CSP-Conlutas um espaço de disputa entre os diferentes segmentos da classe trabalhadora organizadas na Central. Temos que avançar na consolidação da democracia interna, e avançar no diálogo com os segmentos da classe trabalhadora que não estão organizados na nossa Central. Só seremos uma alternativa real para a nossa classe se formos uma alternativa real para além de nós mesmos. Precisamos construir uma Greve Geral nesse segundo semestre, a partir de um calendário de lutas deliberado, se possível, ao final deste Congresso”. Eblin finalizou conclamando todos para a reorganização da classe trabalhadora.

Assédio sexual não!
 





Ainda no primeiro dia do 3º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, com o mote da campanha nacional do ANDES-SN contra o assédio sexual, mulheres subiram ao palco, com cartazes nas mãos, e deram um recado ao plenário “Lá fora e dentro da CSP-Conlutas há que se ter respeito pelas diferenças de gênero, não ao assédio sexual, não à homofobia, não ao machismo!”, disseram.






Solidariedade




Na parte da manhã, um abaixo-assinado circulou no Congresso contra a iminente extradição de Cesare Battisti para a Itália. Michel Temer decidiu revogar a condição de refugiado do militante da ex-Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), na Itália, nos anos 70, que foi preso e condenado naquele país por acusações de luta armada.




*Com informações da CSP-Conlutas

Fonte: ANDES-SN

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