Enquanto a transmissão vertical -mãe-bebê- do HIV vem caindo no Brasil, a tendência é de alta nas regiões Norte e Nordeste, segundo dados reunidos pelo Ministério da Saúde.
A taxa nacional de incidência da Aids em menores de cinco anos passou de 5,4 casos por 100 mil habitantes em 2000 para 3 em 100 mil em 2009. Nesse período, a taxa passou de 1,9 para 4 em 100 mil no Norte e de 1,4 para 2,3 por 100 mil no Nordeste. A incidência do HIV entre crianças de até 5 anos é usada pelo governo como espelho da chamada transmissão vertical - principal causa de infecção nessa faixa etária. Esse tipo de contaminação pode ser evitado, com tratamento médico.
Os dados são preocupantes, diz Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do ministério. "Temos de dar um desconto porque melhoramos a detecção [do HIV], mas não há a tendência de redução que percebemos nos outros lugares. Em um país que oferece acesso universal ao antirretroviral, a gente espera a redução", afirma.
O Sul segue a tendência de queda, mas manteve a maior taxa de incidência em menores de 5 anos - de 9,4 em 2000 para 5,8 em 2009. A feminilização da Aids, pré-natal malfeito e falta da teste de HIV em gestantes podem explicar o maior registro da transmissão vertical do HIV nessas duas regiões.
A meta do ministério é realizar o teste do HIV em 100% das grávidas em 2012 - a universalização consta do programa Rede Cegonha. Pretende-se usar o teste rápido, que detecta o vírus em minutos. Os dados que apontam a disparidade regional da transmissão da Aids serão divulgados hoje pelo "Saúde Brasil 2010", estudo anual do Ministério da Saúde.
O documento mostra outra doença com grande variação regional: a hanseníase. A incidência da doença em 2010 foi de 1,56 por 10 mil habitantes. No Maranhão e em Mato Grosso, a taxa foi de 9,9 e 5 por 10 mil, respectivamente.
Fonte: Blog da Gláucia Lima.
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