Jovens foram às ruas pedir outra política de preços e, como nos anos 1940, Petrobrás soberana: “O petróleo do Brasil deve servir ao nosso povo”.
Para
contornar reivindicação de caminhoneiros que paralisaram o Brasil na última
semana, o governo Temer isentou alguns impostos do diesel dos condutores por 60
dias. A juventude e os movimentos sociais foram às ruas nesta sexta (30/5) para
dizer que esta não é a solução.
Em
discursos acompanhados por milhares de pessoas na avenida Paulista, em São
Paulo, lideranças lembraram que o aumento de preço do gás de cozinha e da
gasolina também prejudica a população e que o caminho é mudar a política da
Petrobrás adotada pelo atual presidente da empresa, Pedro Parente. “Fora
Parente” foi a principal palavra de ordem.
Organizado
pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, o Dia Nacional de Luta Pela
Redução do Preço do Gás e Combustível se somou a uma greve dos petroleiros de
72 horas e teve atos da juventude por todo o Brasil. (veja fotos)
O que os estudantes têm a ver com isso?
Em
discurso na avenida Paulista, o presidente da UBES Pedro Gorki lembrou que a
juventude defende a Petrobrás desde que ela foi criada. A própria criação da
estatal é uma conquista da década de 1940, graças à campanha “O Petróleo É
Nosso”. Nos últimos anos, os jovens lutaram também pelos royalties do pré-sal
para a educação e saúde:
“Nossa
defesa é da Petrobrás e do petróleo para o povo brasileiro. Por uma política
nacional para os preços do petróleo, contra a privatização e principalmente
pela soberania estratégica do nosso país”.
Pedro Gorki, presidente da UBES, na av. Paulista, repudiou pedidos por intervenção militar (Foto: Vangli Figueiredo/ CIRCUS da UBES) |
Gorki também fez questão de dizer que intervenção militar jamais será uma alternativa para os problemas: “O problema do petróleo, o problema da corrupção, o problema do estado brasileiro se resolve com mais participação popular”.
“Cadê
os royalties do pré-sal para a educação que nós aprovamos?”, perguntou Marianna
Dias, presidenta da UNE. “Pela primeira vez o Brasil conseguiu que suas
riquezas fossem revertidas em direitos, e os golpistas tentam nos impedir. A
Petrobrás precisa estar à serviço do povo”, afirmou ela.
Pedro Gorki e Marianna Dias, da UNE: “Cadê os royalties do pré-sal para a educação?” (Foto: Karla Boughoff/ CUCA da UNE) |
Por que os combustíveis estão caros?
Julho de
2017: Pedro Parente, presidente da Petrobrás escolhido por Temer, anuncia que
preços da Petrobrás devem variar conforme mercado internacional. A direção da
empresa afirmou: “Isso permitirá maior aderência dos preços do mercado
doméstico ao mercado internacional no curto prazo e possibilitará a companhia
competir de maneira mais ágil e eficiente”. O problema foi quando o preço do
combustível aumentou, mas a população brasileira não recebe em dólar.
Além disso, os petroleiros que entraram em greve de 72 horas nesta sexta
afirmam que a Petrobrás tem produzido apenas 70% da sua capacidade e importado
30% de gasolina, principalmente dos Estados Unidos. Desde maio eles vêm
criticando a gestão da Petrobrás. Entre as reivindicações, pedem o fim das importações de combustíveis e derivados de petróleo, a
saída de Pedro Paren te da presidência e que não sejam vendidas quatro
refinarias da estatal. ( Saiba mais).
“O
petroleiro sabe que essa política de alinhamento de preços do diesel, da
gasolina e do gás de cozinha ao preço internacional é bom para uma empresa
capitalista, mas é ruim para o povo brasileiro”, diz Simão Zanardi, da FUP (Federação Única dos Petroleiros).
Foto destaque:
Vangli Figueiredo/ CIRCUS da UBES
Fonte: UBES
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