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sábado, 14 de outubro de 2017

Defender a Petrobras é defender a Educação

Por Maria Carla 
O Sinpro-DF participou de ato público, no Rio de Janeiro, em defesa da soberania nacional, da água, da Petrobrás e da matriz energética brasileira. Quase 20 mil pessoas participaram da marcha e do ato público unificado do Dia Nacional de Luta em Defesa da Soberania Nacional, convocado pela Frente Brasil Popular, realizados no Rio de Janeiro, no dia 3 de outubro, data em que a Petrobrás completou 64 anos – estatal do petróleo que o governo ilegítimo de Michel Temer quer privatizar.
A marcha foi realizada também em defesa da água e do petróleo. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e sindicatos filiados participaram. O Sinpro-DF foi representado por professores(as) de sua base e pelas as diretoras Luciana Custódio e Nilza Cristina G. dos Santos. Em razão da importância desse tema para o país, mas, sobretudo, pela relevância que esses setores têm para a Educação e para a soberania do Brasil, o Sinpro-DF inicia, nesta sexta-feira (13), uma nova série de matérias sobre energia, educação e soberania nacional. Na série, intitulada Série Energia, a diretoria colegiada pretende mostrar os grandes prejuízos que as privatizações no setor da energia irá provocar no país e comprometer, de forma nefasta, o futuro da juventude brasileira.
No entendimento da diretoria colegiada do Sinpro-DF, entender o que se passa hoje no país é fundamental para suscitar uma reação contra as ações privatistas que ocorrem à revelia da vontade do povo. São ações sustentadas pelo discurso do ódio cujo objetivo é desqualificar as ideias de soberania nacional e de Nação e desmoralizar quem quer que lute por uma Nação soberana, desenvolvida e independente.
Para as lideranças sindicais do Sinpro-DF, participar de ações como esta é fortalecer a resistência da categoria docente aos ataques a direitos da classe trabalhadora ameaçados pelas gestões neoliberais. Para impor seu projeto privatista, os governos neoliberais criminalizam os movimentos defensores dos direitos sociais, suprimem leis e impõe reformas mercantilistas, como a da Previdência, a do Ensino Médio, o congelamento dos investimentos públicos no setor público por 20 anos, e promovem, sem nenhuma consulta popular, privatizações generalizadas e em larga escala de setores estatais essenciais para o desenvolvimento do país, os quais asseguram a soberania da Nação, como a matriz energética, a água, a educação e a saúde.
“Todos os países que se desenvolveram na história do mundo foram os que colocaram seu povo, as políticas públicas que o promovem e suas empresas estatais estratégicas como prioridades para assegurar esse desenvolvimento”, afirma Luciana Custódio, diretora de Formação Sindical do Sinpro-DF.
A manifestação em defesa da soberania nacional contou com a participação de lideranças sindicais de quase todas as categorias profissionais do país e de integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de 19 unidades da Federação, que realizavam o 8º Encontro Nacional do MAB.  O Sinpro-DF é membro da Plataforma Operária e Camponesa da Energia, organização criada em 2010 por trabalhadores do setor de energia (petroleiros, eletricitários e engenheiros) e por atingidos por barragens.
EM DEFESA DA ENERGIA E DO PETRÓLEO –  “O Sinpro participou do Encontro Nacional do MAB porque nós, do sindicato, participamos da Plataforma Operária e Camponesa, uma organização criada para defender a nacionalidade da energia e do petróleo, e pela soberania nacional. O Sinpro-DF faz parte de um grupo nacional, de formadores. Estamos com a tarefa de fazer a formação regionalizada nos estados. Quem está na coordenação da Plataforma Regional é o Sinpro-DF, o STIU-DF e o Levante Popular. Fazemos os cursos em nível nacional e, aqui no DF, a gente repassa o curso para entidades”, informa a diretora. Ela disse que na primeira e segunda etapas regionais do curso participaram 29 entidades.
Na manifestação, a concentração e o ato público ocorreram em frente à sede da Petrobras. Os manifestantes tomaram conta das principais ruas da capital do Rio de Janeiro entre o Sambódromo – de onde a marcha saiu – a até a sede da Petrobras. No percurso, pararam em frente à sede da Eletrobras – estatal da eletricidade, que o governo ilegítimo de Michel Temer quer privatizar. Eletricitários e trabalhadores da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), bem como da Casa da Moeda – todas no pacote de privatizações –, decretaram paralisação.
