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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ATO CONTRA O RACISMO EM SANTANA DE PARNAIBA-SP, NESTA QUARTA

23/11/2010
Dono da fábrica de móveis Rubi, seu Edício cospe no rosto de sindicalista: “preto nojento”
Escrito por: Leonardo Severo
Inconformado com a mobilização dos operários da Indústria e Comércio de Móveis Rubi, em Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, “seu” Edício, dono da empresa, surtou, cuspiu no rosto do sindicalista Domingos Alves da Costa e disparou: “preto nojento”.

Em “repúdio à ação criminosa, à agressão moral e física”, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Barueri e Região registrou Boletim de Ocorrência na delegacia de polícia e entrou com queixa crime no Foro local. Nesta quarta-feira (24) pela manhã, sindicalistas da região realizarão ato de protesto em frente à empresa, na rua Mato Grosso, bairro Jardim Diva em Santana de Parnaíba, 868.

Domingos estava na portaria, do lado de fora da empresa, comunicando os companheiros sobre a conquista da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de R$ 300,00, que começará a ser paga este ano junto com o 13º salário. Foi quando Edício achou que aquilo estava demais e partiu para a agressão.

Conforme Angelo Luiz Angelini, presidente do Sindicato e diretor financeiro da Federação Solidária do Ramo da Construção no Estado de São Paulo, ”o dono da Rubi transferiu a empresa da capital, onde a organização sindical é muito fraca, e não esperava encontrar resistência aos abusos. Estava acostumado a destratar os funcionários no local de trabalho, escuro e sem ventilação, largados com chinelo e bermuda”.

De acordo com a secretária de Combate ao Racismo, Maria Júlia Reis Nogueira, “racismo é crime e cabe à Justiça punir o ocorrido de forma exemplar”. “Além de manifestarmos o nosso mais veemente repúdio a tais comportamentos que remetem ao passado de escravidão, cabe lembrar que brancos e negros são iguais perante a lei. Agora, cabe a nós ampliarmos a ação sindical em solidariedade ao trabalhador agredido, pois a CUT não compactua com nenhum tipo de discriminação de cor, credo religioso ou opção sindical”, destacou Júlia.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Conticom/CUT), Vilmar Kanzler, destacou que a entidade vai acompanhar de perto o processo na Justiça, pois “a impunidade é inadmissível, ainda mais em um crime desta envergadura”. Do ponto de vista da ação sindical, enfatizou, “mobilizaremos nossos Sindicatos e Federações em todo o país para que repercutam o ocorrido e ampliem a pressão para que este tipo de comportamento escravocrata, de empresários que tratam o trabalhador como coisa e negam mais do que direitos, a sua própria condição humana, sejam uma página virada na nossa história”.

O Sindicato está convocando os dirigentes sindicais que quiserem participar do ato para se concentrarem às 5h45 na subsede em Barueri, rua Claro de Camargo Sobrinho, 74.  Fonte: site CUT NCIONAL.

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