No Rio, ocorreu uma mesa de debate formada pela CNTE e FUP (Federação Única do Petróleo), além da marcha. A marcha contou com participação do MAB, do MST, comunidades camponesas, coletivos e movimentos negro, de mulheres, estudantil, LGBTs, entidades sindicais, ações e movimentos de juventude.
“A marcha foi relevante no sentido de mostrar a importância de a gente resgatar, na militância, esse compromisso com a luta na perspectiva dos movimentos sociais. Foi uma lição viajar quase 20 horas de ônibus, acampar no Sambódromo e fazer alimentação solidária. Isso trouxe para a militância uma reenergização do ponto de vista do pertencimento, foi uma experiência muito importante, neste momento em que precisamos resgatar valores primordiais, nossos princípios de luta, resguardados nos movimentos sociais que não elitizam a luta e constroem a defesa da Nação a partir do que é possível, da solidariedade entre os pares. Essa forma de participar nas acomodações, sendo todo mundo como igual, horizontalizando as relações e as condições”, analisa a diretora.
Luciana acredita que o país irá viver, de agora em diante, um período muito difícil, com a entrada em vigor, em novembro, da reforma trabalhista. “Muitos sindicatos serão fechados e precisamos ter como centro da nossa ação política o resgate de nossa militância nessa perspectiva da solidariedade entre as entidades e desse resgate classista”, finaliza.
CONTRA A LÓGICA DA FINANCEIRIZAÇÃO – De acordo com Cibele Vieira, diretora da Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Petrobras é a empresa que simboliza a defesa da soberania nacional desde sua criação, a partir da campanha “O Petróleo é Nosso”. A diretora da FUP explicou que a manifestação do dia 3/10 foi “contra o desmonte do Estado, pela soberania nacional e a Petrobras desde a sua criação é um exemplo disso, ela carrega essa história. A Petrobras não pode servir para dar lucro para acionista e nem reduzir o déficit fiscal”.
“Nós, petroleiros e petroleiras, percebemos nitidamente a mudança de uma empresa que tinha uma preocupação social, uma preocupação de segurança com o meio ambiente, para uma empresa que passou a focar em lucro. Isso ataca diretamente a gente que está no dia a dia da empresa. Nossa vida está em jogo, inclusive. Tem aumentado os acidentes fatais na Petrobrás desde que começou a Lava Jato, quando a empresa começou a ter de responder ao mercado financeiro”, afirmou.
ENTREGA DO PRÉ-SAL – O que está em jogo atualmente é uma disputa em torno do modelo de exploração do pré-sal. A riqueza, de 176 bilhões de barris, é responsável por colocar o Brasil como o país com a terceira maior reserva de petróleo do mundo, atrás apenas da Venezuela e da Arábia Saudita. Essa riqueza está sob risco de ser entregue às empresas privadas com o fim da exclusividade da Petrobras na operação do pré-sal.
De acordo com Cloviomar Pereira, economista do Dieese, a medida proposta pelo senador José Serra (PSDB) poderá tirar até R$ 1 trilhão em investimentos em saúde e educação.
Para a jovem Lucinete Trindade, militante do MAB e atingida pela hidrelétrica de Belo Monte (PA), a luta é essencial. “Como a Petrobrás e o pré-sal são nossos, nada mais justo do que essa riqueza ser distribuída para o povo brasileiro através de investimentos em saúde e educação”.
QUEM PAGA A CONTA É O POVO – O vendedor ambulante Antônio disse que não pôde participar da manifestação por estar trabalhando, mas afirmou que atos como este têm todo o seu apoio. “Os governantes aproveitam essa crise que é do Estado, pegam o que é do povo e jogam fora. Eles têm muita grana e estão pouco ligando para o povo. O povo vai ter que vir para a rua porque está muito difícil”.
Miguel Azevedo, petroleiro aposentado, também somou-se à manifestação. “Quem descobriu o pré-sal foi a Petrobrás, não foram as empresas estrangeiras. E agora estão querendo entregar esse patrimônio construído pelo povo brasileiro. Como petroleiro, é duro ver o que a gente construiu ser entregue de forma tão banal”.
Com informações do site do MAB
Fonte: SINPRO-DF

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